Ibovespa até que tenta, mas não consegue acompanhar recuperação em Wall Street e fecha em queda
Descontentamento dos investidores com a cena local pesou mais do que a moderada recuperação observada no exterior
Não foi por falta de tentativa. O Ibovespa até tentou acompanhar a recuperação das bolsas norte-americanas na última sessão desta semana, mas não encontrou fôlego para se firmar em alta em um dia no qual o descontentamento dos investidores com a cena local pesou mais do que a moderada recuperação observada no exterior.
Houve algumas tentativas, é verdade, mas a bolsa brasileira firmou-se em queda acompanhando uma virada para baixo nos principais índices de ações dos Estados Unidos no início da tarde. Os índices Dow Jones e S&P-500 até se recuperaram, mas o Ibovespa e o Nasdaq, não.
Nem mesmo a alta acentuada das ações da Vale ajudou o Ibovespa a se manter no campo positivo. De fato, é mais provável que as ações da mineradora tenham impedido o principal índice da B3 de encerrar a semana com perdas ainda mais acentuadas.
Papel de mais peso dentre todos os componentes do Ibovespa, a Vale anunciou a aprovação de pagamento de dividendos e juro sobre capital próprio pela primeira vez desde a tragédia de Brumadinho, no início do ano passado. A Vale também divulgou novas diretrizes para a sua política de gestão de riscos visando a evitar futuros acidentes. Com isso, as ações ON da mineradora (VALE3) registraram a maior alta do dia na bolsa.
Pedro Galdi, analista da Mirae Asset, chamou a atenção para a expectativa de dividendos ainda mais forte no segundo semestre. Ele aponta três fatores principais para esta análise: a desalavancagem da Vale, a desvalorização do real e a forte geração de caixa derivada da atual cotação do minério de ferro nos mercadores internacionais.
Bluechips pesam sobre o Ibovespa
Com exceção da Vale, porém, as demais bluechips passaram o dia no vermelho e inibiram um melhor desempenho do Ibovespa no pregão desta sexta-feira.
Leia Também
Os papéis da Petrobras e dos setor bancário pesaram sobre o índice em um movimento técnico desencadeado pela perda do nível de suporte de 99 mil pontos, observaram analistas.
O resultado foi uma queda de 0,48% do Ibovespa hoje, encerrando aos 98.363,22 pontos. Trata-se do nível de fechamento mais baixo desde 7 de julho. Na semana, o índice perdeu 2,84%.
Em Nova York, os índices Dow Jones e S&P-500 fecharam em alta de 0,48% e 0,05%, respectivamente. Já o Nasdaq, coração do setor de tecnologia em Wall Street, retrocedeu 0,60% hoje, atingindo perda superior a 4% no acumulado da semana.
Petz estreia bem na B3
No campo positivo, a sexta-feira marcou a estreia da varejista de produtos para animais domésticos Petz (PETZ3) na bolsa brasileira. A empresa protagonizou o maior IPO do ano na B3 até agora, movimentando mais de R$ 3 bilhões.
As ações foram precificadas a R$ 13,75, no centro da faixa indicativa, mas chegaram ao fim de seu primeiro pregão cotadas a R$ 16,75, uma alta de 21,82%.
Sinais de ingerência governamental no mercado incomodam investidores
O principal foco de preocupação dos investidores nesta sexta-feira foi a sinalização de uma possível interferência governamental na economia.
Ontem, em sua live semanal, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que tem conversado com seus ministros e também com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre caminhos legais para evitar que o dólar suba tanto.
O comentário vem à tona depois de repetidos pedidos do presidente para que os varejistas demonstrem "patriotismo" por meio da redução de suas margens de lucro e não repassem ao consumidor final a alta nos preços dos alimentos.
Em termos de indicadores, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou hoje pela manhã que o volume de serviços prestados subiu 2,6% em julho ante junho, mas caiu 11,9% na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Confira a seguir as maiores altas e as maiores quedas do dia entre os componentes do Ibovespa.
MAIORES ALTAS
- Vale ON (VALE3) +5,84%
- Bradespar PN (BRAP4) +4,35%
- CSN ON (CSNA3) +4,03%
- Pão de Açúcar ON (PCAR3) +3,97%
- Grupo Natura ON (NTCO3) +3,76%
MAIORES BAIXAS
- Cielo ON (CIEL3) -4,31%
- IRB Brasil ON (IRBR3) -4,13%
- Intermédica ON (GNDI3) -3,77%
- Hypera ON (HYPE3) -3,59%
- Qualicorp ON (QUAL3) -3,30%
Dólar e juro
Depois de operar em queda durante a maior parte do dia, o dólar passou a subir ante o real no meio da tarde até fechar em alta de 0,27%, cotado a R$ 5,3334. No acumulado da semana, a moeda norte-americana avançou 1,1%.
Já os contratos de juros futuros acompanharam a dinâmica do mercado de câmbio. Depois de abrirem em queda, os contratos passaram a apresentar leve alta acompanhando a alta do dólar.
Confira as taxas negociadas de alguns dos principais contratos negociados na B3:
- Janeiro/2022: de 2,840% para 2,850%;
- Janeiro/2023: de 4,110% para 4,140%;
- Janeiro/2025: de 5,970% para 6,000%;
- Janeiro/2027: de 6,950% para 6,970%.
LCIs e LCAs com juros mensais, 11 ações para dividendos em 2026 e mais: as mais lidas do Seu Dinheiro
Renda pingando na conta, dividendos no radar e até metas para correr mais: veja os assuntos que dominaram a atenção dos leitores do Seu Dinheiro nesta semana
R$ 40 bilhões em dividendos, JCP e bonificação: mais de 20 empresas anunciaram pagamentos na semana; veja a lista
Com receio da nova tributação de dividendos, empresas aceleraram anúncios de proventos e colocaram mais de R$ 40 bilhões na mesa em poucos dias
Musk vira primeira pessoa na história a valer US$ 700 bilhões — e esse nem foi o único recorde de fortuna que ele bateu na semana
O patrimônio do presidente da Tesla atingiu os US$ 700 bilhões depois de uma decisão da Suprema Corte de Delaware reestabelecer um pacote de remuneração de US$ 56 bilhões ao executivo
Maiores quedas e altas do Ibovespa na semana: com cenário eleitoral e Copom ‘jogando contra’, índice caiu 1,4%; confira os destaques
Com Copom firme e incertezas políticas no horizonte, investidores reduziram risco e pressionaram o Ibovespa; Brava (BRAV3) é maior alta, enquanto Direcional (DIRR3) lidera perdas
Nem o ‘Pacman de FIIs’, nem o faminto TRXF11, o fundo imobiliário que mais cresceu em 2025 foi outro gigante do mercado; confira o ranking
Na pesquisa, que foi realizada com base em dados patrimoniais divulgados pelos FIIs, o fundo vencedor é um dos maiores nomes do segmento de papel
De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar
“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237
Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)
‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus
CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.
Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem
Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário
Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025
Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira
Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall
A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores
Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema
Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem
BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México
O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”