Impacto do coronavírus sobre os fundos imobiliários: os segmentos mais e menos afetados, segundo a XP
Corretora avalia que volatilidade continuará forte no curto prazo, mas que queda de preços abriu oportunidades de compra; saiba quais tipos de FII devem ser os mais e os menos afetados neste momento de crise de saúde

Os fundos imobiliários não têm passado incólumes pela turbulência recente nos mercados, mas estão sofrendo bem menos: enquanto o Ibovespa, principal índice de ações da B3, perde mais de 20% no mês e quase 30% no ano, o IFIX, Índice de Fundos Imobiliários, perde "apenas" 8,86% no mês e 15,53% no ano.
Os fundos de investimento imobiliário (FII) tendem a ter uma característica mais defensiva, sendo bem menos voláteis que as ações. Assim, em momentos de bonança, não valorizam tanto, mas também não costumam cair muito quando tudo está caindo.
Além disso, os FII costumam ser geradores de renda, pois pagam rendimentos geralmente mensais. Quem busca investimentos com essa característica, portanto, costuma aproveitar momentos de queda para comprar, porque é nessas horas que os retornos percentuais aumentam.
No entanto, os FII, assim como as ações, estão intrinsecamente ligados à economia real. Se as perspectivas são de desaceleração ou até recessão - como o mercado agora teme - os FII tendem a se desvalorizar. Da mesma forma que as empresas podem passar a lucrar menos, os FII que alugam imóveis para essas empresas podem sofrer com inadimplência ou vacância, uma vez que a saúde financeira dos seus inquilinos estará mais frágil.
Sendo assim, no atual cenário, que tipos de FII podem acabar sofrendo mais e quais seriam mais resilientes? A XP Investimentos publicou um relatório, na última semana, falando exatamente sobre isso.
Apesar do avanço do coronavírus no Brasil - já são mais de 120 casos confirmados - o analista Renan Manda, que assina o relatório, diz que a corretora espera "impacto limitado para os fundos imobiliários", dado que os imóveis dos fundos têm pouca exposição ao mercado externo. "No entanto, não descartamos possível volatilidade nos papéis no curto prazo, dado o cenário de maiores incertezas e de aversão a risco", diz o texto.
Leia Também
"Caso haja uma escalada do nível de contágio e queda no fluxo de pessoas por períodos de tempo prolongados, não descartamos enfraquecimento operacional e eventuais contratempos nos fundos imobiliários, como atrasos nos pagamentos de aluguéis, concessão de descontos temporários de alguns inquilinos e eventuais aumentos no índice de inadimplência. Mas, vale ressaltar que esse não é o nosso cenário base."
- Renan Manda, analista de fundos imobiliários da XP Investimentos.
O segmento que vai sofrer mais
Dito isto, Manda acredita que os fundos imobiliários mais afetados pelo agravamento do contágio do coronavírus são os de shopping centers, devido à diminuição prolongada do fluxo de pessoas nas ruas e locais públicos.
Com menos gente indo a shoppings - se é que eles não serão obrigados a suspender as atividades muito em breve - lojistas ficarão sem receber e podem não conseguir pagar os aluguéis. Lembrando, também, que normalmente parte dos rendimentos dos FII de shoppings corresponde a um percentual da receita dos lojistas.
No entanto, o relatório ressalta que, para afetar significativamente os rendimentos dos FII, a restrição no fluxo de pessoas teria que ser feita por um período prolongado.
O analista lembra que, durante a greve dos caminhoneiros em 2018, houve redução do fluxo de pessoas nos shopping centers durante algumas semanas, mas o impacto do evento acabou sendo marginal sobre as operações dos FII e os preços das suas cotas.
Quem vai sofrer menos
Caso o impacto econômico do coronavírus seja acentuado, a XP acredita que o segmento menos atingido será o de galpões logísticos. Primeiro porque eles normalmente estão localizados em regiões com menor densidade populacional e menor fluxo de pessoas, fora de grandes centros comerciais.
Além disso, caso haja queda de fluxo de pessoas nas ruas e centros comerciais, uma das alternativas seria recorrer ao e-commerce, amplamente dependente dos galpões logísticos. "Por isso vemos uma probabilidade baixa de que haja impactos relevantes na vacância ou inadimplência durante um eventual aumento do contágio do coronavírus", diz o relatório.
XP recomenda compra com cautela
A corretora conclui o relatório recomendando compra de fundos imobiliários de forma moderada e por fases. A XP destaca que, por um lado, a recente queda nos preços abriu oportunidades de rebalanceamento e pontos de entrada. Para a instituição, os retornos dos FII voltaram a ficar atrativos depois das quedas nos preços das cotas.
Por outro lado, destaca, o ambiente continua "altamente volátil" e a corretora não descarta "mais volatilidade no curto prazo, dado o movimento de aversão a risco decorrente do aumento de contágio do coronavírus".
JBS (JBSS3) avança rumo à dupla listagem, na B3 e em NY; isso é bom para as ações? Saiba o que significa para a empresa e os acionistas
Próximo passo é votação da dupla listagem em assembleia marcada para 23 de maio; segundo especialistas, dividendos podem ser afetados
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Gestora controlada por Verde Asset, de Luis Stuhlberger, tenta captar R$ 400 milhões com primeiro fundo imobiliário
FII Verde A&I Cedro Portfolio Renda é o nome do novo fundo imobiliário a ser lançado por Stuhlberger.
Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia
Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell
Como declarar fundos de investimento no imposto de renda 2025
O saldo e os rendimentos de fundos devem ser informados na declaração de IR. Saiba como declará-los
Natura (NTCO3) renova contrato de locação de imóvel do FII BRCO11 e cotas sobem mais de 2% na bolsa hoje
Com a renovação do acordo pela Natura, o fundo imobiliário parece ter deixado para trás a fase de pedidos de rescisão antecipada dos contratos de locação de seus imóveis
Orgulho e preconceito na bolsa: Ibovespa volta do feriado após sangria em Wall Street com pressão de Trump sobre Powell
Investidores temem que ações de Trump resultem e interferência no trabalho do Fed, o banco central norte-americano
Como declarar fiagros e fundos imobiliários (FIIs) no imposto de renda 2025
Fundos imobiliários e fiagros têm cotas negociadas em bolsa, sendo tributados e declarados de formas bem parecidas
De olho na classe média, faixa 4 do Minha Casa Minha Vida começa a valer em maio; saiba quem pode participar e como aderir
Em meio à perda de popularidade de Lula, governo anunciou a inclusão de famílias com renda de até R$ 12 mil no programa habitacional que prevê financiamentos de imóveis com juros mais baixos
Ainda há espaço no rali das incorporadoras? Esta ação de construtora tem sido subestimada e deve pagar bons dividendos em 2025
Esta empresa beneficiada pelo Minha Casa Minha Vida deve ter um dividend yield de 13% em 2025, podendo chegar a 20%
Lucro de 17% isento de Imposto de Renda e com ‘pinga-pinga’ mensal na conta: veja como investir em estratégia ‘ganha-ganha’ com imóveis
EQI Investimentos localiza oportunidade em um ativo com retorno-alvo de 17% ao final de 2025, acima da inflação e da taxa básica de juros atual
Até tu, Nvidia? “Queridinha” do mercado tomba sob Trump; o que esperar do mercado nesta quarta
Bolsas continuam de olho nas tarifas dos EUA e avaliam dados do PIB da China; por aqui, investidores reagem a relatório da Vale
Minha Casa, Minha Vida: conselho do FGTS aprova nova faixa para quem tem renda de até R$ 12 mil com juros de 10%
A projeção apresentada ao Conselho é de que até 120 mil famílias sejam alcançadas pela nova faixa do programa Minha Casa, Minha Vida
Riza Arctium (RZAT11) anuncia inadimplência de inquilino, mas cotas sobem na bolsa nesta terça
Os investidores do FII não parecem estar assustados com a inadimplência — mas existe um motivo para a animação dos cotistas
Iguatemi (IGTI11) sobe na bolsa após venda de shoppings por R$ 500 milhões — e bancão diz que é hora de colocar as ações na carteira
Com o anúncio da venda, o BTG Pactual reiterou a recomendação de compra dos papéis da Iguatemi, mas não é o único a ver a transação como positiva
Imóvel na planta: construtora pode levar 6 meses para baixar hipoteca após quitação? Se ela não pagar dívida ao banco, posso perder meu imóvel?
É comum que contratos de compra de imóvel na planta prevejam um prazo para a liberação da hipoteca após a quitação do bem, mas ele pode ser bem dilatado; qual o risco para o comprador?
Senta que lá vem mais tarifa: China retalia (de novo) e mercados reagem, em meio ao fogo cruzado
Por aqui, os investidores devem ficar com um olho no peixe e outro no gato, acompanhando os dados do IPCA e do IBC-Br, considerado a prévia do PIB nacional
Prazo de validade: Ibovespa tenta acompanhar correção das bolsas internacionais, mas ainda há um Trump no meio do caminho
Bolsas recuperam-se parcialmente das perdas dos últimos dias, mas ameaça de Trump à China coloca em risco a continuidade desse movimento
Para ficar perto de Trump, Zuckerberg paga US$ 23 milhões por mansão em Washington — a terceira maior transação imobiliária história da capital americana
Localizada a menos de 4 km da Casa Branca, a residência permitirá ao dono da Meta uma maior proximidade com presidente norte-americano
FII PVBI11 cai mais de 2% na bolsa hoje após bancão chinês encerrar contrato de locação
Inicialmente, o contrato não aplicava multa ao inquilino, um dos quatro maiores bancos da China que operam no Brasil, mas o PVBI11 e a instituição chegaram a um acordo