Com saída de Moro do governo, Ibovespa opera em queda de mais de 5%; dólar dispara a R$ 5,70
Pedido de demissão de Sergio Moro amplia a tensão em Brasília e faz a bolsa despencar; dólar dispara e chega a R$ 5,73 na máxima
O dólar à vista dispara e renova as máximas e o Ibovespa aprofunda a queda nesta sexta-feira (24), com os investidores mostrando enorme cautela após a confirmação da saída do ministro Sergio Moro do governo Bolsonaro.
Por volta das 15h20, o índice brasileiro operava em forte baixa de 5,67%, aos 75.158,13 pontos. Na mínima, o índice tocou os 72.040,82 pontos (-9,80%) e ficou a um triz de acionar mais um circuit breaker — em março, o botão do pânico da bolsa foi pressionado seis vezes.
No câmbio, a situação é igualmente nervosa: o dólar à vista disparava 3,15% no mesmo horário, a R$ 5,7029. Com o desempenho do momento, a moeda americana já acumula ganhos de quase 9% na semana; no ano, o salto supera os 42%.
- Confira a edição desta sexta-feira do Podcast Touros e Ursos! Os repórteres Victor Aguiar e Julia Wiltgen comentaram sobre a saída de Moro do governo e as consequências do turbilhão político para os mercados:
Em coletiva que durou pouco mais de 40 minutos, o agora ex-ministro lembrou que o convite para integrar o governo incluía a promessa de "carta branca" nas nomeações. Moro citou a tentativa de uma interferência política na Polícia Federal como gatilho para sua renúncia. "Falei que seria uma interferência política ao presidente e Bolsonaro disse: 'seria mesmo'".
Moro disse ainda que não assinou a saída do diretor-geral da PF e que ficou sabendo da demissão oficialmente pelo decreto publicado no Diário Oficial.
O dólar já havia avançado 2,22% no dia anterior, cotado a R$ 5,5287, e o Ibovespa havia registrado baixa de 1,26%, aos 79.673,30 pontos pela mesma razão. O mercado doméstico destoou do movimento de alta moderada no exterior após as primeiras informações sobre a possível demissão de Moro.
Leia Também
Bolsa perdeu R$ 183 bilhões em um único dia; Itaú Unibanco (ITUB4) teve maiores perdas
"No meio de uma incerteza fiscal enorme, temos uma crise política que parece que não poderá ser revertida mais", diz Solange Srour, economista-chefe da ARX Investimentos, ponderando ainda que Moro fez acusações graves contra Bolsonaro e que justificariam um impeachment.
Mais cedo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, cancelou a participação em uma live promovida pelo Itaú — parte do mercado teme que Guedes também poderá deixar o governo, considerando a perda de protagonismo do ministro nos últimos dias.
Ainda em relação ao câmbio, o Banco Central promove nesta sexta-feira leilões de linha de dólar e de contratos de swap cambial para rolagem de vencimentos em ambos os instrumentos. A oferta é de US$ 3,5 bilhões.
Pessimismo lá fora
No exterior, as bolsas de Nova York também aumentaram a aversão ao risco durante a manhã. Em primeiro plano, aparece a incerteza quanto aos impactos econômicos do coronavírus, o que limitou a alta dos mercados acionários americanos.
No mesmo horário, o Dow Jones subia 0,60%, o S&P 500 tinha alta de 0,87% e o Nasdaq avançava 1,07%, afastando-se das máximas registradas no início da sessão.
Esse leve tom positivo visto em Wall Street deixa claro que a forte queda do Ibovespa e o novo salto do dólar à vista possuem relação com o panorama doméstico e a instabilidade política vista em Brasília.
Juros sobem forte
Considerando esse cenário turbulento no front político e a disparada do dólar, as crvas de juros passam por um forte ajuste positivo — os investidores, que antes apostavam alto num corte firme da Selic na reunião de maio do Copom, agora assumem uma postura mais cautelosa.
Ainda assim, o cenário-base é de continuidade no ciclo de alívio monetário, como os DIs curtos deixam claro:
- Janeiro/2021: de 2,71% para 3,15%;
- Janeiro/2023: de 4,53% para 5,65%;
- Janeiro/2025: de 6,26% para 7,32%.
Quase tudo em queda
Apenas três ativos do Ibovespa operam em alta nesta sexta-feira: Suzano ON (SUZB3), com ganho de 4,18%; as units da Klabin (KLBN11), com avanço de 1,53%; e Vale ON (VALE3), com valorização de 0,80% — as três são exportadoras e, assim, se beneficiam com o salto do dólar.
Veja abaixo as dez maiores quedas do índice no momento:
| CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
| CYRE3 | Cyrela ON | 13,51 | -15,56% |
| ECOR3 | Ecorodovias ON | 9,77 | -15,19% |
| ELET6 | Eletrobras PNB | 24,60 | -14,32% |
| SBSP3 | Sabesp ON | 36,46 | -13,97% |
| ELET3 | Eletrobras ON | 21,64 | -13,61% |
| BRML3 | BR Malls ON | 9,18 | -13,48% |
| AZUL4 | Azul PN | 14,37 | -12,22% |
| IRBR3 | IRB ON | 8,89 | -12,15% |
| BBAS3 | Banco do Brasil ON | 24,67 | -12,05% |
| HGTX3 | Cia Hering ON | 13,12 | -11,77% |
Ibovespa vai dar um salto de 18% e atingir os 190 mil pontos com eleições e cortes na Selic, segundo o JP Morgan
Os estrategistas reconhecem que o Brasil é um dos poucos mercados emergentes com um nível descontado em relação à média histórica e com o múltiplo de preço sobre lucro muito mais baixo do que os pares emergentes
Empresas listadas já anunciaram R$ 68 bilhões em dividendos do quarto trimestre — e há muito mais por vir; BTG aposta em 8 nomes
Levantamento do banco mostra que 23 empresas já anunciaram valor ordinários e extraordinários antes da nova tributação
Pátria Malls (PMLL11) vai às compras, mas abre mão de parte de um shopping; entenda o impacto no bolso do cotista
Somando as duas transações, o fundo imobiliário deverá ficar com R$ 40,335 milhões em caixa
BTLG11 é destronado, e outros sete FIIs disputam a liderança; confira o ranking dos fundos imobiliários favoritos para dezembro
Os oito bancos e corretoras consultados pelo Seu Dinheiro indicaram três fundos de papel, dois fundos imobiliários multiestratégia e dois FIIs de tijolo
A bolsa não vai parar: Ibovespa sobe 0,41% e renova recorde pelo 2º dia seguido; dólar cai a R$ 5,3133
Vale e Braskem brilham, enquanto em Nova York, a Microsoft e a Nvidia tropeçam e terminam a sessão com perdas
Vai ter chuva de dividendos neste fim de ano? O que esperar das vacas leiteiras da bolsa diante da tributação dos proventos em 2026
Como o novo imposto deve impactar a distribuição de dividendos pelas empresas? O analista da Empiricus, Ruy Hungria, responde no episódio desta semana do Touros e Ursos
Previsão de chuva de proventos: ação favorita para dezembro tem dividendos extraordinários no radar; confira o ranking completo
Na avaliação do Santander, que indicou o papel, a companhia será beneficiada pelas necessidades de capacidade energética do país
Por que o BTG acha que RD Saúde (RADL3) é uma das maiores histórias de sucesso do varejo brasileiro em 20 anos — e o que esperar para 2026
Para os analistas, a RADL3 é o “compounder perfeito”; entenda como expansão, tecnologia e medicamentos GLP-1 devem fortalecer a empresa nos próximos anos
A virada dos fundos de ações e multimercados vem aí: Fitch projeta retomada do apetite por renda variável no próximo ano
Após anos de volatilidade e resgates, a agência de risco projeta retomada gradual, impulsionada por juros mais favorável e ajustes regulatórios
As 10 melhores small caps para investir ainda em 2025, segundo o BTG
Enquanto o Ibovespa disparou 32% no ano até novembro, o índice Small Caps (SMLL) saltou 35,5% no mesmo período
XP vê bolsa ir mais longe em 2026 e projeta Ibovespa aos 185 mil pontos — e cinco ações são escolhidas para navegar essa onda
Em meio à expectativa de queda da Selic e revisão de múltiplos das empresas, a corretora espera aumento do fluxo de investidores estrangeiros e locais
A fome do TRXF11 ataca novamente: FII abocanha dois shoppings em BH por mais de R$ 257 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo a gestora TRX, os imóveis estão localizados em polos consolidados da capital mineira, além de reunirem características fundamentais para o portfólio do FII
Veja para onde vai a mordida do Leão, qual a perspectiva da Kinea para 2026 e o que mais move o mercado hoje
Profissionais liberais e empresários de pequenas e médias empresas que ganham dividendos podem pagar mais IR a partir do ano que vem; confira análise completa do mercado hoje
O “ano de Troia” dos mercados: por que 2026 pode redefinir investimentos no Brasil e nos EUA
De cortes de juros a risco fiscal, passando pela eleição brasileira: Kinea Investimentos revela os fatores que podem transformar o mercado no ano que vem
Ibovespa dispara 6% em novembro e se encaminha para fechar o ano com retorno 10% maior do que a melhor renda fixa
Novos recordes de preço foram registrados no mês, com as ações brasileiras na mira dos investidores estrangeiros
Ibovespa dispara para novo recorde e tem o melhor desempenho desde agosto de 2024; dólar cai a R$ 5,3348
Petrobras, Itaú, Vale e a política monetária ditaram o ritmo dos negócios por aqui; lá fora, as bolsas subiram na volta do feriado nos EUA
Ações de Raízen (RAIZ4), Vibra (VBBR3) e Ultrapar (UGPA3) saltam no Ibovespa com megaoperação contra fraudes em combustíveis
Analistas avaliam que distribuidoras de combustíveis podem se beneficiar com o fim da informalidade no setor
Brasil dispara na frente: Morgan Stanley vê só dois emergentes com fôlego em 2026 — saiba qual outro país conquistou os analistas
Entenda por que esses dois emergentes se destacam na corrida global e onde estão as maiores oportunidades de investimentos globais em 2026
FII Pátria Log (HGLG11) abocanha cinco galpões, com inquilinos como O Boticário e Track & Field, e engorda receita mensal
Segundo o fundo, os ativos adquiridos contam com características que podem favorecer a valorização futura
Bolsa nas alturas: Ibovespa fecha acima dos 158 mil pontos em novo recorde; dólar cai a R$ 5,3346
As bolsas nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia também encerraram a sessão desta quarta-feira (26) com ganhos; confira o que mexeu com os mercados