Enquanto republicanos e democratas parecem longe de firmar um acordo em torno do novo pacote de estímulos fiscais nos Estados Unidos, os mercados internacionais optam pela cautela.
No Brasil, os investidores devem repercutir o novo corte na taxa básica de juros e o comunicado do Banco Central, que afirmou que o espaço para novos cortes é pequeno. Confira aqui como ficam as suas aplicações com a nova taxa.
Impasse nas negociações
A aversão ao risco é o que predomina nos mercados nesta manhã.
A expectativa por um novo pacote de estímulos fiscais nos Estados Unidos dá lugar ao sentimento de aversão ao risco, já que republicanos e democratas parecem longe de um acordo.
A relação entre Estados Unidos e China também é um foco de cautela no radar. Mike Pompeo, secretário de Estado americano, voltou a criticar o país asiático e anunciou restrições a companhias chinesas. Segundo Pompeo, a medida visa proteger os dados dos cidadãos americanos.
Com esse cenário, as bolsas asiáticas tiveram um comportamento misto durante a madrugada.
Revisando a trajetória
Nas bolsas europeias, predomina o sinal negativo nesta manhã. No velho continente, as últimas declarações do Banco da Inglaterra - que mostram que a economia britânica não deve se recuperar antes do fim de 2021 -azedam os negócios. Em Nova York, os índices futuros também operam no vermelho.
Refletindo o Copom
A expectativa por novos pacotes de estímulos fiscais no exterior e a projeção de um novo corte na Selic levaram o Ibovespa a fechar o dia em alta de 1,57%, aos 102.801,76 pontos. O dólar também fechou o dia em alta de 0,14%, aos R$ 5,2930.
Ontem, após o fechamento do mercado, o Banco Central anunciou o nono corte consecutivo da taxa básica de juros. A Selic caiu 0,25 ponto percentual, indo a 2%. Em comunicado, a instituição sinalizou o fim dos cortes no juros, ainda que dando a entender que caso um novo corte ocorra, ele dependerá de outros fatores.
De olho nos bancos
Está marcada para a tarde desta quinta-feira (06) a votação do projeto de lei que limita as taxas de juros do cheque especial e do cartão de crédito no Senado. A pauta deve mexer com os papéis das companhias do setor financeiro.
Balanços
A temporada de balanços segue agitada. Confira os últimos números divulgados:
- A Braskem teve um prejuízo líquido bilionário, revertendo o lucro líquido do mesmo trimestre de 2019. A perda foi de R$ 2,476 bilhões.
- A AES Tietê registrou crescimento de 236% no lucro líquido do segundo trimestre de 2020 na comparação com igual período de 2019. O lucro alcançou R$ 119 milhões.
- A SulAmérica, companhia do ramo de seguros, registrou lucro líquido de R$ 498,3 milhões no segundo trimestre de 2020. A cifra marca alta de 91% em relação ao mesmo período do ano passado.
Agenda
No Brasil, temos a divulgação da Pnad Contínua (9h), com a taxa de desemprego do último trimestre.
Nos Estados Unidos, o destaque é o número de pedidos de auxílio-desemprego (9h30) da semana.
Fique de olho
- Banco do Brasil e Itaú anunciaram corte de juros após decisão do Copom.
- Petrobras teve recorde de produção no campo de Búzios em julho, de 615 mil barris por dia.