Mau humor: Ibovespa cai quase 1% e destoa do exterior; dólar vai à máxima em dois meses
A manutenção dos juros dos EUA no patamar de 1,50% a 1,75% foi pouco repercutida pelo Ibovespa, que fechou em queda firme e voltou ao nível dos 115 mil pontos — o dólar subiu a R$ 4,22
Desde o começo da semana, os mercados brasileiros têm mostrado uma certa indisposição. O bull market conseguiu suportar as instabilidades no Oriente Médio e os primeiros dias do surto de coronavírus, mas, agora, parece sem forças para continuar avançando.
O Ibovespa, que chegou a flertar com o nível dos 120 mil pontos, entrou numa maré negativa: nesta quarta-feira (29), fechou em queda de 0,94%, aos 115.384,84 pontos e, com isso, já acumula perdas de 2,53% na semana — no ano, tem leve baixa de 0,23%.
O dólar à vista também foi pressionado na sessão de hoje, terminando em alta de 0,62%, a R$ 4,2193. É a maior cotação de fechamento em dois meses: no dia 29 de novembro do ano passado, a moeda americana valia R$ 4,2407.
E o que explica esse mau humor? Em primeiro plano, há a disseminação do coronavírus, que tem ocorrido num ritmo mais veloz que o esperado pelos mercados — jogando por terra as apostas de que a nova doença não se tornaria um problema global.
Além disso, a sessão desta quarta-feira foi marcada por um evento importante no exterior: a decisão de juros do Federal Reserve, o banco central americano — um acontecimento que, no entanto, não trouxe maiores surpresas aos investidores.
Assim, sem um fator que pudesse resgatar a confiança dos agentes financeiros, o Ibovespa segue em sua trajetória de correção, afastando-se das máximas recentemente obtidas. O dólar também ficou mais agitado, rompendo novamente a barreira dos R$ 4,20.
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Sem novidade no front
Em decisão unânime, o Fed manteve as taxas inalteradas na faixa entre 1,50% e 1,75% ao ano — um movimento que já era aguardado pelos investidores.
No comunicado, a instituição disse que a atual política monetária é "apropriada para suportar a expansão econômica", dadas as condições mais fortes do mercado de trabalho e o retorno da inflação para perto dos 2%.
O comitê disse ainda que vai considerar as condições do mercado de trabalho, indicadores de pressão inflacionária e expectativa de inflação, além de leituras sobre o desenvolvimento do mercado financeiro e internacional para futuros ajustes.
Dada a falta de novidades na postura da autoridade monetária americana, os mercados globais mostraram-se pouco impactados. Nos Estados Unidos, o Dow Jones (+0,04%), o S&P 500 (-0,09%) e o Nasdaq (+0,06%) ficaram perto do zero a zero.
E o coronavírus?
O noticiário referente à disseminação da doença continua inspirando cautela aos mercados. No mundo, já são 133 mortos e mais de seis mil casos confirmados, a maioria na China — a Finlândia e os Emirados Árabes Unidos registraram as primeiras ocorrências do vírus.
No Brasil, subiu para nove o número de casos suspeitos do coronavírus — ainda não há nenhuma confirmação da doença no país.
E mesmo o presidente do Fed, Jerome Powell, mostrou-se preocupado com o vírus. Em coletiva de imprensa após a decisão de juros, ele afirmou que o surto é uma questão séria, que resultará em breve em impactos econômicos à China — o que, em última instância, pode prejudicar o nível de atividade no mundo.
Dólar forte
No mercado de câmbio, o dia foi de valorização do dólar em escala global, tanto em relação às moedas fortes quanto as de países emergentes, em meio à expectativa com a decisão de juros nos EUA.
O dólar se valorizou em relação ao peso mexicano, ao rublo russo, a peso colombiano, ao rand sul-africano e ao peso chileno, entre outras moedas. Assim, o real seguiu a tendência global, embora tenha apresentado um dos piores desempenhos do grupo.
O posicionamento do Fed mexeu de maneira mais firme com o mercado de juros: as curvas se afastaram das mínimas, com os investidores acreditando que a manutenção das taxas nos EUA poderá influenciar a decisão do Copom, na semana que vem.
Veja como ficaram as curvas mais líquidas nesta quarta-feira:
- Janeiro/2021: de 4,33% para 4,34%;
- Janeiro/2023: de 5,50% para 5,49%;
- Janeiro/2025: de 6,21% para 6,18%;
- Janeiro/2027: de 6,60% para 6,58%.
Balanços em foco
No front corporativo, destaque para as units do Santander Brasil (SANB11), que fecharam em queda de 1,86% — mais cedo, chegaram a subir 3,01%.
Nesta manhã, o banco reportou um lucro líquido gerencial de R$ 3,726 bilhões no quarto trimestre de 2019, alta de 9,43% na base anual — no acumulado do ano, os ganhos totalizaram R$ 14,55 bilhões, avançando 17,4% em relação a 2018.
Ainda falando em balanços, Cielo ON (CIEL3) caiu 4,00% e apareceu entre as maiores baixas do Ibovespa. A empresa reportou números trimestrais considerados fracos, mas, ainda assim, os papéis avançaram 3,57% — desta forma, boa parte dos ganhos é devolvida hoje.
Confira abaixo as cinco ações de melhor desempenho do Ibovespa nesta quarta-feira:
- MRV ON (MRVE3): +4,67%
- Raia Drogasil ON (RADL3): +2,98%
- Hypera ON (HYPE3): +2,78%
- Localiza ON (RENT3): +2,55%
- BB Seguridade ON (BBSE3): +1,74%
Veja também as maiores baixas do índice no momento:
- Fleury ON (FLRY3): -4,12%
- Azul PN (AZUL4): -4,07%
- Marfrig ON (MRFG3): -4,06%
- Cielo ON (CIEL3): -4,00%
- Braskem PNA (BRKM5): -3,86%
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