Os segredos da bolsa: três fatores que podem roubar a cena do coronavírus nesta semana
O coronavírus continua trazendo enorme cautela à bolsa, mas há outros fatores que podem mexer diretamente com as ações nesta semana. Saiba quais:
Mais uma semana se iniciando, mais uma onda de pessimismo se desenhando no horizonte: as bolsas da Ásia e os futuros de Nova York caem forte neste fim de domingo (22), assim como as cotações do petróleo. Tudo indica que teremos mais um pregão de muito estresse nesta segunda (23).
E não é para menos: o surto de coronavírus segue implacável na Europa, ainda sem sinais de estabilização na Itália e nos demais países da região que são mais afetados. Do outro lado do Atlântico, os Estados Unidos também veem um salto nas ocorrências — e, por aqui, o quadro é igualmente preocupante.
No Brasil, eram mais de 1.500 casos confirmados até domingo, com 25 mortes. O governo de São Paulo decretou quarentena por 15 das, determinando o fechamento do comércio não-essencial; diversos outros estados do país foram pelo mesmo caminho e tomaram medidas semelhantes.
No mundo todo, já são quase 15 mil óbitos e cerca de 330 mil pessoas infectadas, quadro que coloca países inteiros em quarentena e provoca uma desaceleração brusca na economia global.
É cada vez mais evidente que, em meio à pandemia da doença, o nível de atividade mundial será fortemente impactado — já há bancos e casas de análise que trabalham com um cenário-base de recessão em 2020, apesar das inúmeras iniciativas de governos e bancos centrais para tentar conter os danos da doença à economia.
Considerando isso tudo, é mais que natural que os mercados mostrem-se bastante pessimistas e com forte aversão ao risco — e, levando em conta a abertura da sessão asiática, pode-se esperar mais um dia de perdas expressivas nas bolsas nesta segunda. Mas isso não quer dizer que não haja outros fatores capazes de influenciar as negociações.
Leia Também
Por mais que o coronavírus continue no centro das atenções, os investidores devem ficar atentos à agenda de dados econômicos no Brasil e à temporada de balanços do quarto trimestre de 2019, que chega à reta final. Mesmo em meio ao caos global, tais fatores podem imprimir uma dinâmica particular às operações por aqui.
A começar pelo Banco Central, que quebrou o script e antecipou a divulgação da ata da última reunião do Copom.
Tem surpresa no radar?
Tradicionalmente, as atas da reunião do Copom são divulgadas na terça-feira seguinte à divulgação da decisão da Selic. Assim, era de se esperar que o documento fosse publicado apenas no dia 24.
Só que, na noite da última terça, o BC soltou um comunicado à imprensa com duas novidades. A ata será conhecida já nesta segunda (23), às 8h; em sequência, o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, anunciará medidas de combate aos efeitos do coronavírus.
O BC não explicou por que a divulgação da ata foi antecipada ou qual o teor das ações a serem reveladas por Campos Neto, o que criou expectativa entre os investidores. Afinal, faz menos de uma semana que o Copom cortou a Selic ao patamar de 3,75% ao ano.
Há quem aposte num programa mais volumoso de atuações no mercado de câmbio, de modo a tentar frear a escalada do dólar; há quem acredite numa ação extraordinária nos juros, semelhante às feitas pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano); há quem aguarde um pacote para aumentar a liquidez dos mercados...
As opções são inúmeras, mas o mistério persiste. Assim, fique atento ao BC nesta segunda-feira, já que, a depender do teor do anúncio, os mercados poderão ter algum alívio mesmo em meio ao pessimismo externo.
E mesmo a ata do Copom também precisa ser analisada com lupa. Afinal, o corte de 0,5 ponto na Selic veio acompanhado de um tom cauteloso por parte do BC — a autoridade deu a entender que não gostaria de cortar mais os juros daqui para frente, embora não descarte a opção caso seja necessário.
Assim, a ata trará mais luz a respeito do racional por trás da decisão do Copom. Saber exatamente qual é a visão do BC em relação aos riscos gerados pelo coronavírus tende a balizar o comportamento do dólar e das curvas de juros — o que, em última instância, afeta diretamente a bolsa.
Reta final
No front corporativo, destaque para os últimos balanços da safra de resultados referentes ao quarto trimestre de 2019. Sim, eu sei: levando em conta o caos no mundo por causa do coronavírus, parece besteira dar atenção a esses números. Mas confie em mim: há dados importantes a serem coletados.
Veja abaixo a lista com os principais balanços a serem divulgados nos próximos dias:
- Segunda-feira (23): Hapvida
- Quarta-feira (25): JBS, Oi e Via Varejo
- Quinta-feira (26): Embraer e Sabesp
- Sexta-feira (27): Cogna e Eletrobras
O dia D, obviamente, é quarta-feira, com três empresas que são muito populares entre os investidores.
O balanço da Via Varejo é especialmente importante porque será o primeiro a levar em conta uma fraude contábil descoberta no fim de 2019 — na ocasião, a empresa estimava um impacto de até R$ 1,4 bilhão no resultado do trimestre.
Mas isso não é tudo. Os números dos últimos três meses darão uma ideia melhor a respeito da recuperação da Via Varejo — muitos analistas apostam que, sob a gestão da família Klein, a empresa tem tudo para melhorar suas métricas operacionais.
Assim, o resultado do trimestre pode ser um divisor de águas para a Via Varejo: caso confirme o otimismo do mercado, poderá atrair ainda mais investidores para as ações ON (VVAR3); caso frustre e mostre um panorama desanimador para 2020, os papéis tendem a sofrer.
Ainda na quarta-feira, destaque para os números da Oi, empresa que está em recuperação judicial e que tenta a todo custo vender ativos e fazer caixa. As métricas de endividamento e alavancagem, assim, estão entre os pontos a serem analisados de perto pelos investidores.
Vale lembrar que, há poucos dias, Tim e Telefônica Brasil se uniram para tentar comprar a divisão de telefonia móvel da Oi — os valores da proposta não foram divulgados. Desta maneira, qualquer comentário a respeito dessa transação, tanto no balanço quanto na teleconferência com analistas, provocarão reações intensas aos papéis da empresa.
Quanto às outras empresas, é importante checar os comentários da administração a respeito do panorama para 2020. Afinal, ao contrário das companhias que não deixaram para reportar seus balanços na reta final da temporada, elas têm a chance de passar previsões que já levam em conta o atual cenário de caos com o coronavírus.
Assim, fique atento aos comentários e previsões a serem passados por essas companhias — fará toda a diferença na hora de você tomar a decisão de investir ou não nessas empresas.
E agora, Brasil?
Por fim, atenção à agenda de dados econômicos no Brasil, com três divulgações relevantes e que podem mexer com a confiança dos investidores:
- IPCA-15 em março, na quarta-feira (25)
- Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do Banco Central, na quinta-feira (26)
- Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) em janeiro, na sexta-feira (27)
O IPCA-15 dará o primeiro termômetro dos impactos do surto de coronavírus na inflação do país. Na primeira quinzena do mês, as quarentenas e isolamentos em decorrência da doença ainda tinham pouca força por aqui.
Por um lado, esse fenômeno tende a gerar deflação, dada a natural contração da atividade. Mas, por outro, as corridas aos supermercados, em busca de estoques para uma quarentena, podem provocar distorções nos preços — assim, é importante ficar atento quanto ao comportamento dos índices inflacionários.
O RTI também será importante para ter mais clareza quanto à visão do Banco Central a respeito da trajetória dos preços ao longo do ano, em meio ao surto do coronavírus — será o segundo documento oficial a dar clareza quanto ao balanço de riscos do BC, após a divulgação da ata do Copom.
Por fim, temos o IBC-Br — um dado defasado por se referir a janeiro, mas que dará uma foto a respeito do estado da economia brasileira antes da crise do coronavírus.
Assim, esses três dados atuarão em conjunto para dar uma clareza maior ao investidor quanto à economia doméstica. Por mais que o governo já tenha cortado a projeção de crescimento do PIB em 2020 para alta de apenas 0,02%, cada nova informação serve para afastar a nebulosidade entender como esse novo cenário mexe com a atividade local.
Nem o ‘Pacman de FIIs’, nem o faminto TRXF11, o fundo imobiliário que mais cresceu em 2025 foi outro gigante do mercado; confira o ranking
Na pesquisa, que foi realizada com base em dados patrimoniais divulgados pelos FIIs, o fundo vencedor é um dos maiores nomes do segmento de papel
De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar
“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237
Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)
‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus
CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.
Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem
Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário
Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025
Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira
Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall
A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores
Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema
Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem
BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México
O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”
As ações que devem ser as melhores pagadoras de dividendos de 2026, com retornos de até 15%
Bancos, seguradoras e elétricas lideram e uma empresa de shoppings será a grande revelação do próximo ano
A torneira dos dividendos vai secar em 2026? Especialistas projetam tendências na bolsa diante de tributação
2025 caminha para ser ano recorde em matéria de proventos; em 2026 setores arroz com feijão ganham destaque
Bancos sobem na bolsa com o fim das sanções contra Alexandre de Moraes — Banco do Brasil (BBAS3) é o destaque
Quando a sanção foi anunciada, em agosto deste ano, os papéis dos bancos desabaram devido as incertezas em relação à aplicação da punição
TRXF11 volta a encher o carrinho de compras e avança nos setores de saúde, educação e varejo; confira como fica o portfólio do FII agora
Com as três novas operações, o TRXF11 soma sete transações só em dezembro. Na véspera, o FII já tinha anunciado a aquisição de três galpões
