Tensões no Oriente Médio seguem no radar e Ibovespa engata a terceira queda consecutiva
Ainda pressionado pelo clima de cautela envolvendo Estados Unidos e Irã, o Ibovespa acompanhou as bolsas americanas e teve mais um dia negativo. O dólar fechou em leve alta, permanecendo em R$ 4,06
O noticiário externo continua pautando os mercados financeiros, com as tensões entre Estados Unidos e Irã ditando o ritmo das negociações mundo afora. E, sem saber os possíveis desdobramentos desses atritos, o Ibovespa e as demais bolsas globais seguem na defensiva.
Nesta terça-feira (7), o principal índice acionário do Brasil fechou em queda de 0,18%, aos 116.661,94 pontos. Com isso, o Ibovespa engatou a terceira queda consecutiva — uma sequência que não era vista desde setembro do ano passado.
O dado chama a atenção, mas não quer dizer que haja pânico nos mercados financeiros do país. Afinal, o Ibovespa acumulou baixas de 1,61% nos três últimos pregões, uma perda que não chega a assustar — ainda mais ao lembrarmos que o índice estava na máxima histórica no dia 2, aos 118.573,10 pontos.
Mas, por mais que o saldo não seja amplamente negativo, também não é prudente desprezar essas quedas e considerá-las um mero "um movimento de correção". Há motivos de sobra para os investidores terem cautela.
E, é claro, grande parte da prudência vem do exterior, com a escalada nas tensões no Oriente Médio. Desde a semana passada, quando uma ação militar dos EUA resultou na morte de Qassim Suleimani, principal general do exército do Irã, a tensão tomou conta da região — e esse clima contaminou os mercados.
O que poderá acontecer nos próximos dias? Um conflito militar entre os dois países é iminente? Como as demais nações árabes reagirão à postura dos Estados Unidos? Uma grande guerra se desenha no horizonte?
Leia Também
Essas dúvidas provavelmente persistirão por algum tempo. E, enquanto não há respostas mais concretas para tais questionamentos, os agentes financeiros preferem agir com cuidado, tanto no Brasil quanto no exterior.
Lá fora, o dia também foi de perdas no Dow Jones (-0,42%), no S&P 500 (-0,28%) e no Nasdaq (-0,03%). Na Europa, as principais praças acionárias assumiram um tom misto, divididas entre perdas e ganhos.
Nervosismo
Por aqui, os agentes financeiros mostraram-se particularmente preocupados, uma vez que o Irã convocou a representante da embaixada brasileira no país para prestar esclarecimentos — o Itamaraty divulgou uma nota dizendo apoiar a luta contra o terrorismo.
"Isso gera preocupação, especialmente para as empresas que exportam para o Oriente Médio", diz Sabrina Cassiano, analista da Necton Investimentos. "Ainda que o Irã não seja um país relevante para a balança comercial, o mercado fica atento para possíveis desdobramentos".
Nesse contexto, o dólar à vista também teve um dia de estresse, com intensa volatilidade. No pior momento da sessão, a divisa chegou a subir 0,73%, a R$ 4,0924, mas, no fechamento, avançou apenas 0,04%, a R$ 4,0646 — a quarta alta consecutiva.
Aguardando os próximos capítulos
Lá fora, contudo, os investidores tentaram colocar os nervos no lugar. Após dias bastante tensos, a percepção é a de que, por enquanto, a escalada nos atritos têm se restringido ao campo da retórica, sem ações concretas de ambas as partes.
Nesse cenário, as bolsas mundiais até conseguiram ter uma sessão mais amena, sem grandes oscilações. E, no mercado de commodities, o petróleo fechou em baixa, devolvendo parte dos ganhos recentes: o Brent caiu 0,93% e o WTI recuou 0,90%.
Dólar instável
No mercado de câmbio, o dólar ganhou terreno em escala global — um indício de busca de proteção por parte dos investidores.
O índice DXY, que mede o desempenho da moeda americana em relação a uma cesta com as principais divisas do mundo — como o euro, a libra esterlina e o iene —, terminou em alta de 0,34%.
Em relação às divisas de países emergentes, o tom é o mesmo: o dólar sobe na comparação com o peso mexicano, o rublo russo, o peso colombiano e o rand sul-africano, entre outras — o real, assim, acompanhou o contexto externo.
Com o dólar se afastando das máximas, as curvas de juros aproveitaram para fazer o mesmo movimento e terminaram a sessão em baixa, devolvendo parte dos ganhos recentes. Veja como ficaram os principais DIs nesta terça-feira:
- Janeiro/2021: de 4,52% para 4,48%;
- Janeiro/2023: de 5,82% para 5,78%;
- Janeiro/2025: de 6,46% para 6,44%;
- Janeiro/2027: estável em 6,79%.
Decolando
No front corporativo, destaque para Azul PN (AZUL4), que fechou em alta de 3,31% e apareceu entre os maiores ganhos do Ibovespa.
O mercado reagiu positivamente aos dados operacionais da empresa em dezembro. Ao todo, a demanda de passageiros no último mês do ano subiu 27,2% na base anual, enquanto a oferta de assentos aumentou 26,5%.
Assim, a taxa de ocupação das aeronaves da Azul teve alta de 0,5 ponto em dezembro, chegando a 83,5% — números que agradaram os investidores.
Vale lembrar, ainda, que a queda nas cotações do petróleo nesta terça-feira deu força extra aos papéis da companhia, uma vez que a baixa da commodity implica em gastos menores com combustível de aviação. Esse fator também ajudou Gol PN (GOLL4), que subiu 0,58%.
Por fim, as baixas expressivas registradas nos papéis de ambas as companhias aéreas no pregão de segunda-feira (6) abriram espaço para um movimento de recuperação das ações.
Venda de participação
Outra ação que apresentou desempenho positivo foi Cemig PN (CMIG4), em alta de 3,66%. De acordo com o jornal Valor Econômico, a estatal mineira já teria contratado o Bank of America para estruturar a venda de sua fatia de 21,68% na Taesa.
Há pouco, a Cemig foi evasiva ao comentar a matéria do Valor. Em comunicado ao mercado, a empresa disse apenas que constantemente avalia sua carteira de ativos, mas que, até agora, ainda não foi tomada nenhuma decisão envolvendo vendas de participação.
Também integrantes do Ibovespa, as units da Taesa (TAEE11) caíram 0,84%. Você pode conferir os demais destaques da bolsa nesta terça-feira nesta matéria.
Top 5
Confira abaixo os cinco papéis de melhor desempenho do Ibovespa nesta terça-feira:
- Cemig PN (CMIG4): +3,66%
- Azul PN (AZUL4): +3,31%
- B3 ON (B3SA3): +3,23%
- Marfrig ON (MRFG3): +3,07%
- Eletrobras ON (ELET3): +2,57%
Veja também as cinco maiores quedas do índice:
- Cia Hering ON (HGTX3): -4,00%
- NotreDame Intermédica ON (GNDI3): -3,41%
- Cielo ON (CIEL3): -2,91%
- Hapvida ON (HAPV3): -2,75%
- Braskem PNA (BRKM5): -2,60%
Medo se espalha por Wall Street depois do relatório de emprego dos EUA e nem a “toda-poderosa” Nvidia conseguiu impedir
A criação de postos de trabalho nos EUA veio bem acima do esperado pelo mercado, o que reduz chances de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro; bolsas saem de alta generalizada para queda em uníssono
Depois do hiato causado pelo shutdown, Payroll de setembro vem acima das expectativas e reduz chances de corte de juros em dezembro
Os Estados Unidos (EUA) criaram 119 mil vagas de emprego em setembro, segundo o relatório de payroll divulgado nesta quinta-feira (20) pelo Departamento do Trabalho
Sem medo de bolha? Nvidia (NVDC34) avança 5% e puxa Wall Street junto após resultados fortes — mas ainda há o que temer
Em pleno feriado da Consciência Negra, as bolsas lá fora vão de vento em poupa após a divulgação dos resultados da Nvidia no terceiro trimestre de 2025
Com R$ 480 milhões em CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai 24% na semana, apesar do aumento de capital bilionário
A companhia vive dias agitados na bolsa de valores, com reação ao balanço do terceiro trimestre, liquidação do Banco Master e aprovação da homologação do aumento de capital
Braskem (BRKM5) salta quase 10%, mas fecha com ganho de apenas 0,6%: o que explica o vai e vem das ações hoje?
Mercado reagiu a duas notícias importantes ao longo do dia, mas perdeu força no final do pregão
SPX reduz fatia na Hapvida (HAPV3) em meio a tombo de quase 50% das ações no ano
Gestora informa venda parcial da posição nas ações e mantém derivativos e operações de aluguel
Dividendos: Banco do Brasil (BBAS3) antecipa pagamento de R$ 261,6 milhões em JCP; descubra quem entra no bolo
Apesar de o BB ter terminado o terceiro trimestre com queda de 60% no lucro líquido ajustado, o banco não está deixando os acionistas passarem fome de proventos
Liquidação do Banco Master respinga no BGR B32 (BGRB11); entenda os impactos da crise no FII dono do “prédio da baleia” na Av. Faria Lima
O Banco Master, inquilino do único ativo presente no portfólio do FII, foi liquidado pelo Banco Central por conta de uma grave crise de liquidez
Janela de emissões de cotas pelos FIIs foi reaberta? O que representa o atual boom de ofertas e como escapar das ciladas
Especialistas da EQI Research, Suno Research e Nord Investimentos explicam como os cotistas podem fugir das armadilhas e aproveitar as oportunidades em meio ao boom das emissões de cotas dos fundos imobiliários
Mesmo com Ibovespa em níveis recordes, gestores ficam mais cautelosos, mostra BTG Pactual
Pesquisa com gestores aponta queda no otimismo, desconforto com valuations e realização de lucros após sequência histórica de altas do mercado brasileiro
Com quase R$ 480 milhões em CDBs do Banco Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai mais de 10% na bolsa
As ações da companhia recuaram na bolsa depois de o BC determinar a liquidação extrajudicial do Master e a PF prender Daniel Vorcaro
Hapvida (HAPV3) lidera altas do Ibovespa após tombo da semana passada, mesmo após Safra rebaixar recomendação
Papéis mostram recuperação após desabarem mais de 40% com balanço desastroso no terceiro trimestre, mas onda de revisões de recomendações por analistas continua
Maiores quedas do Ibovespa: Rumo (RAIL3), Raízen (RAIZ4) e Cosan (CSAN3) sofrem na bolsa. O que acontece às empresas de Rubens Ometto?
Trio do grupo Cosan despenca no Ibovespa após balanços fracos e maior pressão sobre a estrutura financeira da Raízen
Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%
Levantamento mostra que fundos de shoppings e do agronegócio dominaram as maiores valorizações, superando com sobra o desempenho do IFIX
Gestora aposta em ações ‘esquecidas’ do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina
Logos Capital acumula retorno de quase 100% no ano e está confiante com sua carteira de ações
Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973
Na semana, MBRF (MBRF3) liderou os ganhos do Ibovespa com alta de mais de 32%, enquanto Hapvida (HAPV3) foi a ação com pior desempenho da carteira teórica do índice, com tombo de 40%
Depois do balanço devastador da Hapvida (HAPV3) no 3T25, Bradesco BBI entra ‘na onda de revisões’ e corta preço-alvo em quase 50%
Após reduzir o preço-alvo das ações da Hapvida (HAPV3) em quase 50%, o Bradesco BBI mantém recomendação de compra, mas com viés cauteloso, diante de resultados abaixo das expectativas e pressões operacionais para o quarto trimestre
Depois de escapar da falência, Oi (OIBR3) volta a ser negociada na bolsa e chega a subir mais de 20%
Depois de a Justiça reverter a decisão que faliu a Oi atendendo um pedido do Itaú, as ações voltaram a ser negociadas na bolsa depois de 3 pregões de fora da B3
Cogna (COGN3), C&A (CEAB3), Cury (CURY3): Veja as 20 empresas que mais se valorizaram no Ibovespa neste ano
Companhias de setores como educação, construção civil e bancos fazem parte da lista de ações que mais se valorizaram desde o começo do ano
Com rentabilidade de 100% no ano, Logos reforça time de ações com ex-Itaú e Garde; veja as 3 principais apostas da gestora na bolsa
Gestora independente fez movimentações no alto escalão e destaca teses de empresas que “ficaram para trás” na B3
