O presidente Jair Bolsonaro revogou na tarde desta quarta-feira (29) a nomeação de Alexandre Ramagem para o comando da Polícia Federal. A decisão consta em Diário Oficial da União.
Mais cedo, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liminar ao mandado de segurança impetrado pelo PDT e suspendeu a posse de Alexandre Ramagem como diretor-geral da PF.
A posse estava prevista para as 15h de hoje juntamente com a do ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça e do novo advogado-geral da União, José Levi.
No documento, Moraes acata da demanda do partido sobre a ligação de Ramagem com a família do presidente Jair Bolsonaro e a possibilidade de interferência do presidente da República na instituição.
Ramagem ocuparia o cargo de Maurício Valeixo, cuja saída da direção-geral da PF foi o estopim para o pedido de demissão do então ministro da Justiça, Sergio Moro.
O ex-juiz da Lava Jato disse que o presidente Bolsonaro insistiu na saída Valeixo porque queria interferir na instituição. O ministro disse que havia também a insistência de outras trocas da PF sem uma razão "aceitável".
A exoneração de Valeixo ocorreu dias depois de a Polícia Federal abrir uma investigação para apurar o financiamento e a organização da manifestação do dia 19 de março contra o Congresso - evento em que Bolsonaro discursou.
Desde o ano passado, a PF investiga uma rede de fake news que seria comandada pelo chamado “gabinete do ódio” - estrutura suspeita de ser ligada aos filhos do presidente, Carlos Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro.