Mercado espera mais um corte da Selic, mas qual será o passo seguinte do BC?
Maioria das instituições prevê que a Selic cairá de 4,5% para 4,25% ao ano na reunião que começa hoje e que este será o último corte do atual ciclo

A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central que começa nesta terça-feira (4) e termina amanhã deve promover mais um corte na taxa básica de juros, a Selic: de 4,5% para 4,25%.
A avaliação do mercado é de que os dados mais fracos de atividade econômica — com a produção industrial recuando 1,2% em novembro — e os primeiros sinais de que a alta da inflação registrada a partir de novembro não vai perdurar — com o IPCA-15 de janeiro desacelerando — dão espaço para mais uma redução na taxa.
A perspectiva de mais uma redução nos juros é majoritária, mas não chega a ser um consenso entre os analistas. Das 58 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, do Grupo Estado, 47 esperam a queda da taxa. E você, o que acha? Deixe seu comentário logo abaixo desta matéria.
O ciclo de cortes da Selic começou em julho de 2019 — até então a taxa estava em 6,5%. Nas reuniões seguintes, o Copom reduziu a taxa até chegar a 4,5%. Mas, após o encontro de dezembro, o mercado ficou em dúvida se o período de sucessivas reduções na Selic havia chegado ao fim, em especial porque a inflação medida pelo IPCA acelerou no final do ano.

Para cortar a Selic, o Copom precisa estar seguro de que os preços estão sob controle — pois a taxa básica de juros é uma ferramenta da instituição para alcançar a meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), estipulada em 4% para 2020.
Ao reduzir a Selic, a tendência é diminuir os custos do crédito e incentivar a produção e o consumo. Por outro lado, os juros mais baixos significam rendimentos menores para as aplicações de renda fixa.
Leia Também
Inflação perde força...
A razão para o otimismo das instituições financeiras quanto a inflação é a prévia registrada pelo IPCA-15 de janeiro: o indicador variou 0,78%, ante 1,05% de dezembro.
Segundo a consultoria inglesa Oxford Economics, o choque do preço das carnes adicionou 0,7 ponto porcentual ao IPCA. "Com a provável reversão deste choque, esperamos que a inflação caia de volta para um nível abaixo da meta em 2020", disse o economista da consultoria Marcos Casarin em avaliação mais recente.
O boletim Focus, publicação do Banco Central que reúne estimativas do mercado para diversos indicadores, prevê a inflação a 3,4% em 2020. "Tudo caminha para um corte", diz o analista da Capital Research, Felipe Silveira.
...mas dólar merece atenção
Segundo Silveira, a projeção atual para a inflação abre janela para se discutir mais um corte após esta reunião do Copom. Mas a cotação do dólar — que fechou a R$ 4,249 nesta segunda, após disparar 7% em janeiro — deixa dúvidas sobre qual será a sinalização do BC.
A depreciação do real mexe com o preço de produtos importados e matérias-primas como o trigo — base para a preparação de alimentos comuns aos lares brasileiros, entre eles massas e pães. A alta do preço desses produtos poderia fazer com que o IPCA avançasse mais do que o esperado.
Outro fator que pode mexer com o câmbio é a baixa participação do investidor estrangeiro em negócios locais. A oferta e a demanda da moeda estrangeira impacta na cotação do dólar — e, ao menos em 2019, houve uma decepção do mercado local em relação a entrada de investidores no Brasil.
"A maior parte dos leilões ainda não aconteceu e a bolsa registrou mais saída do que entrada de recursos estrangeiros", lembra Silveira. "A tensão entre os Estados Unidos e Irã, além do surto do novo coronavírus, também fortalecem o dólar".
Coronavírus vai mexer na Selic?
O surto do novo coronavírus se tornou mais um elemento de instabilidade dos mercados. No entanto, ainda é cedo para avaliar o impacto que a doença pode ter na economia — e, consequentemente, no posicionamento do Banco Central —, segundo Nicolas Saad, da Persevera Asset Management.
"Mas desde a crise de 2008 os bancos centrais estão mais atentos ao risco imposto pelo cenário econômico global", diz Saad — que também destaca a atuação do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano). "A postura acomodativa deles é importante".
Na semana passada, o Fed manteve os juros na faixa entre 1,50% e 1,75%. Após decisão, presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, disse que ainda era cedo para falar sobre o coronavírus. "A situação é inicial. Não vou especular sobre seus impactos", disse, indicando que a doença é monitorada.
Em relatório, o Itaú — que também espera um corte na Selic — diz acreditar que os efeitos do coronavírus tendem a ser passageiros e que, "a médio prazo, esses desenvolvimentos configuram pressão negativa sobre a atividade econômica global, e um potencial risco de baixa para a recuperação no Brasil".
Mais reformas, mais quedas?
As decisões do Fed ajudaram o mercado local a projetar o posicionamento do Copom em 2019. Também entrou na conta a reforma da Previdência, aprovada pelo Senado em outubro.
Embora o presidente do BC em mais de uma ocasião tenha negado que existisse uma relação entre cortes da Selic e o avanço do projeto, parte do mercado precificou a queda da taxa básica conforme as expectativas do avanço da reforma.
Neste ano, o Congresso tem ao menos dois grandes projetos que fazem parte dos objetivos econômicos do governo: a reforma tributária e a administrativa. Mas ambas não devem ter o mesmo peso que a Previdência nas expectativas do mercado.
Para o economista chefe da Daycoval Asset, Rafael Cardoso, mais importante do que o desenrolar dos acontecimentos em Brasília é a confiança de que a agenda vai prosperar. "No governo [de Michel] Temer a reforma [da Previdência] não foi aprovada, mas o BC cortou os juros", diz.
Saad, da Persevera, diz que não há por que relacionar Selic às reformas. A alteração na taxa básica de juros leva ao menos nove meses para impactar a economia, enquanto a mudança nas regras do regime de aposentaria visam equilibrar as contas públicas nas próximas décadas.
De olho nesses prazos, o gestor da SPX Capital, Rogério Xavier, declarou ser contra uma redução da Selic neste mês. Em evento com investidores, ele disse que os efeitos de uma decisão agora só serão sentidos em 2021, quando a meta de inflação será de 3,75% — ou seja, sem margem em relação às projeções atuais do mercado.
Para Xavier, o risco de uma maior flexibilização agora é de o BC ter que elevar os juros lá na frente. Ao lado dele, Luis Stuhlberger, gestor do lendário fundo Verde, também afirmou ser contra novas reduções da Selic.
E depois?
Das 47 instituições que esperam uma queda de 0,25% na Selic, 34 dizem acreditar que o ciclo de afrouxamento monetário termina com essa redução, ainda segundo o Projeções Broadcast. O levantamento diz que sete instituições vêem novo corte de juros, para 4,00%, e uma espera a Selic em 3,50%.
Para Saad, da Persevera, o BC deveria deixar a porta aberta para novas reduções porque, na visão da gestora, a recuperação da economia ainda pode decepcionar o mercado. "A gente está digerindo as etapas finais da recessão", diz.
Cardoso, do Daycoval, diz que vê na comunicação do BC uma indicação de que o ciclo de cortes está próximo do fim. "Mais do que a decisão na próxima reunião, o que a gente espera é que a instituição dê um sinal de que os juros vão ficar baixo por muito tempo".
Já o Itaú diz que, em qualquer caso, o comitê deve destacar que seus próximos passos dependerão da evolução dos dados econômicos, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação.
Com investidores globais, Patria Investimentos capta R$ 15,4 bi no maior fundo de infraestrutura da América Latina
Com captação recorde, novo fundo da Pátria Investimentos é o maior para infraestrutura da América Latina
Novo vale-gás 2025: Governo toma decisão sobre preços de referência do Gás do Povo; veja o valor em seu Estado
Com o “Gás do Povo”, o governo muda o formato do benefício: em vez de depósito, famílias de baixa renda receberão um vale exclusivo para comprar o botijão de 13 kg
MEC Enem: app gratuito traz simulados, corrige redações, monta plano de estudos e ajuda na preparação para exame
Ferramenta do Ministério da Educação reúne inteligência artificial, trilhas de estudo e plano de revisão personalizado a menos de um mês do exame
Mega-Sena 2928 acumula e prêmio em jogo se aproxima de R$ 50 milhões; ‘fermento’ do final 5 infla bolada na Quina
Além da Mega-Sena 2928, outras três loterias sorteadas ontem à noite acumularam, com destaque para o salto no prêmio da Quina
Lotofácil volta a brilhar sozinha e faz um novo milionário em SP
Com sorteios diários, a Lotofácil volta à cena na noite desta sexta-feira (17) com prêmio estimado em R$ 1,8 milhão na faixa principal do concurso 3515
Este é o menor país da história a se classificar para uma Copa do Mundo, tem metade da seleção nascida no exterior e convocação feita pelo LinkedIn
Com metade do elenco nascido fora e um jogador convocado pelo LinkedIn, o arquipélago africano faz história ao conquistar vaga inédita na Copa do Mundo de 2026
“Faz um Pix”: o Mercado Pago quer transformar esse pedido em rotina com o novo assistente de inteligência artificial
A fintech aposta na inteligência artificial para simplificar o dia a dia dos clientes — e o Brasil será o primeiro laboratório dessa revolução
Entenda a Operação Alquimia, deflagrada pela Receita para rastrear a origem do metanol em bebidas alcoólicas
Desdobramento das operações Boyle e Carbono Oculto, a nova ofensiva da Receita Federal mira a rota clandestina do metanol
Na onda da renda fixa, fundos de pensão chegam a R$ 1,3 trilhão em ativos, mas Abrapp alerta: “isso é a foto, não o filme”
Do total de R$ 1,3 trilhão em ativos dos fundos de pensão, cerca de R$ 890 bilhões estão em títulos públicos. Para Abrapp, isso não é bom sinal para o Brasil: “é preciso diversificar”, diz diretor-presidente
Trabalho em ‘home office’ é ‘coisa de rico’, aponta IBGE
Dados preliminares do Censo 2022 revelam desigualdade também no home office: brasileiros que ganham acima de R$ 7,5 mil por mês são os que mais exercem suas atividades sem sair de casa
Quina 6853 faz o único milionário da noite nas loterias da Caixa
Depois de acumular por três sorteios seguidos, a Quina pagou o maior prêmio da noite de quarta-feira (15) entre as loterias da Caixa
Lotofácil 3513 deixa mais dois apostadores perto do primeiro milhão
Com sorteios diários, a Lotofácil volta à cena na noite desta quinta-feira (16) com prêmio estimado em R$ 1,8 milhão na faixa principal do concurso 3514
Carteira Nacional Docente já está disponível; veja como emitir e descubra quais benefícios terão os professores
Documento tem validade de 10 anos e garante acesso a benefícios do programa Mais Professores, com descontos, meia-entrada e mais
Do metanol à água mineral: o que se sabe sobre o caso do homem internado em SP após suspeita de contaminação
Depois dos casos de intoxicação por metanol em bebidas destiladas, um novo episódio em Garça (SP) levanta preocupação sobre água mineral
CEO da Petrobras (PETR4) manda recado enquanto petróleo amplia a queda no exterior. Vem aí um novo reajuste nos combustíveis?
Enquanto a pressão sobre o petróleo continua no exterior, a presidente da petroleira deu sinais do que pode estar por vir
Seus filhos não foram para a escola hoje — e a ‘culpa’ é (do dia) dos professores
Se seus filhos não foram à escola ou à faculdade hoje, o motivo é o Dia dos Professores, uma data que homenageia a educação no Brasil — mas nem todos os profissionais têm direito à folga
Mega-Sena 2927 acumula e prêmio sobe ainda mais; +Milionária volta à cena hoje com R$ 10 milhões em jogo
A Mega-Sena é o carro-chefe das loterias da Caixa. Ela segue encalhada, embora já tenha saído uma vez em outubro. Com exceção da Lotofácil, todas as outras loterias também acumularam ontem.
Entre a simplicidade e a teimosia, Lotofácil 3512 deixa dois apostadores mais próximos do primeiro milhão
Com sorteios diários, a Lotofácil volta à cena na noite desta quarta-feira (15) com prêmio estimado em R$ 1,8 milhão na faixa principal do concurso 3513
Ouro bate recorde — e garimpo ilegal também; apreensões da PF em terras yanomami já somam 10% do orçamento da Funai
PF apreende volume inédito de ouro, em meio à escalada de preços no mercado global
Seu Dinheiro é finalista do Prêmio +Admirados da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças 2025; veja como votar
Site concorre às categorias de melhores site, podcast e canal de YouTube, além de ter quatro jornalistas no páreo do top 50 mais admirados