A XP Investimentos (ou XP Inc., como a corretora foi batizada na abertura de capital na bolsa norte-americana Nasdaq) confirmou a expectativa de forte crescimento na divulgação da prévia dos resultados do quarto trimestre.
O volume de recursos sob custódia aumentou 17% em relação a setembro e mais que dobrou em 12 meses, para R$ 409 bilhões. O número de clientes avançou 91% e alcançou a marca de 1,702 milhão.
Outro destaque dos números foi o indicador de satisfação dos clientes (NPS), que cresceu de 71 para 73 no trimestre mesmo com todo o crescimento e em meio aos esforços da XP para a abertura de capital.
Os analistas que cobrem a corretora elogiaram o resultado, mas indicaram o preço das ações da XP já embute o alto crescimento que a empresa vem entregando.
Desde a oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), no começo de dezembro, os papéis já subiram quase 50% em dólar. Na tarde de hoje, eram negociados a R$ 40,30, em alta de 3,63% na Nasdaq. Leia também nossa cobertura completa de mercados.
"Somos grandes fãs do case, mas o valuation nos deixa com recomendação neutra", escreveram os analistas do BTG Pactual, em relatório a clientes. Os números de janeiro devem continuar fortes, mas o banco não descartou a possibilidade de alguma desaceleração diante da volatilidade recente na bolsa.
Nas projeções do UBS, o número de clientes da XP deve aumentar em mais 1 milhão e alcançar 2,8 milhões em dezembro deste ano, com R$ 584 bilhões em ativos sob custódia (alta de 43%).
Os analistas do banco suíço consideram, porém, que essa perspectiva de crescimento já está refletida no preço das ações da XP, negociada hoje a 71 vezes o lucro projetado para 2020.
Quem também possui recomendação neutra para os papéis é o Goldman Sachs. Mais uma vez, a restrição dos analistas é o preço atual da ação. "Embora a história de crescimento seja incomparável e os números preliminares divulgados positivos, o valor da ação limita a alta", afirmaram os analistas do banco.