Ibovespa deixa otimismo com Biden de lado e tem queda firme; dólar também recua
Enquanto no exterior o clima é de otimismo com a posse de Joe Biden, por aqui as tensões domésticas falam mais alto
Chegou o grande dia! Donald Trump já se despediu da Casa Branca e Joe Biden é oficialmente o novo presidente dos Estados Unidos. Como o novo governo é quase garantia de mais estímulos econômicos, o mercado reage positivamente à posse de Biden nesta quarta-feira (20). Durante o seu discurso, os índices Nasdaq e S&P 500 chegaram a bater novos recordes intraday,
O Ibovespa até tentou seguir o ritmo, mas o peso da tensão doméstica, que vem de diversas frentes, e a expectativa pela decisão do Copom limitam os ganhos, seguindo o movimento de queda de ontem e apagando os ganhos obtidos pela manhã.
Por volta das 16h50, o principal índice da bolsa brasileira recuava 0,79%, aos 119.687 pontos. O dólar segue a trajetórica internacional e tem um dia de alívio, recuando 0,69%, aos R$ 5,3083. O movimento é impulsionado pelo fluxo positivo de investimentos estrangeiros hoje no país.
É hora de falar tchau
A posse do presidente eleito Joe Biden é um dos principais destaques do dia. Mais do que a cerimônia em si, o mercado repercute também o discurso e as primeiras medidas anunciadas pelo novo ocupante da Casa Branca. Biden promete não só novos estímulos como também ampliar o programa de vacinação nos Estados Unidos. Em seu discurso inicial, Biden pediu a união dos EUA, após o conturbado processo eleitoral.
Ontem, o mercado já teve um gostinho do que pode vir a ser o governo Biden. Janet Yellen, ex-presidente do Federal Reserve, foi indicada por Biden para assumir o Tesouro americano e discursou ontem no Congresso Americano.
A futura secretária do Tesouro confirmou as expectativas e defendeu o pacote de US$ 1,9 trilhão proposto por Biden, disse que os EUA não irão desvalorizar o dólar para ganhar vantagem competitiva, reforçou a importância de se investir em infraestrutura e defendeu reverter os benefícios fiscais concedidos por Trump.
Leia Também
As principais bolsas europeias fecharam o dia em alta, otimistas com o novo governo. Durante o discurso de Biden, as bolsas em Nova York ampliaram a alta, com o Nasdaq e o S&P 500 batendo novos recordes intraday.
Focos de tensão
Embora o cenário externo de otimismo influencie, os investidores locais possuem uma série de questões delicadas no radar, o que impede que o Ibovespa fique no campo positivo.
O principal é a vacinação em solo nacional. As seis milhões de doses disponíveis foram distribuídas entre os estados e a chegada e produção de novas doses está comprometida. Isso porque a China tem dificultado a exportação dos insumos necessários para a produção.
Ontem, a FioCruz já adiou para março a entrega das doses prometidas. A China admitiu que o entrave tem raiz na postura do governo brasileiro com o governo chinês e nos ataques feitos pelos filhos do presidente.
Existe também uma dificuldade para o país importar as doses que o governo federal diz ter adquirido da Índia. Ontem, o governo indiano anunciou uma lista com seis países que devem receber as doses, mas o Brasil não era um deles.
Uma dificuldade na vacinação levanta mais uma vez a preocupação com o cenário fiscal. Sem uma vacinação em larga escala feita rapidamente, é possível que o governo volte a recorrer aos estímulos fiscais, piorando a situação já comprometida das contas públicas.
Agora cedo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, se reuniu com o embaixador da China para tentar resolver o impasse. Maia afirmou que não acredita que o país asiático irá retaliar por meio da produção de vacinas e afirmou ter sido uma ótima reunião. Segundo o presidente da Câmara, a embaixada ainda não foi procurada pelo governo federal.
Com a preocupação renovada com o teto fiscal, o mercado também observa de perto a corrida pela presidência da Câmara. Tanto o principal candidato da oposição, Baleia Rossi, quanto o do governo, Arthur Lira, já sinalizaram interesse em voltar a discutir a extensão do auxílio emergencial.
O futuro da Selic
O Comitê de Política Monetária (Copom) divulga hoje, após o fechamento do mercado (18h30), a decisão que dita o futuro da taxa básica de juros, a Selic, que hoje se encontra na mínima histórica de 2% ao ano.
Pressionado pela retomada da inflação, câmbio elevado e difícil retomada da economia, o mercado espera que o BC mantenha a taxa em 2%. Por isso, mais importante que a própria decisão é o comunicado, que deve trazer um discurso que "prepara o terreno" para um eventual ciclo de alta da taxa. Uma dessas medidas pode ser a retirada do forward guidance, a prescrição futura que sinaliza os próximos passos da política monetária do país.
No aguardo da decisão do Copom, o mercado de juros opera em queda, com destaque para os juros mais longos. Confira as taxas de hoje:
- Janeiro/2022: de 3,255% para 3,23%
- Janeiro/2023: de 5,025% para 4,97%
- Janeiro/2025: de 6,49% para 6,48%
- Janeiro/2027: de 7,19% para 7,14%
Sobe e desce
As empresas de e-commerce se destacam no início do pregão desta quarta-feira (20). Segundo Marcio Lórega, analista da Ativa Investimentos, a piora no cenário da pandemia leva os investidores de volta para os ativos ligados à "nova economia" e que conseguem se favorecer do cenário de isolamento social. Com a apreensão dos rumos da vacinação no país, esse setor sobe em bloco.
Já Victor Benndorf, analista da Apollo Investimentos, aponta que, puxado pelos bons números da Netflix no quarto trimestre, o setor de tecnologia tem uma boa recuperação no mercado internacional nesta quarta-feira. Com um bom fluxo de entrada de investimentos estrangeiros na B3 hoje, esse setor, que já está preparado para um momento de crise e que teve um desconto recente, ganha a preferência.
Novidades também para a Suzano. A empresa reajustou o valor da celulose vendida na China, Europa e América do Norte. A decisão catapulta a companhia para o topo das maiores altas do dia. As ações da Klabin também se favorecem do movimento.
Confira as maiores altas do dia:
| CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
| BTOW3 | B2W ON | R$ 85,58 | 6,15% |
| VVAR3 | Via Varejo ON | R$ 14,78 | 3,21% |
| MGLU3 | Magazine Luiza ON | R$ 24,83 | 3,11% |
| LAME4 | Lojas Americanas PN | R$ 25,34 | 2,80% |
| HGTX3 | Cia Hering ON | R$ 17,00 | 1,74% |
Também repercutindo o cenário de vacinação, as companhias aéreas, que sobrem com o impacto do coronavírus, lideram as quedas do dia. Vale lembrar que recentemente elas tiveram uma recuperação, apoiada na esperança com o início da campanha de imunização em solo nacional.
As ações das mineradoras e siderúrgicas vão na contramão da valorização do minério de ferro e também caem em bloco. Confira também as maiores quedas do Ibovespa:
| CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
| EMBR3 | Embraer ON | R$ 9,16 | -3,27% |
| AZUL4 | Azul PN | R$ 36,52 | -2,85% |
| USIM5 | Usiminas PNA | R$ 13,99 | -2,51% |
| GGBR4 | Gerdau PN | R$ 25,09 | -2,26% |
| EQTL3 | Equatorial ON | R$ 22,26 | -2,24% |
Fiagro multiestratégia e FoFs de infraestrutura: as inovações no horizonte dos dois setores segundo a Suno Asset e a Sparta
Gestores ainda fazem um alerta para um erro comum dos investidores de fundos imobiliários que queiram alocar recursos em Fiagros e FI-Infras
FIIs atrelados ao CDI: de patinho feio à estrela da noite — mas fundos de papel ainda não decolam, segundo gestor da Fator
Em geral, o ciclo de alta dos juros tende a impulsionar os fundos imobiliários de papel. Mas o voo não aconteceu, e isso tem tudo a ver com os últimos eventos de crédito do mercado
JP Morgan rebaixa Fleury (FLRY3) de compra para venda por desinteresse da Rede D’Or, e ações têm maior queda do Ibovespa
Corte de recomendação leva os papéis da rede de laboratórios a amargar uma das maiores quedas do Ibovespa nesta quarta (22)
“Não é voo de galinha”: FIIs de shoppings brilham, e ainda há espaço para mais ganhos, segundo gestor da Vinci Partners
Rafael Teixeira, gestor da Vinci Partners, avalia que o crescimento do setor é sólido, mas os spreads estão maiores do que deveriam
Ouro cai mais de 5% com correção de preço e tem maior tombo em 12 anos — Citi zera posição no metal precioso
É a pior queda diária desde 2013, em um movimento influenciado pelo dólar mais forte e perspectiva de inflação menor nos EUA
Por que o mercado ficou tão feliz com a prévia da Vamos (VAMO3) — ação chegou a subir 10%
Após divulgar resultados operacionais fortes e reforçar o guidance para 2025, os papéis disparam na B3 com investidores embalados pelo ritmo de crescimento da locadora de caminhões e máquinas
Brava Energia (BRAV3) enxuga diretoria em meio a reestruturação interna e ações têm a maior queda do Ibovespa
Companhia simplifica estrutura, une áreas estratégicas e passa por mudanças no alto escalão enquanto lida com interdição da ANP
Inspirada pela corrida pelo ouro, B3 lança Índice Futuro de Ouro (IFGOLD B3), 12° novo indicador do ano
Novo indicador reflete a crescente demanda pelo ouro, com cálculos diários baseados no valor de fechamento do contrato futuro negociado na B3
FII RCRB11 zera vacância do portfólio — e cotistas vão sair ganhando com isso
O contrato foi feito no modelo plug-and-play, em que o imóvel é entregue pronto para uso imediato
Recorde de vendas e retorno ao Minha Casa Minha Vida: é hora de comprar Eztec (EZTC3)? Os destaques da prévia do 3T25
BTG destaca solidez nos números e vê potencial de valorização nas ações, negociadas a 0,7 vez o valor patrimonial, após a Eztec registrar o maior volume de vendas brutas da sua história e retomar lançamentos voltados ao Minha Casa Minha Vida
Usiminas (USIM5) lidera os ganhos do Ibovespa e GPA (PCAR3) é a ação com pior desempenho; veja as maiores altas e quedas da semana
Bolsa se recuperou e retornou aos 143 mil pontos com melhora da expectativa para negociações entre Brasil e EUA
Como o IFIX sobe 15% no ano e captações de fundos imobiliários continuam fortes mesmo com os juros altos
Captações totalizam R$ 31,5 bilhões até o fim de setembro, 71% do valor captado em 2024 e mais do que em 2023 inteiro; gestores usam estratégias para ampliar portfólio de fundos
De operário a milionário: Vencedor da Copa BTG Trader operava “virado”
Agora milionário, trader operava sem dormir, após chegar do turno da madrugada em seu trabalho em uma fábrica
Apesar de queda com alívio nas tensões entre EUA e China, ouro tem maior sequência de ganhos semanais desde 2008
O ouro, considerado um dos ativos mais seguros do mundo, acumulou valorização de 5,32% na semana, com maior sequência de ganhos semanais desde setembro de 2008.
Roberto Sallouti, CEO do BTG, gosta do fundamento, mas não ignora análise técnica: “o mercado te deixa humilde”
No evento Copa BTG Trader, o CEO do BTG Pactual relembrou o início da carreira como operador, defendeu a combinação entre fundamentos e análise técnica e alertou para um período prolongado de volatilidade nos mercados
Há razão para pânico com os bancos nos EUA? Saiba se o país está diante de uma crise de crédito e o que fazer com o seu dinheiro
Mesmo com alertas de bancos regionais dos EUA sobre o aumento do risco de inadimplência de suas carteiras de crédito, o risco não parece ser sistêmico, apontam especialistas
Citi vê mais instabilidade nos mercados com eleições de 2026 e tarifas e reduz risco em carteira de ações brasileiras
Futuro do Brasil está mais incerto e analistas do Citi decidiram reduzir o risco em sua carteira recomendada de ações MVP para o Brasil
Kafka em Wall Street: Por que você deveria se preocupar com uma potencial crise nos bancos dos EUA
O temor de uma infestação no setor financeiro e no mercado de crédito norte-americano faz pressão sobre as bolsas hoje
B3 se prepara para entrada de pequenas e médias empresas na Bolsa em 2026 — via ações ou renda fixa
Regime Fácil prevê simplificação de processos e diminuição de custos para que companhias de menor porte abram capital e melhorem governança
Carteira ESG: BTG passa a recomendar Copel (CPLE6) e Eletrobras (ELET3) por causa de alta no preço de energia; veja as outras escolhas do banco
Confira as dez escolhas do banco para outubro que atendem aos critérios ambientais, sociais e de governança corporativa
