De olho no trem das commodities na bolsa, MOS Capital aposta nas ações que ainda não deixaram a estação
Entre as principais posições da gestora estão ações de empresas que ganham com as commodities em alta, como Rumo Logística (RAIL3) e Camil (CAML3)
					As gestoras de fundos que não contam com posições relevantes em ações de empresas de commodities acabaram ficando para trás em relação ao Ibovespa neste ano. Mas a MOS Capital ainda espera embarcar nesse trem. Literalmente.
A principal aposta da gestora hoje está nas ações da Rumo Logística (RAIL3). Responsável por escoar boa parte da safra de soja e milho do país, a empresa de ferrovias se beneficia do bom momento dos preços dos grãos.
“Na nossa leitura, a Rumo está subavaliada”, me disse Fernando Fanchin, sócio e gestor da MOS Capital, gestora que até o ano passado se chamava Teorema e cuidava exclusivamente dos recursos da família do investidor Guilherme Affonso Ferreira.
A mudança de nome veio acompanhada da abertura do principal fundo da casa em plataformas como BTG Pactual Digital, Andbank, Daycoval, RB Investimentos e Singulare — por enquanto apenas para investidores qualificados (com pelo menos R$ 1 milhão em patrimônio).
As ações da Rumo até sobem no acumulado do ano, mas o desempenho segue abaixo do Ibovespa. Para Fanchin, a alta das cotações das commodities agrícolas provoca um efeito negativo de curto prazo, com o produtor tentando acertar o melhor momento para escoar a produção. “Mas o mercado vai se dar conta de que a soja e o milho em alta beneficiam a Rumo.”
Ainda que o ciclo de valorização das commodities seja apenas um fenômeno temporário, o gestor da MOS avalia que as ferrovias da Rumo devem seguir no médio prazo como a melhor alternativa para os produtores escoarem a produção.
Leia Também
Camil (CAML3) e M.Dias Branco (MDIA3)
Ainda na linha das commodities, a MOS Capital também aposta no bom e velho arroz com feijão. A produtora de alimentos Camil é outra posição relevante da gestora, e basta dar um pulo no supermercado para entender por quê.
O preço do pacote de 5kg de arroz, o produto mais tradicional da marca, quase triplicou desde o fim de 2019. Era de se esperar que as ações da Camil (CAML3) acompanhassem o movimento assim como aconteceu com as produtoras de commodities metálicas, como as siderúrgicas, mas não foi o que aconteceu.
Ainda que os preços dos alimentos não se sustentem nos níveis atuais, eles devem se acomodar bem acima dos patamares de antes da pandemia, segundo Fanchin. “A capacidade de geração de caixa da Camil não está sendo percebida”, disse o gestor, que também possui posição em M. Dias Branco (MDIA3), dona da marca de massas e biscoitos Adria, no setor de alimentos.

Energisa (ENGI11) — bola de segurança
Referência em como empregar bem o dinheiro dos acionistas, a Energisa (ENGI11) é outra ação que ficou para trás nos primeiros meses deste ano. Mas para Fanchin, as ações do grupo de distribuição de energia elétrica são uma espécie de “bola de segurança” dentro da carteira.
A presença da Energisa no fundo remete ao próprio nome da MOS, cuja sigla significa “Margin of Safety”, termo cunhado por Benjamin Graham, o “pai” do chamado value investing, o estilo de investimentos consagrado pelo bilionário Warren Buffett.
O desempenho mais fraco das ações neste ano é também reflexo da disciplina de capital da empresa, segundo o gestor. “A Energisa não entrou nos leilões de saneamento, como fez a Equatorial, e o mercado gosta da temática de crescimento.”
Ainda que o grupo não tenha entrado em novas operações, Fanchin aposta que os resultados dos negócios adquiridos nos últimos anos ainda estão por aparecer.
E o aumento do risco de um novo racionamento de energia? “Naturalmente estamos monitorando a situação, mas nossa visão é que Energisa não será afetada de forma estrutural.”
Leia também:
- Com Light, Eneva, Mercado Livre e “Hapmédica”, HIX Capital vê bolsa barata e bom momento para compra
 - Onde investir num mundo onde tudo sobe de preço? Dahlia Capital diz que é hora de comprar bolsa e dólar
 - O que o gestor do fundo mais rentável da crise espera para a bolsa, o dólar e os juros
 
B3 (B3SA3) — crescimento e dividendo
O banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, cunhou o termo “financial deepening”, que representa a tendência de sofisticação dos investimentos dos brasileiros com a queda dos juros.
O próprio BTG procura ganhar com esse movimento, mas na visão do gestor da MOS a ação que mais se beneficia da onda é a B3 (B3SA3), a dona da bolsa de valores.
As ações da B3 sofreram recentemente com a percepção do mercado de que o fluxo de novos investidores para a bolsa pode diminuir com o processo de alta da taxa básica de juros (Selic). Mais recentemente, as especulações sobre uma futura concorrência também pesaram sobre os papéis.
Mas para o gestor da MOS, a B3 se defende bem mesmo que o “financial deepening” acabe não se revelando tão profundo assim. “A penetração do investimento em bolsa entre os brasileiros ainda é baixa e, mesmo com o juro mais alto, as pessoas ainda vão precisar ter parte dos recursos em ativos de risco.”
Se a perspectiva de crescimento não é suficiente, Fanchin destaca outro ponto que torna o investimento nas ações da B3 atrativo: os dividendos.
A dona da bolsa pode pagar até 150% do lucro aos acionistas, o que representa uma perspectiva de retorno com dividendos (dividend yield) de até 6% nos próximos 12 meses, nos cálculos de Fanchin. “A B3 é um caso raro de empresa que cresce pagando dividendo alto.”
Maior queda do Ibovespa: o que explica as ações da Marcopolo (POMO4) terem desabado após o balanço do terceiro trimestre?
As ações POMO4 terminaram o dia com a maior queda do Ibovespa depois de um balanço que mostrou linhas abaixo do que os analistas esperavam; veja os destaques
A ‘brecha’ que pode gerar uma onda de dividendos extras aos acionistas destas 20 empresas, segundo o BTG
Com a iminência da aprovação do projeto de lei que taxa os dividendos, o BTG listou 20 empresas que podem antecipar pagamentos extraordinários para ‘fugir’ da nova regra
Faltou brilho? Bradesco (BBDC4) lucra mais no 3T25, mas ações tombam: por que o mercado não se animou com o balanço
Mesmo com alta no lucro e na rentabilidade, o Bradesco viu as ações caírem no exterior após o 3T25. Analistas explicam o que pesou sobre o resultado e o que esperar daqui pra frente.
Montanha-russa da bolsa: a frase de Powell que derrubou Wall Street, freou o Ibovespa após marca histórica e fortaleceu o dólar
O banco central norte-americano cortou os juros pela segunda vez neste ano mesmo diante da ausência de dados econômicos — o problema foi o que Powell disse depois da decisão
Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso
Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs
Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025
De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%
Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?
Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?
Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir
Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal
IA nas bolsas: S&P 500 cruza a marca de 6.900 pontos pela 1ª vez e leva o Ibovespa ao recorde; dólar cai a R$ 5,3597
Os ganhos em Nova York foram liderados pela Nvidia, que subiu 4,98% e atingiu uma nova máxima. Por aqui, MBRF e Vale ajudaram o Ibovespa a sustentar a alta.
‘Pacman dos FIIs’ ataca novamente: GGRC11 abocanha novo imóvel e encerra a maior emissão de cotas da história do fundo
Com a aquisição, o fundo imobiliário ultrapassa R$ 2 bilhões em patrimônio líquido e consolida-se entre os maiores fundos logísticos do país, com mais de 200 mil cotistas
Itaú (ITUB4), BTG (BPAC11) e Nubank (ROXO34) são os bancos brasileiros favoritos dos investidores europeus, que veem vida ‘para além da eleição’
Risco eleitoral não pesa tanto para os gringos quanto para os investidores locais; estrangeiros mantêm ‘otimismo cauteloso’ em relação a ativos da América Latina
Gestor rebate alerta de bolha em IA: “valuation inflado é termo para quem quer ganhar discussão, não dinheiro”
Durante o Summit 2025 da Bloomberg Linea, Sylvio Castro, head de Global Solutions no Itaú, contou por que ele não acredita que haja uma bolha se formando no mercado de Inteligência Artificial
Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa, enquanto Fleury (FLRY3) fica na lanterna; veja as maiores altas e quedas da semana
Com a ajuda dos dados de inflação, o principal índice da B3 encerrou a segunda semana seguida no azul, acumulando alta de 1,93%
Ibovespa na China: Itaú Asset e gestora chinesa obtêm aprovação para negociar o ETF BOVV11 na bolsa de Xangai
Parceria faz parte do programa ETF Connect, que prevê cooperação entre a B3 e as bolsas chinesas, com apoio do Ministério da Fazenda e da CVM
Envelhecimento da população da América Latina gera oportunidades na bolsa — Santander aponta empresas vencedoras e quem perde nessa
Nova demografia tem potencial de impulsionar empresas de saúde, varejo e imóveis, mas pressiona contas públicas e produtividade
Ainda vale a pena investir nos FoFs? BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos no IFIX e responde
Em meio ao esquecimento do segmento, o analista do BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos que possuem uma perspectiva positiva
Bolsas renovam recordes em Nova York, Ibovespa vai aos 147 mil pontos e dólar perde força — o motivo é a inflação aqui e lá fora. Mas e os juros?
O IPCA-15 de outubro no Brasil e o CPI de setembro nos EUA deram confiança aos investidores de que a taxa de juros deve cair — mais rápido lá fora do que aqui
Com novo inquilino no pedaço, fundo imobiliário RBVA11 promete mais renda e menos vacância aos cotistas
O fundo imobiliário RBVA11, da Rio Bravo, fechou contrato de locação com a Fan Foods para um restaurante temático na Avenida Paulista, em São Paulo, reduzindo a vacância e ampliando a diversificação do portfólio
Fiagro multiestratégia e FoFs de infraestrutura: as inovações no horizonte dos dois setores segundo a Suno Asset e a Sparta
Gestores ainda fazem um alerta para um erro comum dos investidores de fundos imobiliários que queiram alocar recursos em Fiagros e FI-Infras
FIIs atrelados ao CDI: de patinho feio à estrela da noite — mas fundos de papel ainda não decolam, segundo gestor da Fator
Em geral, o ciclo de alta dos juros tende a impulsionar os fundos imobiliários de papel. Mas o voo não aconteceu, e isso tem tudo a ver com os últimos eventos de crédito do mercado
