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Vinícius Pinheiro
Vinícius Pinheiro
Diretor de redação do Seu Dinheiro. Formado em jornalismo, com MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela FIA, trabalhou nas principais publicações de economia do país, como Valor Econômico, Agência Estado e Gazeta Mercantil. É autor dos romances O Roteirista, Abandonado e Os Jogadores
Fundos

Levanta, sacode a poeira: fundos multimercados que caíram na crise voltam a superar o CDI

A rápida e inesperada retomada dos mercados a partir de maio acabou ajudando a tirar boa parte dos fundos da lona. Dos 300 multimercados que estavam no vermelho em março, 112 viraram para o positivo e 39 já superam o CDI

Sylvester Stallone, no clássico "Rocky Balboa" -

As feridas estão lá e ainda vão levar algum tempo para cicatrizar. Mas os fundos multimercados começam a ensaiar uma recuperação depois do baque sofrido com a crise do coronavírus.

No fim de março, marcado pelo auge do pânico que derrubou os mercados mundo afora, um total de 300 fundos registrava desempenho negativo no acumulado do ano.

Os dados fazem parte de uma amostra de 427 multimercados com mais de R$ 50 milhões em patrimônio e pelo menos 500 cotistas que a consultoria Quantum Axis levantou a meu pedido.

Eu exclui os produtos das categorias de capital protegido e que operam com uma estratégia específica, como investir em ouro, para avaliar apenas os fundos que contam com um esforço ativo de gestão. Em tese, um multimercado pode ganhar inclusive em períodos de crise, como eu mostrei nesta matéria.

E o que faz um gestor quando passa por um abalo como o que ocorreu em março nos mercados? “Em primeiro lugar, revisitar as suas convicções”, me respondeu um experiente profissional que estava no grupo dos perdedores naquele momento.

Na prática, isso significa examinar os ativos da carteira para saber se as condições que levaram o fundo a investir em cada um deles continuam válidas. Em seguida, avaliar se a brutal queda nos preços criou oportunidades de novos investimentos – as chamadas assimetrias.

A rápida retomada dos mercados a partir de maio acabou ajudando a tirar uma parte dos fundos da lona. Dos 300 fundos que estavam no vermelho, 112 viraram para o positivo no acumulado de 2020, de acordo com os dados da Quantum, que vão até o último dia 17 de junho.

Outros 39 foram ainda melhor e já conseguiram superar o CDI, o indicador de referência, que registra alta de 1,68% no ano.

É importante sempre deixar claro que desempenhos de curto prazo nem de longe são a melhor forma de avaliar o desempenho de um gestor — na alegria ou na tristeza.

Aliás, o levantamento mostra justamente que a estratégia de “operar cotas”, ou seja, basear-se apenas no retorno recente para investir ou sacar dinheiro de fundos pode se revelar uma péssima ideia. Mesmo os fundos que seguem com perdas no ano conseguiram recuperar boa parte do prejuízo do auge da crise.

Apesar da retomada, os multimercados no geral ainda têm um longo caminho a percorrer para recuperar das perdas do início do ano. O índice de “hedge funds” calculado pela Anbima, que reproduz uma carteira com os principais fundos da indústria, ainda acumula uma queda de 1,05% em 2020.

De -16% para +47%

O fundo que lidera a lista entre os que se recuperaram desde as mínimas da crise curiosamente também era o que estava em pior situação em março.

O Versa Long Biased saiu de uma perda de 15,9% entre janeiro e março para um retorno de 46,8%, de acordo com o levantamento da Quantum.

Mas os investidores provavelmente já estão acostumados com a montanha russa do fundo, que opera principalmente com posições compradas e vendidas no mercado de ações, podendo manter uma exposição líquida de até 100%.

A estratégia de assumir riscos machuca o fundo quando dá errado, mas vem recompensando aqueles que têm sangue frio para suportar a volatilidade. Apenas em maio, o Versa LB rendeu 14,8% e bateu inclusive a alta de 8,6% do Ibovespa – algo que muitos gestores de fundos de ações penaram para conseguir.

Agilidade na crise

No ponto mais crítico da crise em março, vários fundos foram reabertos para captação. Um deles foi o Truxt Long Bias, da gestora de José Tovar e Bruno Garcia.

O fundo atua principalmente em bolsa, mas pode manter uma exposição vendida, ao contrário dos fundos de ações tracionais. Apesar do bom histórico, o fundo não escapou do pânico nos mercados e acumulava perda de 8,7% no três primeiros meses do ano.

Mas quem aproveitou a reabertura para investir no Long Bias da Truxt não tem do que reclamar. De lá para cá o fundo saiu do negativo para um retorno de 15,5%.

O segredo da virada foi a agilidade característica da gestão da carteira, me disse Tovar, em uma entrevista por telefone. “Conseguimos aproveitar a queda do mercado para comprar ações de companhias que gostamos a preços muito depreciados.”

Depois de surfar a recuperação dos mercados, o Long Bias se mantém com uma posição líquida comprada na bolsa, mas com proteções em dólar e ouro, disse o sócio da Truxt.

Longe das capitais

Outro destaque entre os multimercados que se recuperaram após sofrerem perdas no início da crise foi o da Real Investor.

A gestora de Londrina (PR) lançou o multimercado em 2018 com uma estratégia complementar à do fundo de ações de casa. Ele mantém na carteira os mesmos papéis do fundo principal em uma ponta, mas também uma posição vendida na carteira do Ibovespa.

“Como acreditamos que conseguimos fazer uma seleção de ações melhor que a do índice, o fundo tende a ter um desempenho melhor ao longo do tempo”, me disse Cesar Paiva, CEO da Real Investor.

A diferença em relação ao fundo de ações é que o multimercado pode ter um desempenho positivo mesmo em momentos de queda da bolsa. Desde que as ações da carteira comprada do fundo caiam menos que o Ibovespa e a exposição líquida – somada a posição comprada e vendida – seja zero.

O problema é que o multimercado da Real Investor entrou na crise com uma pequena posição comprada em ações de 5%, segundo Paiva. Como esses papéis acabaram caindo mais que o Ibovespa em março, o fundo acabou encerrando o primeiro trimestre com uma perda de 0,64%.

Em meio à terra arrasada na bolsa, a gestora decidiu aumentar a exposição líquida comprada do fundo para 20%, além de colocar na carteira ações que haviam caído demais, como as da empresa de shopping centers Alliance Sonae.

A aposta foi recompensada com a retomada da bolsa, que levou o fundo da Real Investor a sair do negativo para um ganho de 9,61% no acumulado de 2020.

Após a recuperação dos mercados, a gestora decidiu reduzir a exposição líquida comprada do fundo multimercado de 20% para 15%, e considera diminuir ainda mais, segundo Paiva. “Havia uma grande distorção em março e em parte isso já foi corrigido.”

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