Incertezas com segunda onda de infecções de covid-19 e cenário político preocupam investidores
Novos casos de coronavírus em localidades que deram os primeiros passos em torno da reabertura preocupam e os negócios começam mistos no exterior. No Brasil, ata do Copom e clima em Brasília seguem em primeiro plano
O dia começa com a divulgação da ata do Copom (8h), que deve trazer mais dicas sobre o novo corte prometido para a próxima reunião, que acontece em junho. Com o documento em mãos, o mercado deve recalibrar as suas apostas. No campo político, ficam no radar a exibição do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril e o depoimento de três ministros do governo Bolsonaro.
No exterior, uma segunda onda de infecções por coronavírus em regiões que deram os primeiros passos em torno da reabertura preocupa e aumenta a cautela dos investidores.
Segunda onda
A nova onda de infecções em localidadas que já haviam dado os primeiros passos em torno da reabertura - como China, Coreia do Sul e algumas regiões da Europa preocupam os investidores.
Os novos casos podem atrapalhar os planos de reabertura na Europa e Estados Unidos, muito aguardados pelos investidores.
Em Wuhan, primeiro epicentro da doença, novos casos foram registrados após mais de um mês sem registros. No mundo todo já são mais de 4,1 milhões de casos, com 286.613 mortos.
Na Ásia, a cautela fez as bolsas da região fecharem no vermelho. Também pesou novos dados da economia chinesa que indicam o estrago deixado pelo vírus na economia.
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O índice de preços ao produtor caiu 3,1% em abril. A taxa anual de inflação desacelerou de 4,3% em março para 3,3% em abril.
Ontem, a cautela também predominou nas bolsas americanas, com S&P e Dow Jones fazendo uma pausa na sequência de altas. Hoje, os índices futuros em Nova York amanheceram em queda, mas se recuperam operam próximos da estabilidade. Na Europa, os negócios operam sem uma direção definida.
Motor para a recuperação
Os índices futuros em Nova York passaram a se recuperar depois da China anunciar que irá isentar produtos dos Estados Unidos de tarifas punitivas.
Além disso, o petróleo também ensaia uma recuperação forte, após as perdas de ontem, com o petróleo WTI subindo mais de 4,5%, a US$ 26,20. Já o Brent sobe 2,40%, a US$ 30,34.
Sobrou cautela
Depois de uma semana de recuperação, a bolsa brasileira voltou a ser dominada pela aversão ao risco.
O Ibovespa terminou o pregão em baixa de 1,49%, aos 79.064,60 pontos. O dólar à vista subiu 1,37%, a R$ 5,8206 — a segunda maior cotação de fechamento em termos nominais. No ano, a valorização da moeda americana é superior a 45%.
O Banco Central chegou a interferir no câmbio, realizando um leilão extrordinário de US$ 500 milhões em swap cambial, aliviando parte da pressão.
Cadê o veto?
Os investidores ainda seguem apreensivos com o auxílio emergencial para Estados e municípios aprovado no Congresso.
Apesar de ter prometido um veto ao reajuste de salários dos servidores públicos, o presidente Jair Bolsonaro ainda não aprovou a medida.
Segundo Bolsonaro, a decisão está sendo alinhada com a equipe econômica de Guedes e a assinatura deve sair até quarta-feira desta semana.
O congelamento do salário do funcionalismo público era uma das contrapartidas exigidas por Guedes em troca da ajuda de R$ 60 bilhões aos Estados e municípios durante a pandemia.
Ruídos políticos
A exibição do vídeo da reunião ministerial em que o presidente Jair Bolsonaro teria ameaçado de demissão o ex-ministro da Justiça Sergio Moro deve aumentar o borburinho político em Brasília hoje.
O vídeo está sob sigilo temporário e será exibido a procuradores, delegados da Polícia Federal, AGU e Sergio Moro.
Ainda hoje três ministros de Bolsonaro também devem prestar esclarecimentos sobre o caso -os generais Augusto Heleno, Braga Netto e Eduardo Ramos.
Ontem, o depoimento de Maurício Valeixo, ex-diretor geral da Polícia Federal cuja demissão foi o ponto de ruptura entre Sergio Moro e o presidente Jair Bolsonaro, trouxe tensão ao mercado local, depois que confirmou a pretensão do presidente em deslocar alguém com 'afinidade' para o cargo.
Divergências na Saúde
Enquanto o ministro da Saúde Nelson Teich parece adotar um discurso que valoriza o isolamento social, o presidente Jair Bolsonaro aprovou um decreto em que aumenta a lista de serviços essenciais, incluindo academias de ginástica, salões de cabelereiro e barbearias.
O ministro foi pego de surpresa pela decisão durante a coletiva de imprensa para anunciar o último boletim médico pelo ministério.
No Brasil, o número de mortos ultrapassa a marca dos 11,5 mil.
Sem conversa
O retorno do fantasma da guerra comercial entre Estados Unidos e China também fica no radar.
Ontem, o presidente americano Donald Trump afirmou que não está 'interessado' em reabrir as negociações para relaxar termos do pacto comercial em meio à pandemia.
Trump também voltou a acusar a China de tirar vantagem dos EUA por anos e não ter 'parado' o coronavírus. O presidente disse ainda que irá monitorar o país asiático para garantir que cumpram a sua parte do acordo.
Agenda
O detalhamento dos próximos passos e do fundamento para o raciocínio do Banco Central devem estar na ata da última reunião de Política Monetária do Copom, que será divulgada nesta terça-feira.
O mercado espera o documento para calibrar as expectativas para a próxima reunião, em junho, onde o BC já informou que fará um corte não maior do que o atual.
Além da ata, temos também o índice do setor de serviços de março (9h).
Balanços
Nesta terça-feira, um dia mais tranquilo nas divulgações corporativas.
Antes da abertura temos BTG Pactual e Banrisul. Santos Brasil e Camil soltam os resultados após o fechamento do mercado.
Confira os principais números que devem mexer com o mercado nesta terça-feira:
- Itaúsa reportou lucro líquido de atribuído aos controladores de R$ 1,012 bilhão. O valor representa queda de 59,3% na comparação com o lucro líquido atribuído aos controladores de R$ 2,486 bilhões em igual período do ano anterior. O lucro recorrente somou R$ 1,062 bilhão, queda de 53,4%.
- O lucro líquido do BTG Pactual no primeiro trimestre do ano somou R$ 768 milhões, alta de 14% em relação ao observado um ano antes. Em relação ao quarto trimestre do ano, contudo, o lucro caiu 35%.
- Carrefour Brasil registrou no primeiro trimestre de 2020 queda de 17,7% no lucro líquido, para R$ 363 milhões, na comparação anual. O lucro líquido ajustado, excluindo outras receitas e despesas, somou R$ 401 milhões no trimestre, recuo de 1,5% .
Fique de olho
- Ouro Fino pagará juros sobre capital próprio de R$ 0,01751 por ação, em 60 dias, no valor total de R$ 836,434 mil.
- Vitor Fagá de Almeida, diretor vice-presidente de finanças da divisão Atacadão renunciou.
- Dasa comprou a Cromossomo Participações.
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