🔴 ESTA FERRAMENTA PODE MULTIPLICAR SEU INVESTIMENTO EM ATÉ 285% – SAIBA MAIS

Victor Aguiar
Victor Aguiar
Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.
R$ 4,28

No mês do coronavírus e das tensões geopolíticas, o dólar chegou a uma nova máxima

Pressionado pelos diversos fatores de risco surgidos no exterior, o dólar à vista disparou quase 7% em janeiro e chegou a um novo recorde em termos nominais. O Ibovespa também encerrou o mês sob pressão: caiu 1,63% e voltou aos 113 mil pontos

Victor Aguiar
Victor Aguiar
31 de janeiro de 2020
18:55 - atualizado às 19:14
Dólar em alta
Imagem: Shutterstock

Durante boa parte do mês de janeiro, parecia que nada seria capaz de deter o bull market. Tivemos uma quase guerra entre Estados Unidos e Irã e um surto de uma nova doença — e lá estava o Ibovespa, firme e forte, perto das máximas. Só que, ao olharmos para o dólar à vista, podemos perceber que esse otimismo todo não era unânime.

Enquanto a bolsa conseguia se segurar perto do topo — vale lembrar que, na semana passada, o índice cravou um novo recorde, superando os 119 mil pontos — a moeda americana ia, pouco a pouco, se valorizando em relação ao real. E essa escalada culminou numa marca histórica.

Nesta sexta-feira (31), o dólar à vista fechou em alta de 0,65%, a R$ 4,2850, cravando um novo recorde de encerramento em termos nominais — a divisa nunca havia superado a barreira de R$ 4,28. Somente nesta semana, a moeda americana acumulou ganhos de 2,40%; em janeiro, o salto foi de 6,81%.

Essa escalada ocorreu de maneira mais ou menos constante, em linha com as tensões do noticiário externo. Pode parecer que faz tempo, mas os atritos entre Estados Unidos e Irã no Oriente Médio ocorreram no começo de janeiro — e provocaram uma primeira onda de aversão ao risco no mercado de câmbio.

E, nas últimas semanas, um segundo movimento de cautela afetou o dólar: o surto de coronavírus, que já matou mais de 200 pessoas e contaminou quase dez mil. A doença misteriosa lança uma sombra de dúvida quanto aos possíveis impactos na economia da China e no nível de atividade global — e a incerteza é inimiga do mercado financeiro.

Em ambos os casos, os investidores recorreram a uma estratégia clássica no mercado de câmbio: saíram dos ativos de risco — como as moedas de países emergentes — e correram para opções mais seguras, como o dólar ou o iene.

Afinal, num cenário em que não há clareza quanto ao que poderá acontecer no curto prazo, é melhor não ficar desprotegido — o vulgo "é melhor um pássaro na mão que dois voando".

Veja abaixo o comportamento do dólar à vista ao longo do mês — uma tendência nítida de valorização da moeda americana frente ao real, em respostas aos fatores de risco que surgiram no horizonte:

Vale ressaltar dois fatores sobre essa escalada do dólar:

  1. Esse movimento foi impulsionado por fatores externos;
  2. Os gatilhos para a aversão ao risco — um possível conflito armado no Oriente Médio e o surto do coronavírus — não estavam no radar do mercado até dezembro.

Esses dois pontos deixam clara a natureza volátil do mercado de câmbio. As negociações de moedas são particularmente sensíveis às variáveis externas, estando sujeitas à imprevisibilidade do noticiário.

Além disso, também é importante ressaltar a ausência de fatores domésticos mais relevantes para a valorização do dólar. Estamos falando de uma conjuntura internacional, e não de um problema localizado no Brasil — o que diminui parcialmente a preocupação do Banco Central (BC).

Sim, é verdade: o BC promoveu um leilão de linha de US$ 2 bilhões nesta sexta-feira, tentando frear a alta da moeda americana. No entanto, em termos estruturais, o mercado brasileiro não apresenta disfuncionalidades e, assim, há pouca demanda por parte dos investidores por uma atuação da autoridade monetária.

É claro que uma puxada ainda mais forte do dólar fará com que o BC se mexa e tente alimentar a demanda do mercado. A situação, contudo, ainda parece sob controle.

O Ibovespa tentou, mas...

O gráfico do dólar à vista chama ainda mais a atenção quando comparado ao do Ibovespa ao longo de janeiro. A bolsa descolou do mercado de câmbio, não cedendo a um movimento de correção logo de cara.

O índice só passou por um ajuste mais forte nos últimos dias, quando o surto de coronavírus ganhou dimensões mais preocupantes. Nesta sexta-feira, o Ibovespa fechou em queda de 1,53%, aos 113.760,57 pontos, acumulando perdas de 3,90% na semana e de 1,63% no mês.

O saldo final foi negativo, mas veja que o Ibovespa conseguiu ficar perto das máximas durante mais de dois terços de janeiro:

Há diversas explicações para esse comportamento do Ibovespa. Por um lado, a expectativa de retomada da economia brasileira em 2020 motiva um certo otimismo com a bolsa, uma vez que as empresas tendem a reportar lucros crescentes num cenário de atividade mais aquecida.

Também há a leitura de alocação estratégica: muitos investidores preferiram manter as apostas em bolsa, mas comprando dólares para proteger suas carteiras.

A ideia é continuar no mercado acionário para o caso de o cenário global não se deteriorar, mas ter uma posição em dólar para não ter perdas volumosas caso as coisas não corressem bem.

E foi exatamente isso que aconteceu nessa última semana: o coronavírus mostrou-se mais sério que o previsto e as bolsas caíram. Mas, quem tinha dólares na carteira, neutralizou as baixas das ações, já que a moeda americana subiu.

Top 5 no mês

Veja abaixo as cinco ações do Ibovespa que mais se valorizaram em janeiro:

  • Via Varejo ON (VVAR3): +25,34%
  • Natura ON (NTCO3): +23,04%
  • Magazine Luiza ON (MGLU3): +17,51%
  • Totvs ON (TOTS3): +15,65%
  • IRB ON (IRBR3): +15,10%

Confira também as maiores quedas do índice no mês:

  • Cia Hering ON (HGTX3): -27,09%
  • CVC ON (CVCB3): -16,67%
  • Cielo ON (CIEL3): -15,26%
  • BRF ON (BRFS3): -13,21%
  • Itaú Unibanco PN (ITUB4): -11,50%

Compartilhe

DESTAQUES DA BOLSA

Cogna (COGN3) nota 10? Banco estrangeiro passa a recomendar compra das ações, que lideram altas da B3

25 de abril de 2024 - 13:39

O banco também avalia um preço justo para as ações entre R$ 2,80 e R$ 4,40, o que representa um potencial valorização das ações de até 120%

MERCADOS HOJE

Bolsa hoje: Ibovespa tenta sustentar os 124 mil pontos com NY negativo; Petrobras (PETR4) aprova dividendos extraordinários

25 de abril de 2024 - 6:56

RESUMO DO DIA: A montanha-russa do mercado ganha mais velocidade hoje com a divulgação de dados de atividade econômica nos Estados Unidos e temporada de balanços locais. O Ibovespa tenta sustentar os 124 mil pontos. Por aqui, o dia promete ser agitado. A Assembleia Geral Ordinária da Petrobras (PETR4) é destaque do dia. Os acionistas […]

CONFIRA O CRONOGRAMA

Magazine Luiza (MGLU3) recebe sinal verde para grupamento de ações e dá prazo para acionistas ajustarem as posições

24 de abril de 2024 - 19:02

A operação será feita na proporção de 10:1. Ou seja, grupos de 10 papéis MGLU3 serão unidos para formar uma única nova ação

MERCADOS HOJE

Bolsa hoje: Ibovespa cai com bancos e NY antes de resultados da Vale (VALE3); dólar sobe a R$ 5,14

24 de abril de 2024 - 6:46

RESUMO DO DIA: O Ibovespa está encarando uma montanha-russa nesta semana, com a temporada de balanços corporativos ganhando tração e Brasília voltando a dividir as atenções dos investidores. Depois de começar o dia em alta, o principal índice da bolsa brasileira terminou o pregão com queda de 0,33%, aos 124.740 pontos. Já o dólar recuperou […]

DESTAQUES DA BOLSA

Exame bem feito: Fleury (FLRY3) acerta o diagnóstico com aquisição milionária e ações sobem 4%

23 de abril de 2024 - 14:04

A aquisição marca a entrada do Grupo Fleury em Santa Catarina com a estratégia B2C, o modelo de negócio direto ao consumidor

MERCADOS HOJE

Bolsa hoje: Ibovespa recua com pressão de Vale (VALE3) na véspera do balanço; dólar cai após dados nos EUA

23 de abril de 2024 - 7:06

RESUMO DO DIA: O Ibovespa até começou a semana com o pé direito, mas hoje faltou impulso para sustentar a continuidade de ganhos da véspera O Ibovespa fechou com queda de 0,34%, aos 125.148 pontos. O dólar à vista segue enfraquecido e terminou o dia a R$ 5,1304, com baixa de 0,74%. Por aqui, o […]

SEM PARAR

A bolsa nunca mais vai fechar? O plano da Bolsa de Valores de Nova York para negociar ações 24 horas por dia, sete dias da semana

22 de abril de 2024 - 17:22

O tema esquentou nos últimos anos por conta da negociação de criptomoedas e também por concorrentes da Nyse, que tentam registro para funcionar sem intervalo

EXCLUSIVO

Gestor do Quasar Agro (QAGR11) acusa Capitânia de “estratégia predatória” em disputa sobre FII com mais de 20 mil cotistas na B3 

22 de abril de 2024 - 13:32

A Capitânia solicitou no mês passado uma assembleia para discutir uma possível troca na gestão do fundo imobiliário

MERCADOS HOJE

Bolsa hoje: Com Petrobras (PETR4) e Wall Street, Ibovespa fecha em alta; dólar cai e volta para o nível abaixo de R$ 5,20

22 de abril de 2024 - 6:54

RESUMO DO DIA: A Petrobras (PETR4) deu o tom do pregão mais uma vez e impulsionou o principal índice a bolsa brasileira, mas sem desprezar o apoio de Wall Street. O Ibovespa fechou em alta de 0,36%, aos 125.573 pontos. Já o dólar seguiu a trajetória de queda e fechou a R$ 5,1687, com baixa […]

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: Inflação é destaque no Brasil e nos Estados Unidos na mesma semana dos balanços das ‘big techs’

22 de abril de 2024 - 6:20

Também nos EUA serão publicados dados do PIB do primeiro trimestre e diversos outros indicadores, como pedidos de bens duráveis e a balança comercial norte-americana

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar