Dólar sobe 2,38% na semana e Ibovespa recua; medo do coronavírus pesa no mercado
Os temores quanto a uma segunda onda do coronavírus no mundo, somados à tensão no cenário político local, trouxeram pressão ao dólar e fizeram o Ibovespa cair na semana
O Ibovespa, o dólar à vista e os mercados globais têm operado como uma balança: num dos pratos, há uma cautela estrutural envolvendo o coronavírus, a economia global e o cenário político doméstico; no outro, há o enorme fluxo de recursos vindo dos BCs e dos governos.
Em alguns dias de noticiário mais pesado, o lado dos fatores de risco acaba pesando mais, trazendo pessimismo às negociações; em outros, o fluxo de dinheiro fala mais alto e se sobrepõe às turbulências locais e externas. Raramente vemos um equilíbrio nessa balança.
E, nesta semana — particularmente nesta sexta-feira (26) — o prato da cautela ficou mais cheio que o do otimismo. De segunda-feira para cá, o Ibovespa e as bolsas americanas tiveram um saldo negativo; no câmbio, o dólar à vista subiu e se aproximou novamente da faixa de R$ 5,50.
- O podcast Touros e Ursos já está no ar! Eu e o e Vinícius Pinheiro comentamos sobre a briga entre Itaú e XP e os demais assuntos que movimentaram os mercados nesta semana. Veja abaixo:
Indo aos números: a moeda americana fechou em alta de 2,38% hoje, indo a R$ 5,4604 — na máxima do dia, chegou a tocar os R$ 5,4931 (+2,99%). Com o desempenho desta sexta, o dólar à vista acumulou valorização de 2,68% em relação ao real.
Na bolsa, o Ibovespa não ficou para trás em termos de cautela: o índice brasileiro caiu 2,24%, aos 93.834,49 pontos, amargando perdas de 2,83% desde segunda. Nos EUA, o Dow Jones (-3,3%), o S&P 500 (-2,86%) e o Nasdaq (-1,9%) também caíram na semana.
Dá para ver que boa parte do desempenho da semana, tanto do Ibovespa quanto do dólar à vista, se deve ao comportamento dos mercados nesta sexta-feira. E, hoje, a balança pesou bastante para o lado da cautela, tanto no Brasil quanto no exterior.
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Segunda onda do tsunami
Nos últimos dias, muito tem se falado de uma possível segunda onda do coronavírus no mundo — novos casos da doença foram constatados na China, em partes da Ásia e em algumas localidades da Europa, mas sem grandes evidências de um novo processo de contágio em massa.
De qualquer maneira, a possibilidade assombra os mercados globais: caso confirmada, a segunda onda certamente geraria uma nova fase de quarentena e isolamento social — o que, consequentemente, provocaria mais impactos à economia do mundo, que vinha dando sinais de recuperação.
Pois o que parecia um temor ainda pouco palpável ganhou contornos bem mais factíveis nesta sexta-feira: nas últimas 24 horas, os Estados Unidos registraram novo recorde diário de casos de coronavírus — um dado que acende um forte sinal de alerta a respeito da situação do país, tanto no lado da saúde pública quanto no da economia.
Vale lembrar que, no primeiro trimestre, o PIB americano desabou 5% e que, no segundo trimestre, as perspectivas são ainda piores. A esperança era a de que, com o controle da pandemia, o segundo semestre poderia mostrar uma recuperação firme — uma leitura que cai por terra caso a segunda onda seja confirmada.
Os efeitos da crise foram reiterados pelo Federal Reserve (Fed). Um teste de estresse feito pelo banco central americano com as instituições dos EUA indicou que várias delas podem estar próximas dos níveis mínimos de capital. A autoridade monetária decidiu impor regras mais duras de restrição ao setor bancário.
Turbulência doméstica
Por aqui, o caso envolvendo o ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, segue no radar dos investidores. Nesta manhã, a revista Veja publicou uma entrevista em que o ex-advogado do filho do presidente, Frederick Wassef, afirma que abrigou Queiroz após receber informações de um possível atentado contra o ex-assessor.
O mercado monitora a possibilidade de novas declarações do advogado e o desenrolar das investigações sobre o caso, com um eventual comprometimento mais comprometedor da família Bolsonaro com atividades ilegais — o que, se confirmado, deterioraria ainda mais o clima em Brasília e dificultaria a governabilidade.
O tom mais ameno assumido pelo presidente Jair Bolsonaro nos últimos dias, baixando o tom em relação às críticas às medidas de isolamento social por causa do coronavírus, até serviu para reduzir as tensões no cenário político. Mas, por outro lado, essa mudança de postura também é entendida por alguns como um sinal de que os próximos episódios da novela Queiroz podem ser explosivos.
Top 5
Veja abaixo as cinco maiores altas do Ibovespa nesta sexta-feira — o destaque foi IRB ON (IRBR3), que reagiu positivamente após a empresa anunciar a descoberta de fraudes e a autoria do boato envolvendo Warren Buffett:
| CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
| IRBR3 | IRB ON | 11,86 | +5,42% |
| WEGE3 | Weg ON | 50,00 | +1,58% |
| KLBN11 | Klabin units | 20,51 | +0,74% |
| GNDI3 | Intermédica ON | 66,52 | +0,03% |
Confira também as maiores quedas do índice:
| CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
| CCRO3 | CCR ON | 14,80 | -5,73% |
| AZUL4 | Azul PN | 20,00 | -5,66% |
| BPAC11 | BTG Pactual units | 72,67 | -5,50% |
| BRML3 | BR Malls ON | 9,64 | -5,49% |
| CYRE3 | Cyrela ON | 21,92 | -5,31% |
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