Bradespar (BRAP4) vai entregar R$ 5 bi em papéis da Vale (VALE3) aos acionistas e dispara na bolsa; entenda
A Bradespar (BRAP4), dona de 5,7% da Vale (VALE3), pretende distribuir parte de seus papéis da mineradora para reduzir seu capital social
Comprar ações da Bradespar (BRAP4), em linhas gerais, é uma maneira de ter exposição indireta à Vale (VALE3). A holding de investimentos é dona de quase 5,7% da mineradora — uma posição que equivale a cerca de R$ 29 bilhões. Sendo assim, os dois ativos sempre andam muito próximos na bolsa: quando os papéis da Vale sobem ou caem, os da Bradespar costumam pegar carona.
Essa relação entre as duas empresas vai continuar existindo, mas a história da exposição indireta vai passar por uma reviravolta. E isso porque a Bradespar tem planos de mudança brusca em sua estratégia administrativa — e, para colocá-los em prática, vai entregar R$ 5,26 bilhões em papéis da Vale aos seus acionistas.
A notícia provocou uma corrida às ações da Bradespar (BRAP4): por volta de 12h30, elas operavam em forte alta de 6,65%, a R$ 64,69, liderando a ponta positiva do Ibovespa num dia em que o principal índice da bolsa brasileira tem perdas generalizadas e cai mais de 1%.
É claro que a Bradespar não tomou essa decisão por um gesto de caridade e desprendimento: tudo faz parte de um extenso plano para adequar o capital social da companhia às necessidades atuais e para aumentar a liquidez de suas próprias ações.
Mas os motivos da holding de investimentos não importam ao mercado. O que interessa é a oportunidade de receber ações da Vale — que, diga-se, acumulam ganhos de quase 70% em um ano — com um desconto interessante. Afinal, mesmo com a alta de hoje, os papéis da Bradespar ainda são muito mais baratos que os da mineradora, atualmente negociados na casa dos R$ 90,00.
Antes de continuar, vale dizer que apresentamos uma análise sobre o futuro de VALE3 no nosso Instagram. Confira abaixo e aproveite para nos seguir no Instagram (basta clicar aqui). Lá entregamos aos leitores análises de investimentos, notícias relevantes para o seu patrimônio, oportunidades de compra na bolsa, insights sobre carreira, empreendedorismo e muito mais.
Leia Também
Bradespar (BRAP4): o plano complexo
Para entender toda essa história, é preciso dar alguns passos para trás. De imediato, a Bradespar vai emitir 45 milhões de novas ações, sendo 15,8 milhões de ONs (BRAP3) e 29,2 de PNs (BRAP4). Elas serão entregues aos acionistas da companhia: a cada 10 papéis que possuírem, os investidores vão receber 1,295 em novos ativos.
Com essa operação, a Bradespar quer aumentar a liquidez das ações na bolsa e ajustar suas cotações. É a boa lei da oferta e demanda: se há mais papéis em circulação, o preço deles diminui; se a quantidade de ativos na B3 é maior, é natural imaginar que mais negócios serão feitos.
Mas, ora essas, se essa é a intenção, não seria mais simples fazer um desdobramento das ações?
De fato, se o plano da Bradespar envolvesse só a liquidez e o preço dos papéis em si, o desdobramento seria a solução mais prática. Ocorre que a companhia também quer mexer em seu capital social — e é aí que entra a distribuição de ações da Vale.
Bradespar, Vale e capital social
Com a emissão das novas ações, o capital social da Bradespar vai aumentar de R$ 4,1 bilhões para R$ 5,76 bilhões. Mas o que é isso?
Bem, sem ser excessivamente técnico, o capital social de uma empresa é a quantidade de recursos que cada um dos sócios investe ou se compromete a investir no negócio. No caso da Bradespar, portanto, os membros da sociedade estão assumindo um compromisso da ordem de R$ 5,76 bilhões; veja abaixo a composição acionária da holding:

A definição do capital social é importante para permitir o crescimento de uma companhia: na fase inicial, quando as atividades ainda não dão lucro, é o aporte dos sócios que vai garantir a continuidade das operações. Só que esse não é o caso da Bradespar, uma holding estabelecida há anos e que já atingiu a maturidade.
Dito isso, a administração da Bradespar julgou que não é necessário manter um capital social tão elevado. Reduzi-lo traz vantagens aos sócios, uma vez que eles não precisam manter cifras tão elevadas para cumprir a disponibilidade exigida pelo capital social. Ou seja: diminuir esse montante libera dinheiro para que os sócios — no caso, o Bradesco — invistam em outros lugares.
VEJA TAMBÉM: Ação da Raízen (RAIZ4) pode se VALORIZAR mais de 50% após o IPO | Entenda
É aqui que a Vale entra no plano: após aumentar o capital social da Bradespar para R$ 5,76 bilhões, a companhia pretende reduzi-lo a R$ 500 milhões. E, para tal, vai gerar valor aos seus acionistas, entregando R$ 5,26 bilhões em ações da mineradora.
A quantidade de papéis ON da Vale (VALE3) a ser distribuída ainda não foi definida, uma vez que será usado como base o valor contábil dos ativos em 30 de setembro. Mas, apenas para uma conta rápida: usando a cotação de 30 de junho, seriam entregues 123 milhões de ações da mineradora — algo na proporção de 0,313 VALE3 para cada ação da Bradespar.
É importante ficar atento ao calendário: para ter direito aos novos papéis da Bradespar que serão emitidos, você precisa ser acionista da empresa na próxima segunda-feira, dia 20; para fazer parte da lista que receberá as ações da Vale, é necessário ter ativos da Bradespar em 16 de dezembro.
BRAP4 x VALE3: e agora?
Voltemos ao começo desse texto, quando falamos da estratégia de exposição indireta às ações da Vale (VALE3) através dos papéis da Bradespar (BRAP4). O que muda a partir de agora?
Em primeiro lugar, é preciso fazer um diagnóstico simples: mesmo com a distribuição de R$ 5,26 bilhões em ações da mineradora, a Bradespar ainda terá mais de R$ 23,7 bilhões em investimentos na Vale, considerando o valor atual da posição detida.
Ou seja: por mais que a participação da Bradespar na Vale vá diminuir, ela continuará sendo bastante relevante. A relação entre as duas vai ficar mais fraca, mas não desaparecerá.
Quanto à estratégia em si, muitos devem se perguntar qual a vantagem de se ter uma exposição indireta à Vale. Há inúmeras razões: você pode não querer ficar tão vulnerável às oscilações do minério de ferro, pode ter ressalvas às lado socioambiental da mineradora ou pode querer um veículo que tenha rendimento semelhante ao de VALE3, mas com um preço de entrada menor.
As ações da Bradespar, afinal, são mais baratas que as da Vale e, se tudo der certo no plano da holding, elas ficarão ainda mais atrativas, dado o aumento na liquidez e as cotações mais baixas.

A torneira dos dividendos vai secar em 2026? Especialistas projetam tendências na bolsa diante de tributação
2025 caminha para ser ano recorde em matéria de proventos; em 2026 setores arroz com feijão ganham destaque
As ações que devem ser as melhores pagadoras de dividendos de 2026, com retornos de até 15%
Bancos, seguradoras e elétricas lideram e uma empresa de shoppings será a grande revelação do próximo ano
Bancos sobem na bolsa com o fim das sanções contra Alexandre de Moraes — Banco do Brasil (BBAS3) é o destaque
Quando a sanção foi anunciada, em agosto deste ano, os papéis dos bancos desabaram devido as incertezas em relação à aplicação da punição
TRXF11 volta a encher o carrinho de compras e avança nos setores de saúde, educação e varejo; confira como fica o portfólio do FII agora
Com as três novas operações, o TRXF11 soma sete transações só em dezembro. Na véspera, o FII já tinha anunciado a aquisição de três galpões
BofA seleciona as 7 magníficas do Brasil — e grupo de ações não tem Petrobras (PETR4) nem Vale (VALE3)
O banco norte-americano escolheu empresas brasileiras de forte crescimento, escala, lucratividade e retornos acima da Selic
Ibovespa em 2026: BofA estima 180 mil pontos, com a possibilidade de chegar a 210 mil se as eleições ajudarem
Banco norte-americano espera a volta dos investidores locais para a bolsa brasileira, diante da flexibilização dos juros
JHSF (JHSF3) faz venda histórica, Iguatemi (IGTI3) vende shoppings ao XPML11, TRXF11 compra galpões; o que movimenta os FIIs hoje
Nesta quinta-feira (11), cinco fundos imobiliários diferentes agitam o mercado com operações de peso; confira os detalhes de cada uma delas
Concurso do IBGE 2025 tem 9,5 mil vagas com salários de até R$ 3.379; veja cargos e como se inscrever
Prazo de inscrição termina nesta quinta (11). Processo seletivo do IBGE terá cargos de agente e supervisor, com salários, benefícios e prova presencial
Heineken dá calote em fundo imobiliário, inadimplência pesa na receita, e cotas apanham na bolsa; confira os impactos para o cotista
A gestora do FII afirmou que já realizou diversas tratativas com a locatária para negociar os valores em aberto
Investidor estrangeiro minimiza riscos de manutenção do governo atual e cenários negativos estão mal precificados, diz Luis Stuhlberger
Na carta mensal do Fundo Verde, gestor afirmou que aumentou exposição às ações locais e está comprado em real
Após imbróglio, RBVA11 devolve agências à Caixa — e cotistas vão sair ganhando nessa
Com o distrato, o fundo reduziu ainda mais sua exposição ao setor financeiro, que agora representa menos de 24% do portfólio total
Efeito Flávio derruba a bolsa: Ibovespa perde mais de 2 mil pontos em minutos e dólar beira R$ 5,50 na máxima do dia
Especialistas indicam que esse pode ser o começo da real precificação do cenário eleitoral no mercado local, depois de sucessivos recordes do principal índice da bolsa brasileira
FII REC Recebíveis (RECR11) mira R$ 60 milhões com venda de sete unidades de edifício em São Paulo
Apesar de não ter informado se a operação vai cair como um dinheiro extra no bolso dos cotistas, o RECR11 voltou a aumentar os dividendos em dezembro
Ações de IA em alta, dólar em queda, ouro forte: o que esses movimentos revelam sobre o mercado dos EUA
Segundo especialistas consultados pelo Seu Dinheiro, é preciso separar os investimentos em equities de outros ativos; entenda o que acontece no maior mercado do mundo
TRX Real Estate (TRXF11) abocanha novos imóveis e avança para o setor de educação; confira os detalhes das operações
O FII fez sua primeira compra no segmento de educação ao adquirir uma unidade da Escola Eleva, na Barra da Tijuca (RJ)
O estouro da bolsa brasileira: gestor rebate tese de bolha na IA e vê tecnologia abrindo janela de oportunidade para o Brasil
Em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, Daniel Popovich, gestor da Franklin Templeton, rebate os temores de bolha nas empresas de inteligência artificial e defende que a nova tecnologia se traduzirá em crescimento de resultados para as empresas e produtividade para as economias
Aura (AURA33): small cap que pode saltar 50% está no pódio das ações para investir em dezembro segundo 9 analistas
Aura Minerals (AURA33) pode quase dobrar a produção; oferece exposição ao ouro; paga dividendos trimestrais consistentes e negocia com forte desconto.
CVM suspende 6 empresas internacionais por irregularidades na oferta de investimentos a brasileiros; veja quais são
Os sites, todos em português, se apresentam como plataformas de negociação em mercados globais, com ativos como moedas estrangeiras, commodities, metais, índices, ETFs, ações, criptoativos e outros
Bolsa perdeu R$ 183 bilhões em um único dia; Itaú Unibanco (ITUB4) teve maiores perdas
Essa é a maior queda desde 22 de fevereiro de 2021, ainda período da pandemia, e veio depois que Flávio Bolsonaro foi confirmado como candidato à presidência pelo PL
Do céu ao inferno: Ibovespa tem a maior queda desde 2021; dólar e juros disparam sob “efeito Flávio Bolsonaro”
Até então, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, era cotado como o mais provável candidato da direita, na avaliação do mercado, embora ele ainda não tivesse anunciado a intenção de concorrer à presidência
