Ibovespa segue na contramão e cai forte com bancos e pandemia
Dólar perde espaço com impasse em Washington e ouro registra recorde de fechamento
					O mercado brasileiro de ações parece ter tirado a semana para andar na contramão dos demais ativos de risco em um momento de liquidez abundante nos mercados internacionais.
Enquanto o dólar perde força tanto diante de moedas fortes quanto das emergentes - real incluído -, o Ibovespa começa agosto patinando em uma semana repleta de balanços, indicadores econômicos importantes e decisão de juro pelo Banco Central.
Mais uma vez alheio à alta em Wall Street, o Ibovespa encerrou o pregão desta terça-feira em queda de 1,57%, aos 101.215,87 pontos.
O índice foi arrastado pelo recuo de mais de 5% das ações ON do Itaú Unibanco (ITUB4), o que azedou o humor do setor financeiro como um todo. A instituição financeira reportou queda de mais de 40% no lucro do segundo trimestre.
Tentativa de limitar juro de cheque especial e cartão de crédito pesa
As ações dos bancos também reagiram negativamente à notícia de que um projeto de lei para limitar os juros do cheque especial e do cartão de crédito durante a pandemia ao ano será votado pelo Senado na quinta-feira.
Ainda que precise passar por Senado, Câmara e sanção presidencial antes de entrar em vigor, a possibilidade de um alívio aos devedores retroativo à chegada da pandemia ao Brasil espantou os investidores dos papéis de instituições financeiras.
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O movimento de queda acentuou-se a partir do início da tarde em meio a temores relacionados com o avanço da covid-19 pela América do Sul. A piora no principal índice brasileiro de ações coincidiu com comentários da diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), Carissa Etienne.
Segundo ela, há uma crescente tendência de avanço da pandemia no Brasil e na região andina. Logo depois dessas declarações, todos os papéis listados no Ibovespa entraram no vermelho.
Questões fiscais no Brasil e nos Estados Unidos ainda preocupam. Enquanto democratas e republicanos se debatem em relação a um pacote de ajuda à economia norte-americana, por aqui as discussões giram em torno da intenção do governo de criar um novo imposto para aumentar a arrecadação. Mas isto ficou em segundo plano hoje.
BNDES começa a abrir mão de participações
O leilão estendido das ações ON da Vale (VALE3) também pesou sobre o Ibovespa desde o início da sessão, mas os papéis da mineradora acabaram encerrando a sessão como a maior alta do Ibovespa apesar da intensa volatilidade observada durante todo o pregão.
Entretanto, este parece ser apenas o início de uma novela com muitos capítulos e reviravoltas pela frente. "Isto não deve afetar apenas a Vale, mas outras companhias nas quais o BNDES mantém grandes participações, como a Petrobras e a JBS", advertia Pedro Galdi, analista da Mirae Asset, ainda antes da confirmação do leilão.
Confira a seguir quais foram as maiores altas e as maiores quedas do Ibovespa nesta terça-feira.
MAIORES ALTAS
- Vale ON (VALE3) +0,73%
 - MRV ON (MRVE3) +0,65%
 - Hypera ON (HYPE3) +0,58%
 - Totvs ON (TOTS3) +0,43%
 - SulAmérica Unit (SULA11) +0,38%
 
MAIORES BAIXAS
- Itaú Unibanco PN (ITUB4) -5,83%
 - Cogna ON (COGN3) -5,73%
 - CVC ON (CVCB3) -5,40%
 - Cielo ON (CIEL3) -5,00%
 - Itaú SA PN (ITUB4) -4,58%
 
Dólar e juro
Apesar da aversão local ao risco, a tendência recentemente observada de enfraquecimento do dólar nos mercados internacionais fez o real ganhar terreno mais uma vez nesta terça-feira.
Depois de abrir em alta e mostrar volatilidade ao longo do dia, o dólar firmou-se em queda no fim da sessão até fechar nas mínimas do dia, cotado a R$ 5,2857% (-0,53%).
A moeda norte-americana vem perdendo terreno em relação a outras divisas mundo a fora em meio ao impasse político em Washington e à valorização do ouro, que hoje registrou seu recorde histórico de fechamento nos mercados internacionais.
Pela primeira vez na história, o metal precioso encerrou a sessão acima da marca de US$ 2.000. A recente escalada do ouro tem relação com a liquidez despejada por governos e bancos centrais de todo o mundo para fazer frente à pandemia.
Os contratos de juros futuros, por sua vez, fecharam em alta, especialmente nos vencimentos mais longos. Nos vencimentos mais curtos, o ímpeto foi contido pela expectativa em torno de um novo corte na taxa Selic ao término da reunião de política monetária do Banco Central do Brasil, amanhã.
Confira os principais vencimentos:
- Janeiro/2021: de 1,893% para 1,915%;
 - Janeiro/2022: de 2,670% para 2,730%;
 - Janeiro/2023: de 3,650% para 3,760%;
 - Janeiro/2025: de 5,183% para 5,310%.
 
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