O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta sexta-feira, 4, que existe "certa incompreensão" no seu relacionamento com o presidente Jair Bolsonaro fruto de "intrigas palacianas".
Mourão citou que parte dos assessores do chefe do Planalto "distorce fatos" sobre as ações realizadas pela vice-presidência. Ele falou ainda que seu relacionamento com o presidente é baseado na "lealdade e disciplina intelectual".
Ao citar que guia seu trabalho para assessorar Bolsonaro "na difícil tarefa de governar o País", o vice-presidente foi questionado em conversa com o advogado Paulo Roque se estava conseguindo realizar a tarefa.
"Em muitos aspectos sim (consigo ajudar), outros muitas vezes há uma certa incompreensão, mas isso eu coloco sempre fruto das intrigas palacianas que são comuns em todo e qualquer governo", disse. .
Recentemente, Mourão e Bolsonaro divergiram sobre assuntos relacionados a vacina contra a covid-19 e as eleições nos Estados Unidos. O vice-presidente destacou que lida com os "ruídos" na relação com Bolsonaro "da forma mais calma possível".
"Eu tenho sido extremamente leal nas minhas atividades, extremamente coerente na minha maneira de pensar e na maneira de buscar assessorar o presidente", disse.
Mourão admitiu que o governo falhou em não sugerir uma diretriz única de orientação para os entes da federação no combate à pandemia da covid-19. Para Mourão, não havia outra saída senão deixar gestores locais atuarem.
Orçamento
Mourão disse ainda que o Congresso Nacional "deveria ter feito sua parte" para aprovar o Orçamento de 2021 e defendeu que os parlamentares se reúnam em janeiro para análise da matéria.
"Ao não votar a LDO, corre o risco de dia 1º de janeiro o governo fecha, fecha todas as portas e vamos ficar batendo bola em casa", afirmou.
A promessa do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), é que a LDO será analisada no dia 16 de dezembro. O texto será analisado diretamente no plenário, pois a Comissão Mista de Orçamento (CMO) não foi instalada por conta de uma disputa política.
"A Comissão não foi nem colocada em pé por uma discussão entre duas correntes dentro do Congresso. Uma diz que ela era tinha primazia para ter a presidência da comissão, mas a outra que teria."
*Com Estadão Conteúdo