Vacinação no Brasil volta a fazer preço, e Ibovespa sobe 0,59%, deixando para trás cautela com ‘Super Quarta’; dólar recua mais de 1%
Mercado deve operar em compasso de espera até a próxima quarta-feira, quando os BCs do Brasil e dos Estados Unidos divulgarão as suas decisões de política monetária
Bem longe dos estádios da Eurocopa, a segunda-feira (14) foi marcada por uma disputa de bola dividida. Jogando em times adversários, de um lado temos a cautela que tradicionalmente antecede as decisões de política monetária – e nesta semana teremos novidades no Brasil e nos Estados Unidos – e do outro o otimismo do mercado com o avanço da vacinação no país.
Por aqui, o segundo time levou a melhor. Nas últimas semanas, governadores e prefeitos têm feito de tudo para garantir a aceleração do calendário de vacinação para a população adulta acima dos 18 anos. Ontem, o governador de São Paulo, João Doria, anunciou o novo plano de imunização estadual, com todos os adultos recebendo a primeira dose até o dia 15 de setembro.
Para Bruno Madruga, head de renda variável da Monte Bravo Investimentos, o movimento deve ser replicado por outras cidades e estados, mas essa antecipação da vacinação não vinha sendo precificada pela bolsa brasileira – até agora.
Mesmo com a alta do rendimento dos títulos do Tesouro americano e a queda do Dow Jones, refletindo a preocupação dos agentes do mercado com a atuação do Federal Reserve na próxima quarta-feira, a bolsa brasileira chegou a romper novamente a marca dos 131 mil pontos, mas acabou perdendo a força ao longo do dia e fechou a sessão em uma alta de 0,59%, aos 129.441 pontos.
Com a vacinação melhorando as estimativas para a retomada econômica, o fluxo de capital estrangeiro entrando no país trouxe alívio aos juros futuros e ao câmbio. O dólar à vista recuou 1,02%, a R$ 5,0707, devolvendo os ganhos da última sessão.
Mesmo com a alta vista no mercado de juros futuros americano, os principais contratos de DI operaram em queda nesta tarde, com exceção da ponta mais curta. Confira:
Leia Também
- Janeiro/2022: de 5,29% para 5,33%
- Janeiro/2023: de 6,96% para 6,69%
- Janeiro/2025: de 8,05% para 8,00%
- Janeiro/2027: de 8,53% para 8,48%
Time azul
A aceleração da vacinação no país traz fôlego extra para as expectativas de retorno “ao normal”, favorecendo uma retomada da economia mais robusta, como a observada no exterior.
Ao longo do dia, a notícia de que a Janssen não irá mais entregar as três milhões de doses que estavam previstas para a próxima terça-feira (15) chegou a levantar dúvidas sobre a capacidade de o governo de São Paulo cumprir o cronograma estipulado. A secretária de saúde estadual, no entanto, disse que as novas datas anunciadas não levavam em conta a remessa do laboratório.
Veja vídeo abaixo sobre o impacto da antecipação da vacina na bolsa:
Com o otimismo renovado, nem mesmo o IBC-Br abaixo das expectativas derrubou o mercado. Considerado a prévia do PIB do BC, o indicador mostrou uma aceleração da atividade em abril, de 0,44% ante março, quando o recuo mensal havia sido de 1,61%.
Em Brasília, a medida provisória que abre caminho para a privatização da Eletrobras deve ser votada na próxima quarta-feira – e o mercado está otimista.
Time vermelho
Os mercados aguardam ansiosos os acontecimentos da Super Quarta, com as decisões de política monetária do Brasil e dos Estados Unidos. Os dois BCs estão pressionados pelo avanço da inflação, mas as respostas esperadas são bem distintas.
No Brasil, os investidores aguardam um avanço de 0,75 ponto percentual na taxa Selic, já contratado na última reunião, além de mudanças na comunicação da decisão. Para muitos, o BC deve abrir mão da sinalização de que o ajuste é “parcial” e mostrar que persegue uma taxa de juros neutra.
Já nos Estados Unidos, a expectativa é pela manutenção dos estímulos monetários e nova sinalização de que a taxa de juros deve se manter na faixa atual até 2023. No comunicado, os investidores esperam que o Fed aponte sua análise sobre a disparada dos preços, principalmente com relação a aspectos mais persistentes.
Em Wall Street, o Dow Jones recuou 0,25%. Já o S&P 500 e o Nasdaq alcançaram novos topos históricos ao subirem 0,18% e 0,74%, respectivamente.
Sobe e desce
Com os olhos voltados para a retomada, os setores mais prejudicados pelas medidas de distanciamento social apresentaram uma alta expressiva nesta segunda-feira e foram empurrados também pela confirmação da prorrogação do auxílio emergencial por mais três meses.
Bruno Madruga, da Monte Bravo, aponta que a oscilação vista hoje nos DIs e a aposta de uma retomada com mais fôlego beneficia setores bem pontuais. Hoje pudemos observar uma valorização do índice imobiliário, puxado pelos shoppings centers, e do setor de consumo.
Bastante descontadas, as empresas de educação também aproveitaram o dia para buscar uma recuperação. Confira as maiores altas do dia:
| CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
| COGN3 | Cogna ON | R$ 4,75 | 9,45% |
| LWSA3 | Locaweb ON | R$ 26,72 | 6,20% |
| BTOW3 | B2W ON | R$ 70,98 | 5,44% |
| BRML3 | BR Malls ON | R$ 11,80 | 4,70% |
| YDUQ3 | Yduqs ON | R$ 35,10 | 4,15% |
Fora do Ibovespa, chamou a atenção o desempenho das ações da Fertilizantes Heringer, que recuaram mais de 40%. Confira as maiores quedas do principal índice da bolsa:
| CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
| GGBR4 | Gerdau PN | R$ 32,11 | -2,70% |
| GOAU4 | Metalúrgica Gerdau PN | R$ 14,45 | -2,30% |
| BRKM5 | Braskem PNA | R$ 56,14 | -2,02% |
| PRIO3 | PetroRio ON | R$ 19,41 | -1,42% |
| KLBN11 | Klabin units | R$ 25,68 | -1,23% |
Os recordes voltaram: ouro é negociado acima de US$ 4.450 e prata sobe a US$ 69 pela 1ª vez na história. O que mexe com os metais?
No acumulado do ano, a valorização do ouro se aproxima de 70%, enquanto a alta prata está em 128%
LCIs e LCAs com juros mensais, 11 ações para dividendos em 2026 e mais: as mais lidas do Seu Dinheiro
Renda pingando na conta, dividendos no radar e até metas para correr mais: veja os assuntos que dominaram a atenção dos leitores do Seu Dinheiro nesta semana
R$ 40 bilhões em dividendos, JCP e bonificação: mais de 20 empresas anunciaram pagamentos na semana; veja a lista
Com receio da nova tributação de dividendos, empresas aceleraram anúncios de proventos e colocaram mais de R$ 40 bilhões na mesa em poucos dias
Musk vira primeira pessoa na história a valer US$ 700 bilhões — e esse nem foi o único recorde de fortuna que ele bateu na semana
O patrimônio do presidente da Tesla atingiu os US$ 700 bilhões depois de uma decisão da Suprema Corte de Delaware reestabelecer um pacote de remuneração de US$ 56 bilhões ao executivo
Maiores quedas e altas do Ibovespa na semana: com cenário eleitoral e Copom ‘jogando contra’, índice caiu 1,4%; confira os destaques
Com Copom firme e incertezas políticas no horizonte, investidores reduziram risco e pressionaram o Ibovespa; Brava (BRAV3) é maior alta, enquanto Direcional (DIRR3) lidera perdas
Nem o ‘Pacman de FIIs’, nem o faminto TRXF11, o fundo imobiliário que mais cresceu em 2025 foi outro gigante do mercado; confira o ranking
Na pesquisa, que foi realizada com base em dados patrimoniais divulgados pelos FIIs, o fundo vencedor é um dos maiores nomes do segmento de papel
De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar
“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237
Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)
‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus
CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.
Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem
Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário
Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025
Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira
Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall
A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores
Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema
Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem
