Eneva retira proposta pela AES Tietê e ações caem 4%
Para companhia, empresa faz uma interpretação “ilegal” do regulamento do Nível 2 da B3 ao exigir o aval da AES Corp
A geradora térmica Eneva retirou a proposta de fusão com a AES Tietê, após a AES Corp, controladora da companhia, anunciar que não reconheceria a aprovação da venda sem sua anuência. Para a Eneva, trata-se de uma interpretação ilegal do regulamento do Nível 2 da B3.
O anúncio do término das negociações pegou mal no mercado financeiro. Por volta das 10h30 desta quarta-feira (22), as ações da AES Tietê (TIET11) caíam 4,06%. No ano, os papéis tem desvalorização de 10% - ao passo que o Ibovespa já despencou 30% desde janeiro.
Em carta à AES Tietê, a Eneva diz lamentar rejeição da proposta de fusão feita pela companhia e afirma que a maior parte do prazo à disposição foi gasto para realizar uma análise superficial da operação. Segundo a Eneva, a AES não aproveitou nenhum dos convites realizados pela empresa para debater ou negociar a operação e seus termos.
O documento rebate a justificativa da AES de que a companhia seria um ativo único e difícil de replicar, com potencial para isoladamente gerar mais valor aos seus acionistas. Para a Eneva, a complementariedade dos ativos das duas companhias impulsionaria o desenvolvimento de novos projetos e reduziria os riscos a cada tipo de fonte de energia.
A Eneva também rebate a afirmação de que a operação alteraria o “perfil socioambiental” da AES Tietê e poderia acarretar a eventual saída do Índice de Sustentabilidade (ISE) da B3.
A empresa diz que tem metas internas superiores aos compromissos presentes na legislação e que a geração a partir do gás natural constitui a maior parte, 74%, da capacidade da companhia. "A Eneva produz e utiliza seu próprio gás natural, que é a fonte mais eficiente e menos poluente para uma matriz térmica", diz a empresa.
Leia Também
Bresco Logística (BRCO11) é negociado pelo mesmo valor do patrimônio, segundo a XP; saiba se ainda vale a pena comprar
Um final de ano desastroso para a Oracle: ações caminham para o pior trimestre desde a bolha da internet
A proposta
A proposta da Eneva era de uma incorporação tendo como moeda suas próprias ações e R$ 2,7 bilhões em dinheiro. Na época do anúncio, o valor total representava um prêmio de 13,3% sobre as cotações das units da empresa.
Em tese, não faria sentido para qualquer empresa lançar uma oferta hostil por uma companhia com controlador definido. No entanto, a AES Corp tem maioria das ações com direito a voto (ordinárias), mas apenas 24,35% do capital total.
Como a empresa brasileira está listada no nível 2 de governança corporativa da B3, os detentores de ações preferenciais têm direito a voto em temas como a proposta de incorporação feita pela Eneva.
Ou seja, os acionistas minoritários em tese teriam poder para levar o negócio adiante mesmo sem o aval da AES - o que não aconteceu.
Negação
No último domingo, o conselho da AES Tietê negou a proposta da Eneva por considerar, entre outros fatores, que há uma a incompatibilidade existente entre os negócios das duas companhias, em particular nas diferentes matrizes de geração energia usadas por elas.
A AES Tietê possui nove usinas e três pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) no Estado de São Paulo. Já a Eneva, que tem como principais acionistas a Cambuhy Investimentos e o BTG Pactual, opera com usinas termelétricas a gás natural e carvão mineral.
O conselho da AES Tietê também considerou que a proposta subavaliou a companhia. “A administração entende que o valor atribuído à AES Tietê no âmbito da combinação de negócios proposta deveria ser significativamente superior.”
A combinação das empresas impactaria a capacidade de remuneração dos acionistas conforme a política e histórico de pagamento de dividendos, segundo o conselho.
A remuneração ao acionista foi um dos pontos manifestados Luiz Barsi Filho, um dos maiores investidores individuais da bolsa brasileira e acionista minoritário da AES Tietê, ao se posicionar contra a proposta.
STF redefine calendário dos dividendos: empresas terão até janeiro de 2026 para deliberar lucros sem imposto
O ministro Kassio Nunes Marques prorrogou até 31 de janeiro do ano que vem o prazo para deliberação de dividendos de 2025; decisão ainda precisa ser confirmada pelo plenário
BNDES lidera oferta de R$ 170 milhões em fundo de infraestrutura do Patria com foco no Nordeste; confira os detalhes
Oferta pública fortalece projetos de logística, saneamento e energia, com impacto direto na região
FII BRCO11 fecha contrato de locação com o Nubank (ROXO34) e reduz vacância a quase zero; XP recomenda compra
Para a corretora, o fundo apresenta um retorno acumulado muito superior aos principais índices de referência
OPA da Ambipar (AMBP3): CVM rejeita pedido de reconsideração e mantém decisão contra a oferta
Diretoria da autarquia rejeitou pedido da área técnica para reabrir o caso e mantém decisão favorável ao controlador; entenda a história
Azul (AZUL54) chega a cair mais de 40% e Embraer (EMBJ3) entra na rota de impacto; entenda a crise nos ares
Azul reduz encomenda de aeronaves com a Embraer, enquanto ações despencam com a diluição acionária prevista no plano de recuperação
Corrida por proventos ganha força: 135 empresas antecipam remuneração; dividendos e JCP são os instrumentos mais populares
Recompras ganham espaço e bonificação de ações resgatáveis desponta como aposta para 2026, revela estudo exclusivo do MZ Group
IG4 avança na disputa pela Braskem (BRKM5) e leva operação bilionária ao Cade; ações lideram altas na B3
A petroquímica já havia anunciado, em meados deste mês, que a gestora fechou um acordo para assumir a participação da Novonor, equivalente a 50,1% das ações com direito a voto
Nvidia fecha acordo de US$ 20 bilhões por ativos da Groq, a maior aquisição de sua história
Transação em dinheiro envolve licenciamento de tecnologia e incorporação de executivos, mas não a compra da startup
Banco Mercantil (BMEB4) fecha acordo tributário histórico, anuncia aumento de capital e dividendos; ações tombam na B3
O banco fechou acordo com a União após mais de 20 anos de disputas tributárias; entenda o que isso significa para os acionistas
Kepler Weber (KEPL3) e GPT: minoritários questionam termos da fusão e negócio se complica; entenda o que está em jogo
Transações paralelas envolvendo grandes sócios incomodou os investidores e coloca em dúvida a transparência das negociações
Itaúsa (ITSA4) eleva aposta em Alpargatas (ALPA4) em meio à polêmica com a dona da Havaianas
Nos últimos dias, a Itaúsa elevou sua fatia e passou a deter cerca de 15,94% dos papéis ALPA4; entenda a movimentação
Presente de Natal? Tim Cook compra ações da Nike e sinaliza apoio à recuperação da empresa
CEO da Apple investe cerca US$ 3 milhões em papéis da fabricante de artigos esportivos, em meio ao plano de reestruturação comandado por Elliott Hill
Ampla Energia aprova aumento de capital de R$ 1,6 bilhão
Operação envolve capitalização de créditos da Enel Brasileiro e eleva capital social da empresa para R$ 8,55 bilhões
Alimentação saudável com fast-food? Ela criou uma rede de franquias que deve faturar R$ 240 milhões
Camila Miglhorini transformou uma necessidade pessoal em rede de franquias que conta com 890 unidades
Dinheiro na conta: Banco pagará R$ 1,82 por ação em dividendos; veja como aproveitar
O Banco Mercantil aprovou o pagamento de R$ 180 milhões em dividendos
Azul (AZUL54) perde 58% de valor no primeiro pregão com novo ticker — mas a aérea tem um plano para se recuperar
A Azul fará uma oferta bilionária que troca dívidas por ações, na tentativa de limpar o balanço e sair do Chapter 11 nos EUA
O alinhamento dos astros para a Copasa (CSMG3): revisão tarifária, plano de investimento bilionário e privatização dão gás às ações
Empresa passa por virada estratégica importante, que anima o mercado para a privatização, prevista para 2026
B3 (B3SA3) e Mills (MILS3) pagam mais de R$ 2 bilhões em dividendos e JCP; confira prazos e condições
Dona da bolsa brasileira anunciou R$ 415 milhões em JCP e R$ 1,5 bilhão em dividendos complementares, enquanto a Mills aprovou dividendos extraordinários de R$ 150 milhões
2026 será o ano do Banco do Brasil (BBAS3)? Safra diz o que esperar e o que fazer com as ações
O Safra estabeleceu preço-alvo de R$ 25 para as ações, o que representa um potencial de valorização de 17%
Hasta la vista! Itaú (ITUB4) vende ativos na Colômbia e no Panamá; entenda o plano por trás da decisão
Itaú transfere trilhões em ativos ao Banco de Bogotá e reforça foco em clientes corporativos; confira os detalhes da operação
