🔴TRÊS ROBÔS CRIADOS A PARTIR DE IA “TRABALHANDO” EM BUSCA DE GANHOS DIÁRIOS – ENTENDA AQUI

Victor Aguiar

Victor Aguiar

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.

Pressão no câmbio

Corte na Selic e tensão doméstica fazem o dólar saltar mais de 5% na semana, a R$ 5,74

O dólar à vista chegou a tocar os R$ 5,87 no momento de maior tensão na semana — desde o começo do ano, a moeda já acumula um salto de mais de 43%

Selo Mercados FECHAMENTO Ibovespa dólar
Imagem: Montagem Andrei Morais / Shutterstock

O dólar à vista teve um forte alívio de 1,70% nesta sexta-feira (8). Em condições normais, essa baixa firme estamparia as manchetes e certamente contribuiria para melhorar o humor dos investidores. No entanto, estamos muito distantes da normalidade.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Afinal, é preciso colocar as coisas sob perspectiva: essa queda expressiva na cotação do dólar vem após cinco altas consecutivas e sucessivas quebras de recorde — até ontem, a moeda americana acumulava um salto de 7,4% na semana.

Sendo assim, o alívio apenas serviu para distanciar um pouco a divisa dos picos históricos: mesmo com a baixa de hoje, o dólar à vista ainda terminou a semana a R$ 5,7418, acumulando uma valorização de 5,57% desde segunda-feira (4). No ano, a alta já chega a 43,12%.

  • O podcast Touros e Ursos desta sexta-feira já está no ar! Eu e o Vinícius Pinheiro falamos sobre os principais temas do mercado nesta semana, com destaque para a disparada do dólar:

A nova onda de pressão cambial nos últimos dias não ocorreu à toa: por aqui, o cenário ainda é bastante incerto, tanto no front político quanto no econômico — e tudo isso, é claro, com a crise do coronavírus como pano de fundo.

Mas a nebulosidade doméstica não foi a única responsável pela escalada do dólar à vista rumo aos R$ 6,00. A decisão do Copom, na última quarta-feira (6), e as sinalizações emitidas pelo Banco Central (BC) a respeito dos próximos passos da política monetária, foram decisivos para estressar ainda mais o mercado de moedas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O clima também foi mais cauteloso na bolsa, mas nada semelhante ao visto no câmbio: o Ibovespa terminou a semana com uma leve queda acumulada de 0,30% — nesta sexta-feira, o índice avançou 2,75%, aos 80.263,35 pontos.

Leia Também

Em linhas gerais, o Ibovespa e o mercado doméstico de ações tiveram uma ajudinha do exterior nos últimos dias: o clima mais ameno visto lá fora serviu de contraposto às indecisões locais, trazendo algum balanço aos riscos.

Mas é claro que a situação na bolsa está longe de ser tranquila: desde o começo do ano, o Ibovespa ainda acumula perdas de 30,60%. O nível dos 80 mil pontos tem despontado como uma resistência importante para o índice, que não consegue se sustentar acima desse patamar por muito tempo.

Sendo assim, vamos recapitular todos os fatores que estressaram os mercados brasileiros nesta semana, em especial o de câmbio. Começando, é claro, pela surpresa com o Copom.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Juros para baixo

A autoridade monetária cortou a Selic em 0,75 ponto, ao nível de 3% ao ano — a maioria dos investidores apostava numa redução mais branda, de 0,50 ponto, o que já representou uma primeira surpresa por parte do BC.

Mas essa não foi a única novidade: no comunicado, o Copom deixou claro que poderá promover mais um corte de até 0,75 ponto na próxima reunião, o que levaria a taxa básica de juros a 2,25% ao ano — e, considerando a baixa inflação e a contração no PIB por causa do coronavírus, esse passou a ser o cenário-base de muitos analistas.

Essa disposição indicada pelo Banco Central, dando a entender que não vê problemas numa Selic cada vez mais baixa — e mostrando-se despreocupado com eventuais pressões da alta do dólar sobre a inflação —, contribuiu para dar ainda mais força à escalada da moeda americana ante o real.

Em linhas gerais, cortes na Selic acabam reduzindo o chamado diferencial de juros entre o Brasil e os Estados Unidos — a subtração entre os juros dos dois países. Com a baixa de ontem, esse gap ficou ainda menor.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Isso mexe com o câmbio porque, quanto menor o diferencial, menor é o apelo do Brasil para os investidores que buscam apenas a rentabilidade fácil dos juros. Claro, trata-se de um capital especulativo e que pouco contribui para o desenvolvimento econômico.

Ainda assim, a ausência desse tipo de agente financeiro diminui a entrada de dólares no país, contribuindo para pressionar ainda mais o câmbio.

Tensões em Brasília

No âmbito político, a deterioração nas relações entre o governo e o Congresso continuou inspirando cautela aos mercados: a percepção de que uma bomba pode estourar a qualquer momento aumenta o estresse dos investidores e gera volatilidade às operações.

E são inúmeros os focos de tensão: no Congresso, a PEC de auxílio financeiro emergencial a Estados e municípios foi aprovada pela Câmara — e sem grandes concessões aos pedidos do ministro da Economia, Paulo Guedes, o que pressiona ainda mais a situação fiscal do país.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Por outro lado, tivemos também a aprovação da PEC do Orçamento de Guerra, que separa os gastos emergenciais com a pandemia do restante das contas do governo. Esse mecanismo ainda dá ao BC a possibilidade de atuar no mercado de títulos, o que interfere no comportamento das curvas de juros futuros.

Enquanto essa batalha de projetos é travada no Congresso, também há inúmeras outras crises em paralelo: há a disputa entre o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, e o presidente Jair Bolsonaro; há também a tentativa de manter Guedes à frente da Economia, apesar de uma percepção crescente de que o ministro está sendo escanteado.

Em meio a tudo isso, também há o Centrão pleiteando cada vez mais cargos no governo, de modo a garantir alguma governabilidade à administração Bolsonaro — um quebra-cabeças complexo e que contribui para deixar os investidores na defensiva.

E, no mercado de câmbio, prudência é sinônimo de maior demanda por dólares. Afinal, num cenário como esses, toda proteção é bem-vinda.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Exterior aliviado

Lá fora, contudo, a semana foi mais amena. Apesar de os dados econômicos continuarem mostrando que a crise do coronavírus está deixando marcas profundas na atividade global, a reabertura gradual das economias da Europa e de parte dos EUA foi comemorada pelos investidores.

Além disso, tivemos um segundo foco de alívio no exterior nesta sexta-feira:  Segundo a agência de notícias estatal chinesa Xinhua, negociadores de Pequim e de Washington prometeram criar condições favoráveis para a fase 1 do acordo comercial.

A tensão entre as potências voltou a preocupar os investidores no último final de semana, quando Donald Trump culpou os chineses pelo avanço do novo coronavírus e ameaçou tarifar o país.

Os indícios de pacificação na relação entre americanos e chineses se sobrepuseram, inclusive, aos dados ruins do mercado de trabalho nos EUA, com o corte de 20,5 milhões de postos em abril. O desemprego saltou de 4,4% para 14,7%, o maior nível desde 1929.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Como resultado, as bolsas americanas fecharam o dia em alta e acumularam desempenho positivo na semana. Desde segunda-feira, o Dow Jones subiu 2,56%, o S&P 500 teve ganho de 3,50% e o Nasdaq saltou 6%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
RESUMO SEMANAL

Raízen (RAIZ4) e Braskem (BRKM5) derretem mais de 10% cada: o que movimentou o Ibovespa na semana 

16 de agosto de 2025 - 11:39

A Bolsa brasileira teve uma ligeira alta de 0,3% em meio a novos sinais de desaceleração econômica doméstica; o corte de juros está próximo?

CHAMOU NA CHINCHA

Ficou barata demais?: Azul (AZUL4) leva puxão de orelha da B3 por ação abaixo de R$ 1; entenda

15 de agosto de 2025 - 18:52

Em comunicado, a companhia aérea informou que tem até 4 de fevereiro de 2026 para resolver o problema

ACABAMENTO FOSCO

Nubank dispara 9% em NY após entregar rentabilidade maior que a do Itaú no 2T25 — mas recomendação é neutra, por quê?

15 de agosto de 2025 - 18:04

Analistas veem limitações na capacidade de valorização dos papéis diante de algumas barreiras de crescimento para o banco digital

É COMPRA ATRÁS DE COMPRA

TRXF11 renova apetite por aquisições: FII adiciona mais imóveis no portfólio por R$ 98 milhões — e leva junto um inquilino de peso

15 de agosto de 2025 - 10:35

Com a transação, o fundo imobiliário passa a ter 72 imóveis e um valor total investido de mais de R$ 3,9 bilhões em ativos

TORCEU O NARIZ

Banco do Brasil (BBAS3): Lucro de quase R$ 4 bilhões é pouco ou o mercado reclama de barriga cheia?

15 de agosto de 2025 - 10:18

Resultado do segundo trimestre de 2025 veio muito abaixo do esperado; entenda por que um lucro bilionário não é o bastante para uma instituição como o Banco do Brasil (BBAS3)

RECUPERANDO O FÔLEGO

FII anuncia venda de imóveis por R$ 90 milhões e mira na redução de dívidas; cotas sobem forte na bolsa

14 de agosto de 2025 - 12:10

Após acumular queda de mais de 67% desde o início das operações na B3, o fundo imobiliário vem apostando na alienação de ativos do portfólio para reduzir passivos

VISÃO DO GESTOR

“Basta garimpar”: A maré virou para as small caps, mas este gestor ainda vê oportunidade em 20 ações de ‘pequenas notáveis’

14 de agosto de 2025 - 6:04

Em meio à volatilidade crescente no mercado local, Werner Roger, gestor da Trígono Capital, revelou ao Seu Dinheiro onde estão as principais apostas da gestora em ações na B3

FECHAMENTO DOS MERCADOS

Dólar sobe a R$ 5,4018 e Ibovespa cai 0,89% com anúncio de pacote do governo para conter tarifaço. Por que o mercado torceu o nariz?

13 de agosto de 2025 - 13:25

O plano de apoio às empresas afetadas prevê uma série de medidas construídas junto aos setores produtivos, exportadores, agronegócio e empresas brasileiras e norte-americanas

HERE COMES A NEW CHALLENGER

Outra rival para a B3: CSD BR recebe R$ 100 milhões do Citi, Morgan Stanley e UBS para criar nova bolsa no Brasil

12 de agosto de 2025 - 16:57

Investimento das gigantes financeiras é mais um passo para a empresa, que já tem licenças de operação do Banco Central e da CVM

FOME DE AQUISIÇÃO

HSML11 amplia aposta no SuperShopping Osasco e passa a deter mais de 66% do ativo

12 de agosto de 2025 - 15:28

Com a aquisição, o fundo imobiliário concluiu a aquisição adicional do shopping pretendida com os recursos da 5ª emissão de cotas

ESTRATÉGIA DE ALOCAÇÃO

Bolsas no topo e dólar na base: estas são as estratégias de investimento que o Itaú (ITUB4) está recomendando para os clientes agora

12 de agosto de 2025 - 14:48

Estrategistas do banco veem um redirecionamento global de recursos que pode chegar ao Brasil, mas existem algumas condições pelo caminho

MERCADOS HOJE

A Selic vai cair? Surpresa em dado de inflação devolve apetite ao risco — Ibovespa sobe 1,69% e dólar cai a R$ 5,3870

12 de agosto de 2025 - 11:55

Lá fora os investidores também se animaram com dados de inflação divulgados nesta terça-feira (12) e refizeram projeções sobre o corte de juros pelo Fed

NOVOS HORIZONTES

Patria Investimentos anuncia mais uma mudança na casa — e dessa vez não inclui compra de FIIs; veja o que está em jogo

11 de agosto de 2025 - 15:44

A movimentação está sendo monitorada de perto por especialistas do setor imobiliário

APETITE RENOVADO

Stuhlberger está comprando ações na B3… você também deveria? O que o lendário fundo Verde vê na bolsa brasileira hoje

11 de agosto de 2025 - 14:39

A Verde Asset, que hoje administra mais de R$ 16 bilhões em ativos, aumentou a exposição comprada em ações brasileiras no mês passado; entenda a estratégia

VÃO OS ANÉIS…

FII dá desconto em aluguéis para a Americanas (AMER3) e cotas apanham na bolsa

11 de agosto de 2025 - 13:12

O fundo imobiliário informou que a iniciativa de renegociação busca evitar a rescisão dos contratos pela varejista

RECICLANDO O PORTFÓLIO

FII RBVA11 anuncia venda de imóvel e movimenta mais de R$ 225 milhões com nova estratégia

9 de agosto de 2025 - 9:43

Com a venda de mais um ativo, localizado em São Paulo, o fundo imobiliário amplia um feito inédito

FIIS HOJE

DEVA11 vai dar mais dores de cabeça aos cotistas? Fundo imobiliário despenca mais de 7% após queda nos dividendos

8 de agosto de 2025 - 11:57

Os problemas do FII começaram em 2023, quando passou a sofrer com a inadimplência de CRIs lastreados por ativos do Grupo Gramado Parks

FII DO MÊS

Tarifaço de Trump e alta dos juros abrem oportunidade para comprar o FII favorito para agosto com desconto; confira o ranking dos analistas

8 de agosto de 2025 - 6:03

Antes mesmo de subir no pódio, o fundo imobiliário já vinha chamando a atenção dos investidores com uma série de aquisições

TECH MADE IN AMERICA

Trump anuncia tarifa de 100% sobre chips e dispara rali das big techs; Apple, AMD e TSMC sobem, mas nem todas escapam ilesas

7 de agosto de 2025 - 14:52

Empresas que fabricam em solo americano escapam das novas tarifas e impulsionam otimismo em Wall Street, mas Intel não conseguiu surfar a onda

VISÃO DO GESTOR

Ações baratas e dividendos gordos: entenda a estratégia deste gestor para multiplicar retornos com a queda dos juros

6 de agosto de 2025 - 18:44

Com foco em papéis descontados e empresas alavancadas, a AF Invest aposta em retomada da bolsa e distribuição robusta de proventos com a virada de ciclo da Selic

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar