Small caps numa hora dessas? Conheça o fundo especializado nas pequenas notáveis da bolsa
Vale a pena olhar para as small caps depois que praticamente todas as ações da bolsa perderam boa parte do valor? Eu acredito que sim, desde que com empresas e gestores de qualidade
Da varanda do escritório da gestora, era possível ver uma série de edifícios em construção. Na entrada do canteiro de um deles, uma fila de caminhões aguardava a vez de entrar, travando uma das pistas da avenida logo em frente.
O gestor me levou para assistir à cena no meio da nossa conversa para mostrar na prática o que entende por ESG, a sigla em inglês para os investimentos que levam em conta critérios ambientais, sociais e de governança.
Para ele, a incorporadora responsável pela obra era um claro exemplo de empresa que ficaria fora do seu fundo. “Você acha que ela tem algum controle sobre essa frota ou está preocupada com os seus fornecedores?”, questionou.
O gestor em questão é Werner Roger, sócio da Trígono Capital. A gestora ficou conhecida por ser a principal do mercado (talvez a única) especializada em small caps, as empresas com menor capitalização da bolsa.
Vale esclarecer que não furei a quarentena para encontrar o gestor. A visita aconteceu em fevereiro, antes do isolamento social exigido pela pandemia do coronavírus.
Na ocasião, a bolsa estava perto das máximas históricas e o coronavírus ainda estava restrito à China e alguns países asiáticos. Como os nomes mais conhecidos do mercado já estavam caros, fazia todo sentido buscar alternativas no mercado.
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Mas e agora, vale a pena olhar para as small caps depois que praticamente todas as ações da bolsa perderam boa parte do valor? Eu acredito que sim, ainda que a resposta seja mais complexa do que o simples valor de mercado e esteja mais ligada à qualidade das empresas e dos gestores.
A forte queda das ações em março assustou, e ainda não está claro quando a bolsa vai retomar os níveis pré-crise. Mas quem está em busca de ganhos relevantes de capital no longo prazo não tem muitas opções além da renda variável. Ainda mais no atual cenário de juros baixos.
É claro que isso é verdade apenas para uma parcela da sua carteira de investimentos, e já descontando os recursos da reserva de emergência, aquele dinheiro que você pode precisar a qualquer momento.
Por que a Trígono?
O investimento na bolsa via fundos tem como principal vantagem o trabalho de um gestor na seleção dos ativos. Só que esse trabalho não é gratuito.
Ao contrário, com a queda da taxa de juros, o peso da taxa de administração no nosso bolso nunca foi tão grande, o que torna a seleção de bons gestores ainda mais relevante.
É então que chegamos à Trígono. A gestora foi criada em 2017 e possui hoje pouco mais de R$ 250 milhões em patrimônio. Embora seja relativamente pequena e jovem, seus principais sócios já têm décadas de estrada no mercado. Isso significa que viram de perto muitas crises, algo valioso em um universo que costuma ter memória curta.
Werner Roger começou a carreira no começo da década de 1980 e passou por bancos como Chase Manhattan e Citibank, além de gestoras como a Western Asset. Seu sócio Frederico Mesnik, CEO da Trígono, também conta com passagem em instituições financeiras, consultorias e gestoras.
O primeiro fundo da Trígono é mais antigo que a própria gestora. O Verbier nasceu como um clube de investimento e está sob a batuta de Werner desde abril de 2008. Desde então, o foco do gestor tem sido o de buscar oportunidades em small caps na bolsa.
Para ser considerada uma small cap pela Trígono, a empresa precisa ter um valor de mercado de até R$ 5 bilhões. Mas para ser elegível à carteira dos fundos, ainda é preciso passar pelo filtro de governança, social e ambiental – o que remete ao episódio que eu relatei no começo do texto. E, claro, ser cotada a um preço atrativo e com alto potencial de retorno.
Mais arriscado?
O investimento em small caps é tido como mais arriscado em razão da menor liquidez. Ou seja, em momentos de maior tensão nos mercados, os papéis tendem a cair mais em razão do menor fluxo de compradores e vendedores.
O desempenho recente do Ibovespa, que acumula uma queda de 29% neste ano contra uma baixa de 36% do índice de small caps, parece confirmar essa tese. Mas o sócio da Trígono discorda dessa conclusão.
No dia em que fui ao escritório da gestora, Werner me mostrou um estudo no qual mostra que tanto o índice de small caps como o fundo Verbier tiveram não só um retorno melhor que o Ibovespa como também uma menor volatilidade. O levantamento considera o período de abril de 2008 a novembro de 2019.
Desde o início, em agosto de 2007, o Verbier acumula valorização de 409,24%, oito vezes mais que o Ibovespa no mesmo período.
Ele também se sai melhor quando comparamos o desempenho de julho de 2008, quando deixou de ser um clube de investimentos e se tornou fundo, com uma alta de 24,7% contra uma perda de 0,73% do índice.
Neste ano, o fundo acompanhou o tombo do mercado de ações e acumula uma queda de 20,45% até abril. Embora não seja um resultado para se comemorar, é melhor que o do principal índice da bolsa, que perdeu 30,39% do valor nos quatro primeiros meses de 2020.
Em meio à crise, eu voltei a conversar com o gestor da Trígono para saber como ele reagiu ao choque nos mercados provocado pela pandemia do coronavírus.
Werner me respondeu que procurou proteger a carteira com empresas que possuem receita em dólar e de preferência sem dívidas. As cinco small caps favoritas da gestora hoje são: Tupy, Ferbasa, São Martinho, Kepler Weber e Tronox.
Além delas, o gestor colocou na carteira a produtora de papel e celulose Suzano, que acaba sendo uma exceção tanto à regra das small caps como de empresas sem dívida, mas ganha com o dólar alto. Você pode conferir aqui a íntegra dessa conversa na qual ele detalha as posições.
Fundo na lupa
Em resumo, eu considero a Trígono uma gestora de fundos com profissionais experientes, bom histórico de retorno e que ainda apresenta um diferencial na estratégia.
E não estou falando apenas do foco em small caps como também a preocupação com os princípios ambientais, sociais e de governança (ESG) na seleção das empresas que fazem parte da carteira, uma tendência que eu vejo como irreversível.
Embora tenha um fundo dedicado ao investimento em small caps, eu prefiro hoje o produto original da casa, o Trígono Verbier. Primeiro, por dar uma liberdade maior ao gestor em um momento de bastante indefinição e que pode requerer posições mais defensivas e líquidas.
A outra razão para a preferência é porque o fundo Flagship, que investe apenas em small caps, conta com apenas uma versão aberta para captações, com uma carência maior para resgates, de 60 dias.
Mais uma vez, vale a pena ressaltar que se trata de um investimento "tarja preta", ou seja, de alto risco e indicado apenas para uma pequena parcela da sua carteira, cujos recursos você tem certeza de que não vai precisar no curto prazo.
Trígono Verbier
Aplicação mínima: R$ 500
Taxa de administração: 2% ao ano mais 20% sobre o que superar o Ibovespa
Resgate: 32 dias após o pedido
Data de início: 09/08/2007 (como Clube Verbier)
Retorno da estratégia desde o início: 409,24% (até abril de 2020, contra 50,68% do Ibovespa)
Por onde investir: Andbank, Ativa, BTG Pactual, Daycoval, Guide, Modal, Necton, Terra, Nova Futura, Órama, Pi e Warren
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