Desaceleração chinesa preocupa, alta do IOF desagrada e o Ibovespa acumula queda de 2,5% na semana; dólar avança
Decisão de aumentar o IOF de forma temporária não agradou o mercado e o Ibovespa voltou a operar em queda firme
Desafiando máximas, o Ibovespa provou nesta semana que nem sempre começar com o pé direito é garantia de sucesso. Hoje foi o quarto pregão consecutivo de perdas para o índice.
Brasília de fato parece disposta a manter a harmonia entre os Poderes após as tensões do último 7 de setembro, o que levou o principal índice da bolsa brasileira a subir quase 2% logo na largada da semana.
Mas nem mesmo o sinal de paz e os dados animadores da economia brasileira foram suficientes para afastar as nuvens negras do mercado — as duas principais economias do mundo sofrem para continuar crescendo, o minério de ferro segue em queda livre e ainda não há uma definição satisfatória para a questão dos precatórios.
Essa incerteza com relação ao que será da despesa de mais de R$ 89 bilhões prevista para o governo brasileiro azedou o humor do mercado nos últimos dias, mas foi eclipsado por outro acontecimento na capital federal nesta sexta-feira (17).
Depois de meses de especulação e preocupação, a saída encontrada pelo governo federal para financiar o novo Bolsa Família, rebatizado de Auxílio Brasil, não agradou o mercado, e Ibovespa, dólar e juros refletiram essa insatisfação.
Ontem, o presidente Jair Bolsonaro assinou um decreto que eleva o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) das operações de crédito até dezembro, o que deve encarecer o custo do crédito em um momento de elevação dos juros e fragilidade econômica.
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Trazendo pressão extra para o índice brasileiro, que tem grande participação de empresas do setor siderúrgico, o minério de ferro cedeu 21% só nos últimos dias, reflexo da cruzada do governo chinês para derrubar a produção de aço no país e controlar o preço da commodity.
O Ibovespa acumulou uma queda de 2,49% na semana e fechou a sexta-feira com um recuo de 2,07%, aos 111.439 pontos. Com o resultado, o principal índice da bolsa volta ao nível visto em março deste ano.
No pior momento do dia, o dólar à vista chegou a avançar mais de 1,57%, mas fechou a sexta-feira em alta de 0,32%, a R$ 5,2821, acumulando uma valorização de 0,28% na semana.
É, a semana que começou tranquila terminou no olho do furacão. E ainda vem mais cautela por aí. A semana que vem será marcada pela Super Quarta — com as decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos —, o que adicionou pressão extra sobre o câmbio e a curva de juros hoje. Confira as taxas de fechamento:
- Janeiro/22: de 7,04% para 7,07%
- Janeiro/23: de 8,87% para 9,05%
- Janeiro/25: de 10,08% para 10,20%
- Janeiro/27: de 10,49% para 10,63%
Qual investimento foi mais impactado?
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Pegou mal
Para financiar a ampliação do Bolsa Família após o fim do auxílio emergencial, o presidente Jair Bolsonaro assinou um decreto que visa arrecadar R$ 2,14 bilhões para financiar o novo benefício.
A nova alíquota do Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro (IOF) valerá tanto para pessoas físicas quanto para empresas, com validade de 20 de setembro a 31 de dezembro. Hoje a cobrança máxima é de 3% ao ano para pessoa jurídica e de 6% para pessoa física. Confira as novas regras:
| Nova alíquota diária | Nova alíquota anual | |
| PESSOA JURÍDICA | 0,00559% | 2,04% |
| PESSOA FÍSICA | 0,01118% | 4,08% |
Um problema gigante
Não é só por conta da desaceleração econômica e da queda dos preços das commodities que o mercado olha atentamente para o continente asiático. Embora esses dois fatores sejam suficientes para gerar um aumento da cautela, os problemas financeiros da incorporadora Evergrande podem gerar um impacto muito grande em diversos países além da China.
A empresa passa por problemas de endividamento e liquidez e, por isso, o BC chinês injetou US$ 14 bilhões no sistema financeiro para tentar tranquilizar os investidores, que temem uma reação em cadeia caso a empresa quebre.
A equipe da Ajax Capital não descarta novas medidas de apoio do governo para tentar resgatar a Evergrande, “afinal, com um passivo de mais de US$ 300 bilhões, um eventual default da empresa impactaria bancos, fornecedores, consumidores e investidores, com possibilidade de contágio a outros mercados. “
Sobe e desce do Ibovespa
A semana foi de grande volatilidade para os papéis da Méliuz, que devolveram parte da forte queda recente e subiram quase 20% nos últimos dias. Parte da intensificação da movimentação se deu pelo desdobramento de ações de um para seis, o que tornou o papel mais acessível aos pequenos investidores. Confira as maiores altas da semana:
| CÓDIGO | NOME | VALOR | VARSEM |
| CASH3 | Méliuz ON | R$ 7,11 | 19,90% |
| BEEF3 | Minerva ON | R$ 9,72 | 7,40% |
| CSAN3 | Cosan ON | R$ 23,39 | 7,05% |
| LWSA3 | Locaweb ON | R$ 24,24 | 6,50% |
| HGTX3 | Cia Hering ON | R$ 37,50 | 6,23% |
Com o tombo de 21% registrado pelo minério de ferro na semana, as siderúrgicas marcaram forte presença entre os maiores recuos da semana. Confira também as maiores quedas:
| CÓDIGO | NOME | VALOR | VARSEM |
| SUZB3 | Suzano ON | R$ 52,61 | -13,27% |
| CSNA3 | CSN ON | R$ 29,80 | -11,70% |
| GGBR4 | Gerdau PN | R$ 24,60 | -9,89% |
| VALE3 | Vale ON | R$ 86,15 | -9,13% |
| USIM5 | Usiminas PNA | R$ 13,92 | -9,08% |
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