2020 é o novo ‘ano dos IPOs’?
Se um viajante do tempo contasse à Julia de março ou abril que, bem antes do fim do ano, as bolsas americanas já teriam se recuperado e ultrapassado os patamares anteriores à crise, o Ibovespa já teria retornado ao patamar dos 100 mil pontos e que 2020 seria um grande ano de aberturas de capital na bolsa brasileira, a Julia do passado certamente teria duvidado.
Mas em pleno ano da pandemia do coronavírus, e ainda sem uma vacina pronta e aprovada, aqui estamos: 18 IPOs concluídos e mais de 40 na fila, o que transformou 2020 no ano com mais estreias de empresas na bolsa desde 2007, quando 64 companhias abriram o capital.
Recentemente, algumas empresas andaram interrompendo os seus processos de IPO, dada a piora percebida no mercado. Porém, as novas candidatas não param de chegar.
Apenas hoje, noticiamos no Seu Dinheiro que mais duas empresas protocolaram pedidos de IPO junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM): a varejista de móveis Tok & Stok e o grupo Fartura, dono da rede de hortifrútis Oba.
É bacana ver empresas de outros segmentos indo à bolsa. Não só o nosso mercado está ficando carente de papéis para comprar - à medida que mais e mais pessoas começam a investir em ações, diretamente ou via fundos - como também a nossa B3 é muito concentrada em alguns setores, como commodities e instituições financeiras.
Neste ano tivemos até mesmo a estreia bem-sucedida de uma rede de pet shops, a Petz, e há até um brechó on-line na fila, o Enjoei.
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Mas se, por um lado, a onda de IPOs é positiva e necessária, por outro, o investimento em empresas estreantes costuma ser arriscado, já que a novata tem menos dados disponíveis do que companhias abertas há mais tempo. Se estamos falando de uma empresa sem concorrentes abertas, então, pior ainda, pois não tem com quem comparar.
A nossa história recente mostrou muitos casos de IPOs bem-sucedidos de empresas com desempenho posterior brilhante, mas também muitos fiascos, e investidores que compraram gato por lebre.
O tema da coluna do Felipe Miranda hoje girou justamente em torno dessa questão: nesse afã de empresas querendo aproveitar o bom momento do mercado para buscar sócios e investidores ávidos por novidades, será que vamos voltar a comprar discursos bonitos, mas que não se concretizam? Recomendo muito a leitura!
MERCADOS
• A quarta-feira foi de zero a zero - tanto na bolsa quanto no câmbio. O Ibovespa não conseguiu manter o patamar dos 101 mil pontos atingido pela manhã e terminou o dia perto da estabilidade, aos 100.552,44 pontos. O dólar também mal saiu do lugar. Mas o noticiário do dia foi cheio. Confira todos os lances do pregão na matéria do Felipe Saturnino.
• A Cielo não tem tido vida fácil. Com a previsão de resultados fracos no terceiro trimestre, o Goldman Sachs reduziu o preço-alvo para as ações da empresa de maquininhas de cartão. Confira o novo valor e a recomendação para os papéis nesta matéria.
• A partir de amanhã, todos os brasileiros poderão investir em empresas estrangeiras, via BDRs. E boa parte dos investidores estão dispostos a embarcar nessa, segundo uma nova pesquisa da XP Inc.
EMPRESAS
• Reviravolta no mercado! Depois de ter firmado acordo com a Ser Educacional para a venda dos seus ativos, a Laureate acabou optando pela oferta da Ânima, considerada mais atrativa. Mas a Ser não se deu por vencida. Confira os detalhes da “novela”.
• Outra que não está se mostrando disposta a desistir da sua tentativa de aquisição é a Totvs, que prorrogou até 31 de dezembro a sua proposta para comprar a Linx. Entenda todo o caso na matéria.
• Para manter o tema desta newsletter, outro IPO que o mercado pode aguardar, provavelmente não para este ano, é o da unidade digital da Caixa. Pelo menos foi o que disse o ministro da Economia, Paulo Guedes.
ECONOMIA
• Com Huawei ou sem Huawei? A pressão americana sobre a decisão da participação da gigante chinesa no leilão de frequências 5G no Brasil pode ficar para o ano que vem, segundo o embaixador brasileiro em Washington.
• Com a proximidade do fim do ano, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, pediu para que governo e lideranças fechem com urgência um cronograma para a votação de medidas que podem garantir a tranquilidade fiscal nos próximos anos.
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