R$ 4,35: dólar à vista chega a uma nova máxima, pressionado pelos dados mais fracos do varejo

O dólar à vista cravou nesta quarta-feira (12) a quinta alta consecutiva. Mais que isso: foi também a quinta vez seguida que a moeda americana renovou os recordes de fechamento — e, desta vez, boa parte desse movimento se deve ao cenário doméstico.
A divisa até chegou a operar em leve queda no início do dia, mas esse alívio logo se mostrou fugaz. Com os dados das vendas no varejo em dezembro ficando abaixo das expectativas dos analistas, o dólar à vista ganhou força e se firmou no campo positivo ainda durante a manhã.
Ao fim da sessão, a moeda americana valia R$ 4,3510, uma alta de 0,57% em relação a ontem. É uma nova máxima nominal em termos de encerramento e a primeira vez que o dólar à vista rompe o nível dos R$ 4,35. Agora, a divisa já acumula ganhos de 8,46% desde o início do ano.
E quando eu digo que boa parte da pressão no câmbio se deve a fatores domésticos, eu me refiro ao comportamento do mercado no exterior. Lá fora, o dia foi de alívio generalizado, com o dólar perdendo terreno em relação às divisas de países emergentes.
Moedas como o peso mexicano, o rublo russo, o peso chileno e o rand sul-africano se valorizaram em relação ao dólar — o real, assim, destoou de seus pares, em meio à desconfiança dos investidores quanto à recuperação da economia local.
O bom humor externo também foi visto nas bolsas mundo afora: nos Estados Unidos, o Dow Jones (+0,94%), o S&P 500 (+0,63%) e o Nasdaq (+0,90%) subiram em bloco e renovaram os recordes; na Europa e na Ásia, as principais praças também avançaram.
Leia Também
Considerando o otimismo nos mercados acionários globais, o Ibovespa acabou seguindo o embalo, ignorando os fatores de risco no front doméstico: o principal índice da bolsa brasileira avançou 1,13% hoje, aos 116.674,13 pontos.
Comecemos a análise da sessão de hoje pelo estresse no câmbio, já que o dólar à vista vem quebrando recordes atrás de recordes — assim, é importante entender as razões por trás desse movimento.
Recuperação hesitante
Ao longo de novembro e dezembro, criou-se a expectativa de que a economia brasileira começava a ganhar tração, o que permitiria uma recuperação mais intensa do PIB a partir de 2020 — e essa narrativa justificou um rali nas bolsas e uma despressurização no câmbio.
Só que os dados econômicos mais recentes têm frustrado essas projeções — e os resultados das vendas no varejo em dezembro trouxeram ainda mais cautela à visão de retomada firme da atividade doméstica.
Mais cedo, foi divulgada a queda de 0,1% nas vendas do varejo em dezembro ante novembro — resultado que ficou abaixo da expectativa dos analistas ouvidos pelo Broadcast, que apontava para alta de 0,2% no período.
O resultado decepcionante trouxe mais incerteza quanto ao ritmo de recuperação da economia brasileira — o que fez o mercado voltar a apostar num novo corte da Selic, de modo a estimular a atividade.
E foi exatamente essa percepção de que há espaço para mais reduções na taxa básica de juros, por mais que o BC tenha sinalizado que o atual ciclo de ajustes negativos chegou ao fim, que acabou resultando em pressão ao câmbio.
Afinal, uma nova baixa na Selic diminuiria ainda mais o diferencial de juros em relação aos EUA. E, com esse 'gap' mais estreito, há cada vez menos apelo para os investidores estrangeiros que buscam retornos fáceis aplicarem seu dinheiro por aqui.
A lógica é simples: o Brasil possui um nível de risco superior aos EUA, então os investidores exigem um retorno mais polpudo para aplicar seus recursos. Quando a Selic estava acima de 10%, essa equação era vantajosa; agora, com os juros cada vez mais baixos, já não há tanta vantagem.
A leitura de que o BC poderá cortar ainda mais a Selic fez as curvas de juros fecharem em queda, tanto na ponta curta quanto na longa. Veja abaixo como ficaram os principais DIs nesta quarta-feira:
- Janeiro/2021: de 4,23% para 4,22%;
- Janeiro/2023: de 5,42% para 5,37%;
- Janeiro/2025: de 6,07% para 6,03%;
- Janeiro/2027: de 6,42% para 6,39%.
Sem medo do coronavírus
Enquanto o mercado local digeria os dados mais fracos das vendas no varejo, o exterior continuava de olho no coronavírus. E, assim como ontem, a leitura é a de que o surto começa a perder força.
Apesar de o número de mortos e infectados pela doença continuar subindo — já são mais de 1.100 óbitos e 45 mil contaminados —, essa alta tem ocorrido num ritmo inferior ao dos últimos dias.
Essa percepção, assim, reduz a aversão ao risco por parte dos investidores, que já começam a vislumbrar um futuro menos nebuloso no curto prazo e mostram-se menos apreensivos quanto aos impactos do coronavírus à economia da China e do mundo como um todo.
Desta maneira, as bolsas americanas tiveram tranquilidade para continuar subindo e buscando novos recordes. E, em meio a esse clima positivo, o Ibovespa ignorou as preocupações domésticas e foi no embalo dos mercados externos, retomando os 116 mil pontos.
Cielo e Tim em alta
Cielo ON (CIEL3) e Tim ON (TIMP3) apareceram entre os destaques positivos do Ibovespa, com ganhos de 2,66% e 3,87%, respectivamente.
As ações da Cielo reagiram positivamente a uma notícia publicada pelo jornal Valor Econômico. Segundo a publicação, o Banco do Brasil estaria revendo suas participações no segmento de cartões, o que poderá desencadear um movimento de venda de ativos.
Já os papéis da Tim subiram na esteira dos resultados trimestrais da companhia: entre outubro e dezembro, a operadora de telefonia reportou lucro líquido de R$ 756 milhões, alta de 19,6% na base anual.
Veja abaixo as cinco maiores altas do Ibovespa nesta quarta-feira:
- GPA PN (PCAR4): +4,67%
- Klabin units (KLBN11): +4,52%
- Totvs ON (TOTS3): +4,39%
- Cogna ON (COGN3): +4,22%
- Suzano ON (SUZB3): +4,00%
Confira também as maiores quedas do índice:
- CVC ON (CVCB3): -2,49%
- IRB ON (IRBR3): -2,45%
- Bradesco ON (BBDC3): -1,44%
- Marfrig ON (MRFG3): -1,19%
- Ambev ON (ABEV3): -1,07%
Quer ter um Porsche novinho? Pois então aperte os cintos: a Volkswagen quer fazer o IPO da montadora de carros esportivos
Abertura de capital da Porsche deve acontecer entre o fim de setembro e início de outubro; alguns investidores já demonstraram interesse no ativo
BTG Pactual tem a melhor carteira recomendada de ações em agosto e foi a única entre as grandes corretoras a bater o Ibovespa no mês
Indicações da corretora do banco tiveram alta de 7,20%, superando o avanço de 6,16% do Ibovespa; todas as demais carteiras do ranking tiveram retorno positivo, porém abaixo do índice
Small caps: 3R (RRRP), Locaweb (LWSA3), Vamos (VAMO3) e Burger King (BKBR3) — as opções de investimento do BTG para setembro
Banco fez três alterações em sua carteira de small caps em relação ao portfólio de agosto; veja quais são as 10 escolhidas para o mês
Passando o chapéu: IRB (IRBR3) acerta a venda da própria sede em meio a medidas para se reenquadrar
Às vésperas de conhecer o resultado de uma oferta primária por meio da qual pretende levantar R$ 1,2 bilhão, IRB se desfaz de prédio histórico
Chega de ‘só Petrobras’ (PETR4): fim do monopólio do gás natural beneficia ação que pode subir mais de 50% com a compra de ativos da estatal
Conheça a ação que, segundo analista e colunista do Seu Dinheiro, representa uma empresa com histórico de eficiência e futuro promissor; foram 1200% de alta na bolsa em quase 20 anos – e tudo indica que esse é só o começo de um futuro triunfal
Mais um banco se rende à Cielo (CIEL3) e passa a recomendar a compra da ação, mesmo após alta de quase 200% neste ano
Com potencial de alta de quase 30% estimado para os papéis, os analistas do Credit Suisse acreditam que você deveria incluir as ações da empresa de maquininhas no seu portfólio
IRB lança oferta primária restrita, mas limita operação a R$ 1,2 bilhão e antecipa possibilidade de um descontão; IRBR3 é a maior alta do Ibovespa hoje
Resseguradora busca reenquadramento da cobertura de provisões técnicas e de liquidez regulatória para continuar operando
Dividendos: Porto Seguro (PSSA3) anuncia quase R$ 400 milhões em JCP; Kepler Weber (KEPL3) também distribuirá proventos
Data de corte é a mesma em ambos os casos; veja quem tem direito a receber os proventos das empresas
Oi (OIBR3) confirma venda de operação fixa para subsidiária da Highline; transação pode alcançar R$ 1,7 bilhão
Proposta da NK 108, afiliada da Highline, foi a única válida no leilão realizado ontem; negócio envolve cerca de 8 mil torres da Oi
Depois de bons resultados nos setores de gás e energia, gigante de infraestrutura está conquistando espaço, também, na mineração – e promete assustar a Vale (VALE3)
Um crescimento mínimo de 50%: é isso que time de analistas espera para uma ação que custa, hoje, 20% a menos do que sua média histórica; saiba como aproveitar
Ibovespa interrompe sequência de 4 semanas em alta; veja as ações que mais caíram – e um setor que subiu em bloco
Ibovespa foi prejudicado por agenda fraca na semana, mas houve um setor que subiu em bloco; confira as maiores altas e baixas do período
Dá pra personalizar mais? Americanas (AMER3) fecha parceria com o Google em busca de mais eficiência e melhor experiência para clientes
Acordo entre a Americanas e o Google prevê hiperpersonalização da experiência do cliente e otimização de custos operacionais
Bed Bath & Beyond desaba mais de 40% em Wall Street — e o ‘culpado’ é um dos bilionários da GameStop; entenda
Ryan Cohen, presidente do conselho da GameStop, vendeu todas as suas ações na varejista de itens domésticos e embolsou US$ 60 milhões com o negócio
Unindo os jalecos: acionistas do Fleury (FLRY3) e Hermes Pardini (PARD3) aprovam a fusão entre as companhias
Os acionistas de Fleury (FLRY3) e Hermes Pardini (PARD3) deram aval para a junção dos negócios das companhias; veja os detalhes
JBS (JBSS3) é a ação de alimentos favorita do BofA, mas banco vê menor potencial de alta para o papel; ainda vale a pena comprar?
Analistas revisaram para baixo o preço-alvo do papel, para R$ 55, devido à expectativa de queda nas margens da carne bovina dos EUA, correspondente a 40% das vendas da empresa
Irani anuncia recompra de até 9,8 milhões de ações na B3; o que isso significa para o acionista de RANI3?
A empresa disse que quer maximizar a geração de valor para os seus investidores por meio da melhor administração da estrutura de capital
Vale (VALE3) perdeu o encanto? Itaú BBA corta recomendação de compra para neutro e reduz preço-alvo do papel
Queridinha dos analistas, Vale deve ser impactada por menor demanda da China, e retorno aos acionistas deve ficar mais limitado, acredita o banco
Soberania da (VALE3) ‘ameaçada’? Melhor ação de infraestrutura da Bolsa pode subir 50%, está entrando na mineração e sai ganhando com o fim do monopólio da Petrobras (PETR4) no setor de gás; entenda
Líder na América Latina, papel está barato, está com fortes investimentos na mineração e é um dos principais nomes do mercado de gás e do agronegócio no Brasil
Nubank (NU; NUBR33) chega a subir 20% após balanço, mas visão dos analistas é mista e inadimplência preocupa
Investidores gostaram de resultados operacionais, mas analistas seguem atentos ao crescimento da inadimplência; Itaú BBA acha que banco digital pode ter subestimado o risco do crédito pessoal
Briga do varejo: Qual é a melhor ação de atacadista para ter na carteira? A XP escolheu a dedo os papéis; confira
O forte resultado do Grupo Mateus (GMAT3) no 2T22 garantiu ao atacadista um convite para juntar-se ao Assaí (ASAI3) na lista de varejistas de alimentos favoritas dos analistas