Lideranças do Congresso costuram solução para precatórios e Ibovespa recupera os 110 mil pontos; dólar recua, mas Evergrande segue no radar
Num dia em que os holofotes deveriam estar sobre a Evergrande e a cautela pré-Copom, foram os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, que deram fôlego para a recuperação
Não faz muito tempo que usei este mesmo espaço para lembrá-los de como o mercado não gosta de incertezas, e a falta de uma leitura clara sobre o futuro acaba prejudicando os negócios na B3.
O dia de hoje veio para provar que, mesmo em meio a incertezas, ter uma noção mais clara do caminho que será seguido abre espaço para um respiro de alívio — e uma recuperação dos ativos domésticos.
Passado o 7 de Setembro, a pauta mais quente no Congresso era o pagamento dos R$ 89 bilhões em precatórios em 2022. O governo daria um calote técnico? O Legislativo aceitaria furar o teto de gastos? O Judiciário colaboraria com a mudança nas regras?
Num dia em que os holofotes deveriam estar sobre a Evergrande e a cautela pré-Copom, foram os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, que deram fôlego para a recuperação.
Após uma reunião, as lideranças do Congresso anunciaram um acordo para encaminhar a pauta dos precatórios. E Lira tem pressa, projetando que a comissão especial na Câmara para encaminhar o tema seja eleita já nesta quarta-feira.
A proposta costurada por Executivo e Legislativo tem como objetivo respeitar o teto de gastos. Dos R$ 89 bilhões previstos no Orçamento para pagamento dos precatórios, quase metade do saldo restante seria pago em 2023 e não mais parcelado, como era a ideia original.
Leia Também
Ação da Isa Energia (ISAE4) está cara, e dividendos não saltam aos olhos, mas endividamento não preocupa, dizem analistas
Esfarelando na bolsa: por que a M.Dias Branco (MDIA3) cai mais de 10% depois do lucro 73% maior no 3T25?
Henrique Zimmermann, da VLG Investimentos Nordeste, aponta que a boa recepção do mercado ao tema se dá porque, com o acordo, o valor não só preservaria o teto de gastos, como também deixaria uma folga a ser destinada aos programas sociais do governo. “O projeto inicial era uma espécie de calote, muito mais complexo, e dava margem para pedaladas fiscais”.
Lira e Pacheco também falaram sobre a importância de garantir que o Auxílio Brasil, novo programa social do governo, entre em vigor ainda em 2021 para auxiliar as famílias carentes. O total destinado ao aumento do Bolsa Família virá da arrecadação com a elevação do Imposto sobre Transações Financeiras (IOF).
Com uma possível solução para uma das maiores dores de cabeça da saúde fiscal brasileira, a bolsa aproveitou para subir com mais força do que Wall Street, que fechou com sinais mistos após muita volatilidade. O Ibovespa recuperou os 110 mil pontos, ao subir 1,29%, a 110.249 pontos, depois de ter recuado mais de 2% na véspera. O dólar à vista recuou 0,84%, a R$ 5,2863.
Isso não quer dizer que os problemas de insolvência com a gigante incorporada chinesa Evergrande são assunto superado. Muito pelo contrário. Amanhã o dia é de decisão de política monetária tanto no Brasil quanto nos Estados, mas os investidores monitoram de perto se o calote das dívidas irá se concretizar ou se o governo chinês virá ao resgate da companhia.
Com o problema fiscal endereçado e caminhando, os investidores ampliaram o alívio na curva de juros em plena véspera do Copom. Para Zimmermann, a melhora do quadro fiscal aponta que o fim do ciclo de normalização da Selic pode ser abaixo do que o mercado já precifica. Na semana passada, os DIs já indicavam a possibilidade de uma Selic de 10% em setembro de 2022. Confira as taxas de fechamento:
- Janeiro de 2022: de 7,08% para 7,09%.
- Janeiro de 2023: de 9,00% para 8,90%
- Janeiro de 2025: de 10,14% para 9,96%
- Janeiro de 2027: de 10,55% para 10,37%
O Brasil de Bolsonaro
Já é tradição. Todos os anos, o presidente brasileiro tem a missão de abrir a Assembleia Geral da ONU, sempre com um discurso muito aguardado.
Em seu pronunciamento feito nesta manhã, Bolsonaro aproveitou a exposição internacional para justificar alguns temas sensíveis aos olhos dos investidores estrangeiros, como desmatamento, ameaças às instituições brasileiras e à Constituição e o enfrentamento da pandemia no país.
O tom adotado pelo presidente esteve longe daquele visto nas manifestações do dia 7 de Setembro e por isso, chegou a animar a bolsa de valores antes de os precatórios surgirem como a grande pauta do dia. Mas isso não significa que a fala terminou sem controvérsias.
Bolsonaro voltou a defender o tratamento precoce contra a covid-19, a não obrigatoriedade da vacina contra o vírus e levantou algumas das suas pautas de costumes, ao defender a ‘família tradicional’. Para Henrique Zimmermann, sócio e head da VLG Investimentos Nordeste, a tímida reação da bolsa se deu por um imaginário de que o texto trouxesse confrontos, mas terminou sem abordar grandes pautas econômicas.
Sem forças para seguir
Após dias de fortes perdas e uma desvalorização de mais de 60% em três meses, o minério de ferro fechou praticamente estável, em leve alta de 0,05%, mas ainda abaixo dos US$ 100 a tonelada.
A Vale e as siderúrgicas até ensaiaram uma recuperação no início do pregão, mas não conseguiram segurar o movimento e chegaram a operar entre as maiores quedas do dia. A melhora do humor geral na bolsa brasileira permitiu alguma recuperação, mas o momento segue delicado para o minério de ferro. Além das intervenções no setor produtor de aço, os desdobramentos da crise da incorporadora imobiliária Evergrande ainda seguem sendo monitorados e devem voltar a impactar os mercados nos próximos dias.
Sobe e desce do Ibovespa
As ações da Méliuz, companhia que tem exibido forte volatilidade desde o desdobramento dos seus papéis, voltaram a ter forte alta nesta terça-feira durante todo o pregão.
Na sequência, vale destacar o avanço da Via (ex-Via Varejo), após a companhia celebrar uma nova marca que mostra o crescimento do seu marketplace. CVC e as companhias aéreas também tiveram um dia para comemorar, repercutindo o afrouxamento de medidas restritivas a brasileiros em diversos países.
A Braskem fechou o dia fora das maiores altas, mas também foi destaque no pregão. Além de a Novonor (antiga Odebrecht) ainda não saber como será feita a venda dos ativos da companhia, o Bank of America ainda vê espaço para que as ações da petroquímica subam mais de 40%. Confira as maiores altas do dia:
| CÓDIGO | NOME | VALOR | VAR |
| CASH3 | Méliuz ON | R$ 7,56 | 13,00% |
| VIIA3 | Via ON | R$ 8,73 | 10,65% |
| CVCB3 | CVC ON | R$ 21,88 | 6,21% |
| LAME4 | Lojas Americanas PN | R$ 5,51 | 4,75% |
| COGN3 | Cogna ON | R$ 3,00 | 4,53% |
Durante a maior parte do dia, as siderúrgicas apresentaram fortes perdas, refletindo as quedas recentes do minério, apesar de hoje o dia ter sido de estabilidade para a commodity. Ao longo do dia, no entanto, a melhora do humor permitiu uma recuperação do setor. Confira as maiores quedas:
| CÓDIGO | NOME | VALOR | VAR |
| GGBR4 | Gerdau PN | R$ 23,91 | -1,89% |
| SULA11 | SulAmérica units | R$ 27,01 | -1,82% |
| IRBR3 | IRB ON | R$ 4,80 | -1,64% |
| B3SA3 | B3 ON | R$ 13,47 | -1,54% |
| RADL3 | Raia Drogasil ON | R$ 25,61 | -1,31% |
A carteira de ações vencedora seja quem for o novo presidente do Brasil, segundo Felipe Miranda
O estrategista-chefe da Empiricus e sócio do BTG Pactual diz quais papéis conseguem suportar bem os efeitos colaterais que toda votação provoca na bolsa
Ibovespa desafia a gravidade e tem a melhor performance desde o início do Plano Real. O que esperar agora?
Em Wall Street, as bolsas de Nova York seguiram voando às cegas com relação à divulgação de indicadores econômicos por conta do maior shutdown da história dos EUA, enquanto os valuations esticados de empresas ligadas à IA seguiram como fonte de atenção
Dólar em R$ 5,30 é uma realidade que veio para ficar? Os 3 motivos para a moeda americana não subir tão cedo
A tendência de corte de juros nos EUA não é o único fato que ajuda o dólar a perder força com relação ao real; o UBS WM diz o que pode acontecer com o câmbio na reta final de 2025
Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa e Minerva (BEEF3) fica na lanterna; confira o sobe e desce das ações
O principal índice da bolsa brasileira acumulou valorização de 3,02% nos últimos cinco pregões e encerrou a última sessão da semana no nível inédito dos 154 mil pontos
Maior queda do Ibovespa: por que as ações da Cogna (COGN3) desabaram mesmo depois de um “trimestre limpo”?
As ações passaram boa parte do dia na lanterna do Ibovespa depois do balanço do terceiro trimestre, mas analistas consideraram o resultado como positivo
Fred Trajano ‘banca’ decisão que desacelerou vendas: “Magalu nunca foi de crescer dando prejuízo, não tem quem nos salve se der errado”
A companhia divulgou os resultados do segundo trimestre ontem (6), com queda nas vendas puxada pela desaceleração intencional das vendas no marketplace; entenda a estratégia do CEO do Magazine Luiza
Fome no atacado: Fundo TRXF11 compra sete imóveis do Atacadão (CAFR31) por R$ 297 milhões e mantém apetite por crescimento
Com patrimônio de R$ 3,2 bilhões, o fundo imobiliário TRXF11 saltou de 56 para 74 imóveis em apenas dois meses, e agora abocanhou mais sete
A série mais longa em 28 anos: Ibovespa tem a 12ª alta seguida e o 9° recorde; dólar cai a R$ 5,3489
O principal índice da bolsa brasileira atingiu pela primeira vez nesta quinta-feira (6) o nível dos 154 mil pontos. Em mais uma máxima histórica, alcançou 154.352,25 pontos durante a manhã.
A bolsa nas eleições: as ações que devem subir com Lula 4 ou com a centro-direita na Presidência — e a carteira que ganha em qualquer cenário
Felipe Miranda, estrategista-chefe da Empiricus e sócio do BTG Pactual, fala sobre como se posicionar para as eleições de 2026 e indica uma carteira de ações capaz de trazer bons resultados em qualquer cenário
As ações para ‘evitar ser estúpido’ da gestora cujo fundo rende 8 vezes mais que o Ibovespa
Atmos Capital tem 40% da carteira de R$ 14 bilhões alocada em concessionárias de serviços públicos; veja as ações da gestora
Nasdaq bate à porta do Brasil: o que a bolsa dos ‘todo-poderosos’ dos EUA quer com as empresas daqui?
Em evento em São Paulo, representantes da bolsa norte-americana vieram tentar convencer as empresas de que abrir capital lá não é um sonho tão distante
Ibovespa volta a fazer história: sobe 1,72% e supera a marca de 153 mil pontos antes do Copom; dólar cai a R$ 5,3614
Quase toda a carteira teórica avançou nesta quarta-feira (5), com os papéis de primeira linha como carro-chefe
Itaú (ITUB4) continua o “relógio suíço” da bolsa: lucro cresce, ROE segue firme e o mercado pergunta: é hora de comprar?
Lucro em alta, rentabilidade de 23% e gestão previsível mantêm o Itaú no topo dos grandes bancos. Veja o que dizem os analistas sobre o balanço do 3T25
Depois de salto de 50% no lucro líquido no 3T25, CFO da Pague Menos (PGMN3) fala como a rede de farmácias pode mais
O Seu Dinheiro conversou com o CFO da Pague Menos, Luiz Novais, sobre os resultados do terceiro trimestre de 2025 e o que a empresa enxerga para o futuro
FII VGHF11 volta a reduzir dividendos e anuncia o menor pagamento em quase 5 anos; cotas apanham na bolsa
Desde a primeira distribuição, em abril de 2021, os dividendos anunciados neste mês estão entre os menores já pagos pelo FII
Itaú (ITUB4) perde a majestade e seis ações ganham destaque em novembro; confira o ranking das recomendações dos analistas
Após voltar ao topo do pódio da série Ação do Mês em outubro, os papéis do banco foram empurrados para o fundo do baú e, por pouco, não ficaram de fora da disputa
Petrobras (PETR4) perde o trono de empresa mais valiosa da B3. Quem é o banco que ‘roubou’ a liderança?
Pela primeira vez desde 2020, essa companhia listada na B3 assumiu a liderança do ranking de empresas com maior valor de mercado da bolsa brasileira; veja qual é
Fundo imobiliário GARE11 vende 10 imóveis, locados ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), por R$ 485 milhões
A venda envolve propriedades locadas ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), que pertenciam ao FII Artemis 2022
Ibovespa atinge marca inédita ao fechar acima dos 150 mil pontos; dólar cai a R$ 5,3574
Na expectativa pela decisão do Copom, o principal índice de ações da B3 segue avançando, com potencial de chegar aos 170 mil pontos, segundo a XP
A última dança de Warren Buffett: ‘Oráculo de Omaha’ vai deixar a Berkshire Hathaway com caixa em nível recorde
Lucro operacional da Berkshire Hathaway saltou 34% em relação ao ano anterior; Warren Buffett se absteve de recomprar ações do conglomerado.
