Ibovespa passa a recuar após fala mais dura de dirigente do Fed; dólar segue instável
O temor com a inflação global persiste, por isso a atenção dos investidores se voltam mais uma vez para os dirigentes do Fed. Por aqui, os bancos devem repercutir a alta da tributação do setor.
Nem mesmo a alta do setor de commodities conseguiu segurar o Ibovespa no azul nesta quarta-feira (23). O pano de fundo segue sendo o futuro da política monetária dos Estados Unidos, com novas falas de dirigentes do banco central americano e dados da atividade econômica mais confundindo do que ajudando os investidores.
A contradição vem do fato que os dados de atividade da principal economia do mundo segue mostrando aquecimento em alguns setores e uma recuperação mais lenta em outras. Além disso, dois membros do Fomc deram declarações pela manhã e acabaram revertendo o alívio deixado pelas palavras de Jerome Powell ontem.
Hoje o foco está em Raphael Bostic, do Fed de Atlanta, e Michelle Bowman, do Fed de Cleveland. A reação mais significativa do mercado foi com a fala de Bostic. O presidente do Fed de Atlanta foi um dos dirigentes que antecipou a projeção de alta para os juros na última decisão de política monetária, divulgada na semana passada.
Para ele, o Federal Reserve está próximo de alcançar os requisitos para se discutir a retirada dos estímulos monetários - isso vai depender do desempenho do mercado de trabalho nos próximos meses. Para Bostic, a inflação americana deve ficar em torno de 3,4% em 2021.
As bolsas americanas, que abriram em alta, agora operam mistas. No Brasil, a fala de Bostic anulou o desempenho das commodities. Por volta das 16h, o principal índice da bolsa brasileira operava em queda de 0,11%, aos 128.629 pontos.
No mercado de câmbio, o dia é mais volátil, acompanhando a instabilidade no movimento dos Treasuries nos EUA e a pressão de alguns temores fiscais com a prorrogação do auxílio emergencial. Em live promovida pela Fiesp, o ministro da Economia Paulo Guedes afirmou que a confirmação do pagamento do auxílio até outubro deve ser feita ainda nesta semana e também comentou sobre o novo patamar do dólar. Para o ministro, a moeda americana ainda deve cair mais, com o câmbio de equilíbrio "bem abaixo dos R$ 5,00".
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Apesar da instabilidade, o dólar à vista tem sustentado o patamar de fechamento alcançado ontem pela primeira vez em mais de um ano. No mesmo horário, a moeda americana tinha alta de 0,08%, a R$ 4,9708.
Depois de um dia de movimentação intensa no mercado de juros brasileiro, repercutindo o tom mais duro do BC local na ata da última decisão do Copom e a possibilidade de aumento de 1 ponto percentual na próxima reunião, os principais contratos de DI abriram o dia em queda, mas o estresse no câmbio e a mudança no cenário externo impactou os juros futuros, que foram às máximas. Confira:
- Janeiro/22: de 5,73% para 5,77%
- Janeiro/23: de 7,25% para 7,30%;
- Janeiro/24: de 7,87% para 7,93%;
- Janeiro/25: de 8,20% para 8,24%.
- Janeiro/27: de 8,64% para 8,64%
Contradições?
Enquanto o PMI do setor de serviços americano veio abaixo do esperado - 64,8 ante 70,4 do mês anterior -, indicando uma recuperação mais lenta, o setor manufatureiro superou as expectativas. O índice de gerentes de compras composto caiu a 63,9, de 68,7 em maio.
Contribuindo para o cenário está a fala de Bowman, que afirmou que a inflação pode ser mais persistente e levar “algum tempo” até ser normalizada. A fala de Bostic, no começo da tarde, agravou o cenário.
Sobe e desce
Por aqui, o setor de commodities patrocina a nova alta do Ibovespa. Depois da queda significativa na última semana, o minério de ferro volta a acumular uma alta forte de 3% nas últimas duas sessões. Com isso, empresas com exposição à commodity como Vale, Usiminas e CSN, são as que apresentam alta mais significativa.
O petróleo também tem alta significativa, com os barris WTI para agosto e o Brent para agosto subindo cerca de 1,20% cada.
Ainda falando dos principais destaques do dia, vale ressaltar que o alívio no câmbio e a perspectiva de reabertura econômica impulsiona também as empresas do setor aéreo e turismo. Confira:
| CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
| BRKM5 | Braskem PNA | R$ 56,28 | 2,53% |
| BIDI11 | Banco Inter unit | R$ 71,75 | 2,14% |
| RENT3 | Localiza ON | R$ 64,28 | 2,03% |
| CVCB3 | CVC ON | R$ 29,41 | 1,76% |
| YDUQ3 | Yduqs ON | R$ 35,22 | 1,88% |
Confira também as maiores quedas do dia:
| CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
| EZTC3 | EZTEC ON | R$ 32,28 | -4,10% |
| PCAR3 | GPA ON | R$ 39,87 | -4,04% |
| BBSE3 | BB Seguridade ON | R$ 24,89 | -2,55% |
| CSAN3 | Cosan ON | R$ 24,68 | -2,26% |
| CYRE3 | Cyrela ON | R$ 23,22 | -2,15% |
No radar
O mercado também observa de perto a movimentação do setor financeiro. A MP que permite um aumento da tributação dos bancos (CSLL) foi aprovada. A medida abre caminho para o subsídio do diesel. Com isso, a CSLL paga pelos bancos sobe de 20% para 25%. Já as seguradoras passam a pagar 20%, contra os atuais 15%. Ainda assim os principais bancos têm um dia de alta na bolsa.
| CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
| BBAS3 | Banco do Brasil ON | R$ 34,32 | 1,39% |
| SANB11 | Santander Brasil units | R$ 44,20 | 1,38% |
| ITUB4 | Itaú Unibanco PN | R$ 32,41 | 1,19% |
| BBDC4 | Bradesco PN | R$ 27,38 | 0,81% |
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