Inflação acelerada pressiona juros e aumenta expectativa para números dos EUA; dólar sobe forte e bolsa fica estável
Com a proximidade das decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, amanhã as atenções se voltam para a inflação americana.
Em campo: inflação brasileira acima do esperado e no maior nível para o mês de maio em 25 anos divulgada nesta quarta-feira (09). No aquecimento: índice de preços ao consumidor (CPI) nos Estados Unidos, o grande evento da semana, que será conhecido amanhã (10).
Não tem como fugir. Quem anda ditando o ritmo do jogo no mercado financeiro é a trajetória dos preços, seja no Brasil ou no exterior. A recuperação econômica pós-crise do coronavírus está de fato engatilhada, com projeções para a atividade cada vez melhores, mas ela vem acompanhada de um personagem indigesto que obriga os Bancos Centrais a voltarem a considerar ou, de fato, elevarem suas taxas básicas de juros.
Que a inflação está aquecida não chega a ser uma novidade. O mercado já esperava que a leitura do Índice nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) viesse salgado, mas o número divulgado hoje pelo IBGE foi ainda pior que o esperado. O índice subiu 0,83% em abril, acima de todas as estimativas dos analistas consultados pela Broadcast e registrando uma alta superior a 8% nos últimos 12 meses.
Sem outras grandes divulgações no mercado, esse foi o número que ficou na boca de todos ao longo do dia. A bolsa flertou com a continuidade do movimento de realização dos lucros recentes visto ontem e abriu o dia em queda, mas o bom desempenho das commodities e as expectativas de que a inflação americana não acelere além do esperado sustentou o fluxo comprador ao longo do dia.
Na reta final do pregão, no entanto, com Nova York passando para o negativo e os mercados de câmbio e juros pressionados, o Ibovespa não conseguiu sustentar a alta, terminando o dia próximo do zero a zero. O principal índice da bolsa, que voltou a se aproximar dos 131 mil pontos nas máximas, acabou fechando o dia em leve alta de 0,09%, aos 129.906 pontos.
No mercado de juros, a tendência inicial foi mantida ao longo de todo o dia: estresse. O mercado segue acreditando que a próxima reunião do Copom deve trazer a já sinalizada elevação de 0,75 ponto percentual na Selic, mas começa a aumentar as apostas para 2022.
Leia Também
Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos, aponta que essa revisão acompanha a percepção de que o Banco Central não irá cumprir a meta de inflação em 2021, mas deve se esforçar para conseguir o feito em 2022 - o que exige um aumento maior que o projetado pelo mercado até o momento. Confira as taxas de fechamento do dia:
- Janeiro/2022: de 5,12% para 5,22%
- Janeiro/2023: de 6,72% para 6,81%
- Janeiro/2025: de 7,76% para 7,84%
- Janeiro/2027: de 8,30% para 8,33%
Com o dólar à vista próximo da marca dos R$ 5, os investidores aproveitam o momento “barato” da moeda para comprar, o que foi uma das razões que explicam a alta de 0,69%, a R$ 5,0692, vista hoje. Além disso, foi possível observar uma valorização da divisa perante as principais moedas emergentes e um ajuste de expectativa para a divulgação do CPI amanhã.
João Guilherme Penteado, CEO da Apollo Investimentos, explica que como a inflação representa a perda de poder de compra de uma determinada moeda, os investidores estão atentos aos dois números. “Se no Brasil a inflação for alta e nos EUA a inflação for baixa, o real perde valor perante o dólar”.
Nos Estados Unidos, o dia acabou no vermelho, com o Dow Jones caindo 0,44%, o S&P 500 recuando 0,18% e o Nasdaq praticamente estável, mas os rendimentos dos títulos do Tesouro Americano recuaram, mostrando que os investidores não apostam em surpresas negativas para o CPI amanhã.
“Existe prêmio na curva, mas…”
Quanto mais próximos das decisões de política monetária do Federal Reserve e do Copom chegamos, mais o mercado de juros ganha destaque. Como o aumento das taxas são é uma das principais ferramentas para combater a alta dos preços, dados de inflação são alguns dos indicadores mais observados.
Na semana que vem, é a vez do Federal Reserve. Uma semana depois, o Banco Central brasileiro entra em cena. Apesar de a inflação acima das expectativas aqui e no exterior pressionarem ainda mais as autoridades monetárias, o mercado já dá como contratadas as duas decisões. Por aqui, uma alta de 0,75 ponto percentual. Nos EUA, uma manutenção da política atual.
“É aquele velho ponto de interrogação. Na curva [de juros] ainda tem prêmio, mas a inflação não arrefece”, aponta Licinio Neto, sócio-gestor da Ajax Capital. Essa dúvida aumenta o teor especulativo do mercado com relação aos próximos movimentos do BC, mas, para o gestor, uma mudança significativa só deve ser observada com a tradicional reunião dos Bancos Centrais em Jackson Hole, que ocorre em agosto.
Sobe e desce
Com a valorização do dólar frente ao real, empresas exportadoras acabaram se fortalecendo na sessão de hoje. O destaque principal ficou com a Suzano, que foi acompanhada por uma valorização expressiva dos papéis dos setores de metalurgia e siderurgia. Confira as maiores altas do dia:
| CÓDIGO | NOME | VALOR | VAR |
| SUZB3 | Suzano ON | R$ 59,75 | 2,88% |
| HGTX3 | Cia Hering ON | R$ 33,65 | 2,87% |
| LWSA3 | Locaweb ON | R$ 24,63 | 2,84% |
| USIM5 | Usiminas PNA | R$ 18,86 | 2,61% |
| TIMS3 | Tim ON | R$ 12,72 | 2,50% |
Depois de subir expressivamente ontem, repercutindo os dados melhores do que o esperado do setor de varejo, as empresas do segmento recuaram com a pressão de alta da inflação. Assim como as incorporadoras e construtoras - que também são prejudicadas em um cenário de alta dos juros - as companhias acabaram dominando as maiores quedas do dia. Confira:
| CÓDIGO | NOME | VALOR | VAR |
| MGLU3 | Magazine Luiza ON | R$ 20,25 | -3,80% |
| IGTA3 | Iguatemi ON | R$ 43,26 | -3,70% |
| CIEL3 | Cielo ON | R$ 4,07 | -2,86% |
| CYRE3 | Cyrela ON | R$ 25,48 | -2,67% |
| UGPA3 | Ultrapar ON | R$ 20,60 | -2,65% |
Concurso do IBGE 2025 tem 9,5 mil vagas com salários de até R$ 3.379; veja cargos e como se inscrever
Prazo de inscrição termina nesta quinta (11). Processo seletivo do IBGE terá cargos de agente e supervisor, com salários, benefícios e prova presencial
Heineken dá calote em fundo imobiliário, inadimplência pesa na receita, e cotas apanham na bolsa; confira os impactos para o cotista
A gestora do FII afirmou que já realizou diversas tratativas com a locatária para negociar os valores em aberto
Investidor estrangeiro minimiza riscos de manutenção do governo atual e cenários negativos estão mal precificados, diz Luis Stuhlberger
Na carta mensal do Fundo Verde, gestor afirmou que aumentou exposição às ações locais e está comprado em real
Após imbróglio, RBVA11 devolve agências à Caixa — e cotistas vão sair ganhando nessa
Com o distrato, o fundo reduziu ainda mais sua exposição ao setor financeiro, que agora representa menos de 24% do portfólio total
Efeito Flávio derruba a bolsa: Ibovespa perde mais de 2 mil pontos em minutos e dólar beira R$ 5,50 na máxima do dia
Especialistas indicam que esse pode ser o começo da real precificação do cenário eleitoral no mercado local, depois de sucessivos recordes do principal índice da bolsa brasileira
FII REC Recebíveis (RECR11) mira R$ 60 milhões com venda de sete unidades de edifício em São Paulo
Apesar de não ter informado se a operação vai cair como um dinheiro extra no bolso dos cotistas, o RECR11 voltou a aumentar os dividendos em dezembro
Ações de IA em alta, dólar em queda, ouro forte: o que esses movimentos revelam sobre o mercado dos EUA
Segundo especialistas consultados pelo Seu Dinheiro, é preciso separar os investimentos em equities de outros ativos; entenda o que acontece no maior mercado do mundo
TRX Real Estate (TRXF11) abocanha novos imóveis e avança para o setor de educação; confira os detalhes das operações
O FII fez sua primeira compra no segmento de educação ao adquirir uma unidade da Escola Eleva, na Barra da Tijuca (RJ)
O estouro da bolsa brasileira: gestor rebate tese de bolha na IA e vê tecnologia abrindo janela de oportunidade para o Brasil
Em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, Daniel Popovich, gestor da Franklin Templeton, rebate os temores de bolha nas empresas de inteligência artificial e defende que a nova tecnologia se traduzirá em crescimento de resultados para as empresas e produtividade para as economias
Aura (AURA33): small cap que pode saltar 50% está no pódio das ações para investir em dezembro segundo 9 analistas
Aura Minerals (AURA33) pode quase dobrar a produção; oferece exposição ao ouro; paga dividendos trimestrais consistentes e negocia com forte desconto.
CVM suspende 6 empresas internacionais por irregularidades na oferta de investimentos a brasileiros; veja quais são
Os sites, todos em português, se apresentam como plataformas de negociação em mercados globais, com ativos como moedas estrangeiras, commodities, metais, índices, ETFs, ações, criptoativos e outros
Bolsa perdeu R$ 183 bilhões em um único dia; Itaú Unibanco (ITUB4) teve maiores perdas
Essa é a maior queda desde 22 de fevereiro de 2021, ainda período da pandemia, e veio depois que Flávio Bolsonaro foi confirmado como candidato à presidência pelo PL
Do céu ao inferno: Ibovespa tem a maior queda desde 2021; dólar e juros disparam sob “efeito Flávio Bolsonaro”
Até então, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, era cotado como o mais provável candidato da direita, na avaliação do mercado, embora ele ainda não tivesse anunciado a intenção de concorrer à presidência
Pequenas e poderosas: Itaú BBA escolhe as ações small cap com potencial de saltar até 50% para carteira de dezembro
A Plano & Plano (PLP3) tem espaço para subir até 50,6%; já a Tenda (TEND3) pode ter valorização de 45,7%
Ibovespa sobe 1,65% e rompe os 164 mil pontos em forte sequência de recordes. Até onde o principal índice da bolsa pode chegar?
A política monetária, com o início do ciclo de cortes da Selic, é um dos gatilhos para o Ibovespa manter o sprint em 2026, mas não é o único; calculamos até onde o índice pode chegar e explicamos o que o trouxe até aqui
Ibovespa vai dar um salto de 18% e atingir os 190 mil pontos com eleições e cortes na Selic, segundo o JP Morgan
Os estrategistas reconhecem que o Brasil é um dos poucos mercados emergentes com um nível descontado em relação à média histórica e com o múltiplo de preço sobre lucro muito mais baixo do que os pares emergentes
Empresas listadas já anunciaram R$ 68 bilhões em dividendos do quarto trimestre — e há muito mais por vir; BTG aposta em 8 nomes
Levantamento do banco mostra que 23 empresas já anunciaram valor ordinários e extraordinários antes da nova tributação
Pátria Malls (PMLL11) vai às compras, mas abre mão de parte de um shopping; entenda o impacto no bolso do cotista
Somando as duas transações, o fundo imobiliário deverá ficar com R$ 40,335 milhões em caixa
BTLG11 é destronado, e outros sete FIIs disputam a liderança; confira o ranking dos fundos imobiliários favoritos para dezembro
Os oito bancos e corretoras consultados pelo Seu Dinheiro indicaram três fundos de papel, dois fundos imobiliários multiestratégia e dois FIIs de tijolo
A bolsa não vai parar: Ibovespa sobe 0,41% e renova recorde pelo 2º dia seguido; dólar cai a R$ 5,3133
Vale e Braskem brilham, enquanto em Nova York, a Microsoft e a Nvidia tropeçam e terminam a sessão com perdas
