Ações do mês: como se comportaram as principais indicações das corretoras em abril?
O Seu Dinheiro traz um balanço do desempenho das principais ações indicadas para o mês de abril por 15 corretoras. Dos 26 papéis selecionados, apenas dois registraram queda
Se março foi o mês do banho de sangue nos mercados globais, abril sem sombra de dúvida chegou para somar mais um número considerável de crises ao que já não estava bom.
Crise na saúde, com a pandemia do coronavírus continuando o seu efeito devastador e desembarcando de vez no Brasil, e crise política, com trocas de comando turbulentas no Ministério da Saúde e no da Justiça.
Fora do front doméstico, tivemos ainda um agravamento na já existente crise do petróleo, que chegou a ser negociado com valor negativo pela primeira vez na história.
Os primeiros balanços corporativos referentes ao primeiro trimestre de 2020 também começaram a ser divulgados e trouxeram os primeiros impactos do coronavírus na economia real.
Mas, em meio ao caos, o Ibovespa conseguiu fechar o mês no azul, retomando o patamar dos 80 mil pontos. Após o seu pior desempenho mensal desde 1998 em março, o índice avançou 10,5% em abril.
Ao contrário do que aconteceu em março, quando a queda generalizada das bolsas globais pegou a maior parte dos analistas no contrapé, dessa vez os bancos e corretoras estavam mais preparados.
Tanto é que empresas fortes e resilientes se destacaram dentre as mais indicadas para o mês de abril. Dos 26 papéis indicados por 15 corretoras, apenas dois registraram retorno negativo.
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O pódio
As ações ordinárias da Vale (VALE3), foram as mais indicadas pelos analistas no mês passado, ficando no topo do pódio com 8 indicações. Durante abril, os papéis tiveram uma valorização de 7,29%.
O desempenho foi impulsionado pela reação do mercado aos números divulgados pela companhia no primeiro trimestre de 2020 e pela alta do minério de ferro.
Os reveses ficaram por conta dos índices de atividade abaixo do esperado da economia chinesa, já que o país é um dos motores para a atividade do setor de siderurgia.
Para fechar as favoritas de abril, tivemos um empate quádruplo entre Banco do Brasil, JBS, Engie e Telefônica Brasil, com três indicações cada.
O Banco do Brasil (BBAS3), teve uma valorização de 5,94%. A JBS (JBSS3), muito beneficiada pela alta do dólar, foi a campeã entre as favoritas das corretoras e recuperou parte das perdas acumuladas do ano, fechando abril com um retorno de 27,21%. Representando o setor de energia, a Engie (EGIE3) avançou 3,75%.
Já a Telefônica Brasil, que também figurou no pódio entre as mais indicadas, foi a única entre as favoritas a ter um retorno negativo, com queda de 4,61%.
Confira abaixo o resultado completo das ações indicadas.
Maior alta 👍
As ações ordinárias da Marfrig (MRFG3) lideram o ranking de maiores altas do mês dentro das ações recomendadas para abril.
A empresa tende a se beneficiar do dólar alto, já que é uma exportadora de commodity. Além disso, a companhia também se beneficia da retomada da venda de carne in natura para os Estados Unidos e de uma menor concorrência global.
Em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro no fim de março, o novo CEO da Marfrig, Miguel Gularte, disse que a empresa está praparada para qualquer cenário.
E os últimos números divulgados pela companhia parecem comprovar a fala do executivo. A empresa reportou um aumento de 20% nas vendas em março, mesmo em meio ao caos causado pelo coronavírus.
A companhia anunciou um programa de recompra de até 5,9 milhões de ações — 0,83% do total de papéis em negociação. Agora, no acumulado do ano, a Marfrig tem a maior alta do Ibovespa, com um avanço de mais de 28%.
Maior queda 👎
Enquanto isso, a maior queda registrada entre as queridinhas das corretoras foram as ações da Telefônica Brasil, dona da marca Vivo (VIVT4).
Durante a crise do coronavírus, o setor de telecomunicações é visto como um dos mais resilientes da bolsa. Assim, as companhias do segmento que apresentam fundamentos sólidos e menor variação em relação a outros setores durante a crise, são muito procurados pelos investidores.
Com a retomada do apetite por risco observado em abril, os papéis, que normalmente são vistos como mais defensivos, foram deixados de lado em favor de outras estratégias.
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