🔴 [NO AR] MERCADO TEME A FRAGMENTAÇÃO DA DIREITA? ENTENDA A REAÇÃO DOS ATIVOS – ASSISTA AGORA

Victor Aguiar

Victor Aguiar

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.

O Regresso

A vingança dos ursos: Ibovespa desaba mais de 4% e dólar à vista chega a R$ 4,65

Em meio ao pessimismo quanto aos impactos econômicos do coronavírus, o mercado teve uma sessão amplamente pressionada nesta quinta-feira. O Ibovespa chegou a despencar mais de 6% e o dólar rompeu os R$ 4,65, nervoso com a falta de firmeza do BC — e o salto nos novos casos da doença no Brasil trouxe ainda mais estresse às negociações

Victor Aguiar
Victor Aguiar
5 de março de 2020
19:00 - atualizado às 23:02
Urso Ibovespa dólar bear market
Imagem: Shutterstock

Durante boa parte do ano passado, os touros mandaram no mercado: as bolsas globais subiram forte ao longo de 2019 e, por aqui, o Ibovespa atingiu patamares inéditos, rompendo pela primeira vez o nível dos 100 mil pontos. Nesse meio tempo, os pessimistas hibernaram — não tinham outra coisa a fazer, em meio à euforia que tomou conta dos investidores.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Pois os ursos finalmente despertaram do sono profundo. E estão com fome.

A sessão desta quinta-feira (5) foi muito parecida com aquela famosa cena do filme "O Regresso", em que o personagem do Leonardo DiCaprio é massacrado por um enorme urso raivoso. A diferença é que, depois de todo o drama, os mercados certamente não vão receber um Oscar.

No Ibovespa, a mordida foi feia: uma queda de 4,65%, aos 102.233,24 pontos — na mínima, chegou a desabar 6,24%, aos 100.536,15 pontos. Depois desse ataque, o índice passou a acumular perdas de 11,63% desde o início de 2020.

Nas bolsas internacionais, a patada foi agressiva: o Dow Jones caiu 3,58%, o S&P 500 recuou 3,39% e o Nasdaq fechou em baixa de 3,10%; na Europa, as principais praças tiveram perdas de mais de 1%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

E, no mercado de câmbio, o rugido foi ameaçador: o dólar à vista disparou 1,60%, a R$ 4,6535, na décima segunda alta consecutiva da moeda americana — no ano, o salto já chega a 14,71%.

Leia Também

O despertar furioso dos ursos tem um motivo: o surto de coronavírus, que se espalha cada vez mais pelo mundo e aumenta a percepção de que a economia global será impactada de maneira importante.

No entanto, há também fatores locais que ajudam a aumentar a aversão ao risco: a economia vacilante, a falta de firmeza na postura do Banco Central — promovendo apenas leilões de swap cambial anunciados com antecedência — e o tom descompromissado assumido pelo ministro Paulo Guedes contribuem para gerar um ambiente de enorme cautela por aqui.

  • Eu gravei um vídeo com alguns comentários a respeito dessa postura vacilante do BC num momento de disparada do dólar. Veja abaixo:

Ilha do Medo

O pano de fundo para as bolsas globais segue o mesmo, com o surto de coronavírus ditando a percepção de risco dos investidores. E, nesta quinta-feira, a prudência foi dominante, em meio aos relatos de avanço da doença nos Estados Unidos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

"A situação está bem conturbada no curto prazo, e aí tem pouca gente querendo assumir riscos", diz Glauco Legat, analista-chefe da Necton Investimentos, destacando a notícia de que a Califórnia decretou estado de emergência por causa das novas ocorrências da doença.

Ao todo, já são quase 3,3 mil mortos e mais de 97 mil pessoas contaminadas no mundo. A situação é particularmente preocupante na Itália, que já contabiliza 148 óbitos e pouco menos de quatro mil infectados.

E, em meio à expansão da doença em escala global, começam a surgir sinais mais claros do impacto econômico. O setor aéreo, por exemplo, é um dos principais afetados — segundo a Associação Internacional de Transportes Aéreos, o coronavírus fez a demanda global por viagens crescer apenas 2,4% em janeiro, o menor ritmo de expansão desde 2010.

Além disso, vale ressaltar que, ontem, as bolsas americanas tiveram um desempenho bastante positivo, impulsionadas pelo fortalecimento de Joe Biden nas prévias do partido Democrata. Desta maneira, havia um espaço maior para um movimento de realização de lucros.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Por aqui, a constatação de novos casos de coronavírus no Brasil — já são oito contaminados, sendo que duas dessas ocorrências foram resultado de transmissões locais — contribuiu para aumentar ainda mais a aversão ao risco.

O dia, que já era bastante ruim no Ibovespa, ficou ainda pior com a atualização dos números da doença no país. Foi a partir daí que o índice entrou num estado de pânico e chegou a desabar mais de 6%, embora tenha recuperado parte das perdas antes do fechamento.

"O mercado está muito errático e a incerteza está cada vez mais forte"

Glauco Legat, analista-chefe da Necton Investimentos

O Lobo de Wall Street

No câmbio, a tensão com o coronavírus também é protagonista. Todo o cenário de preocupação fez com que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) cortasse a taxa de juros do país em 0,5 ponto, de maneira extraordinária na última terça-feira (3), de modo a blindar a economia local de eventuais impactos negativos do surto.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A medida surpreendeu o mercado e renovou a percepção de que um novo ciclo global de afrouxamento monetário será iniciado — o que afeta diretamente o Copom, que pode se ver forçado a continuar reduzindo a Selic.

Mas novos cortes na taxa básica de juros brasileira geram pressão sobre o câmbio, já que o diferencial de juros em relação aos EUA permanecerá inalterado caso o Copom acompanhe o movimento do Fed. Assim, vemos uma pressão contínua no câmbio.

Nesta quinta-feira, as curvas de juros fecharam em alta, num movimento de correção após as fortes baixas vistas nos últimos dias. Mas, mesmo com essa abertura dos DIs, os contratos mais curtos ainda estão em níveis muito baixos, evidenciando que o mercado aposta em mais cortes na Selic.

Veja abaixo como ficaram as curvas mais líquidas nesta quinta-feira:

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
  • Janeiro/2021: de 3,76% para 3,88%;
  • Janeiro/2022: de 4,22% para 4,43%;
  • Janeiro/2023: de 4,82% para 5,07%;
  • Janeiro/2025: de 5,79% para 6,01%.

A Origem

A própria postura do BC é motivo de estresse para o mercado de câmbio. Na última terça-feira (3), data em que o Fed cortou os juros nos EUA, a autoridade brasileira assumiu um tom bastante vago ao comentar sua visão do atual momento de turbulência visto no exterior, sem dar qualquer pista sobre os próximos passos quanto à política monetária local.

E a forma escolhida pelo BC para atuar no câmbio e tentar trazer alívio — via três leilões extras de swap cambial, no valor de US$ 1 bilhão cada, sempre anunciados com antecedência — não foi efetiva. Pelo contrário: apenas aumentou a frustração de quem esperava uma atitude mais enfática.

Para Ricardo Gomes da Silva, operador de câmbio da corretora Correparti, o contexto externo mais complicado tem desencadeado um movimento de fuga de capitais do país. E, para ele, o BC deveria anunciar medidas mais estruturadas para atender à demanda crescente por dólares.

Silva cita a postura do banco central do Chile, que, em meio aos protestos sociais vistos no país no fim de 2019, anunciou um programa prolongado de leilões de swap, garantindo a injeção de recursos no sistema por um período definido. "O Brasil poderia fazer algo parecido, garantindo o abastecimento do mercado por um tempo pré-determinado".

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O operador da Correparti, no entanto, lembra que, além do contexto internacional, há também a falta de credibilidade da economia brasileira, em meio à frustração com o crescimento de 1,1% do PIB em 2019 e à leitura de que as projeções para 2020 tendem a ser revisadas pra baixo.

"Há uma descrença grande", disse, citando a dificuldade para avanço das reformas e o ambiente político conturbado.

Rede de Mentiras

Após caírem mais de 30% ontem, as ações ON do IRB (IRBR3) até chegaram a abrir em alta, em meio à demissão da alta cúpula da companhia em função do vexame envolvendo o megainvestidor Warren Buffett.

No entanto, essa ligeira recuperação durou pouco: ainda durante a manhã, os papéis viraram ao campo negativo e fecharam em queda de 16,17%, a R$ 15,97. Mais cedo, em teleconferência, a empresa afirmou que não vai rever os balanços passados, questionados pela gestora Squadra.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Foi apenas um sonho

Nenhuma ação do Ibovespa fechou em alta nesta quinta-feira. Sendo assim, eis as cinco maiores baixas do índice hoje:

  • Gol PN (GOLL4): -16,77%
  • IRB ON (IRBR3): -16,17%
  • Azul PN (AZUL4): -14,53%
  • CVC ON (CVCB3): -9,83%
  • MRV ON (MRVE3): -9,30%

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
OS MAIORES DO ANO

Nem o ‘Pacman de FIIs’, nem o faminto TRXF11, o fundo imobiliário que mais cresceu em 2025 foi outro gigante do mercado; confira o ranking

19 de dezembro de 2025 - 14:28

Na pesquisa, que foi realizada com base em dados patrimoniais divulgados pelos FIIs, o fundo vencedor é um dos maiores nomes do segmento de papel

MEXENDO NO PORTFÓLIO

De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação

19 de dezembro de 2025 - 11:17

Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar

MERCADOS

“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237

18 de dezembro de 2025 - 19:21

Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)

ENTREVISTA

‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus

18 de dezembro de 2025 - 19:00

CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.

OTIMISMO NO RADAR

Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem

18 de dezembro de 2025 - 17:41

Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário

PROVENTOS E MAIS PROVENTOS

Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025

18 de dezembro de 2025 - 16:30

Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira

ONDA DE PROVENTOS

Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall

18 de dezembro de 2025 - 9:29

A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão

HORA DE COMPRAR

Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo

17 de dezembro de 2025 - 17:22

Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic

TOUROS E URSOS #252

Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade

17 de dezembro de 2025 - 12:35

Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva

ESTRATÉGIA DO GESTOR

‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú

16 de dezembro de 2025 - 15:07

Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros

RECUPERAÇÃO RÁPIDA

Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander

16 de dezembro de 2025 - 10:50

Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores

RANKING

Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI

15 de dezembro de 2025 - 19:05

Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno

SMALL CAP QUERIDINHA

Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais

15 de dezembro de 2025 - 19:02

O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50

HAJA MÁSCARA DE OXIGÊNIO

Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa

15 de dezembro de 2025 - 17:23

As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores

HORA DE COMPRAR?

Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema

15 de dezembro de 2025 - 16:05

Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem

TIME LATAM

BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México

15 de dezembro de 2025 - 14:18

O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”

CHUVA DE PROVENTOS CONTINUA

As ações que devem ser as melhores pagadoras de dividendos de 2026, com retornos de até 15%

15 de dezembro de 2025 - 6:05

Bancos, seguradoras e elétricas lideram e uma empresa de shoppings será a grande revelação do próximo ano

LEVANTAMENTO

A torneira dos dividendos vai secar em 2026? Especialistas projetam tendências na bolsa diante de tributação

15 de dezembro de 2025 - 6:05

2025 caminha para ser ano recorde em matéria de proventos; em 2026 setores arroz com feijão ganham destaque

LEI MAGNITSKY

Bancos sobem na bolsa com o fim das sanções contra Alexandre de Moraes — Banco do Brasil (BBAS3) é o destaque

12 de dezembro de 2025 - 17:14

Quando a sanção foi anunciada, em agosto deste ano, os papéis dos bancos desabaram devido as incertezas em relação à aplicação da punição

GIGANTE NA ÁREA

TRXF11 volta a encher o carrinho de compras e avança nos setores de saúde, educação e varejo; confira como fica o portfólio do FII agora

12 de dezembro de 2025 - 11:31

Com as três novas operações, o TRXF11 soma sete transações só em dezembro. Na véspera, o FII já tinha anunciado a aquisição de três galpões

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar