Ibovespa cai mais de 1% e dólar sobe a R$ 4,51; corte de juros do Fed redobrou a atenção com o coronavírus
O Fed surpreendeu o mercado e cortou a taxa de juros dos EUA em 0,5 ponto, em meio ao surto de coronavírus. O Ibovespa e as bolsas globais, contudo, fecharam em queda, com dúvidas quanto à real extensão dos impactos da doença
A sessão desta terça-feira (3) parecia encaminhada: o Ibovespa e as bolsas americanas operavam em queda, num movimento de correção após os fortes ganhos do pregão passado. Mas, um gesto surpresa do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) causou uma reviravolta nos mercados.
No fim da manhã, o Fed anunciou um corte extraordinário de 0,5 ponto nas taxas de juros do país, para a faixa de 1% a 1,25% ao ano — um ajuste intenso e fora do cronograma da instituição, já que a próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, o Copom do país) está marcada para o dia 18.
A medida ocorre em resposta aos riscos que o surto de coronavírus trazem à economia global. Desde ontem, diversas autoridades monetárias já anunciaram cortes nos juros ou pacotes de estímulo, de modo a frear os impactos da doença.
E, por mais que os mercados estivessem esperando uma ação semelhante do Fed, poucos apostavam num corte extraordinário — ainda mais de 0,5 ponto.
A ação da autoridade monetária dos EUA desencadeou uma reação intensa nos mercados financeiros globais. O Ibovespa, que operava em queda durante a manhã, ganhou força e chegou a subir 2,04% na máxima, tocando os 108.803,58 pontos; os índices americanos tiveram comportamento semelhante, indo ao pico da sessão.
Mas essa injeção de otimismo durou pouco. Já nos minutos seguintes à euforia, uma segunda leitura do movimento do Fed começou a ganhar força: a de que, talvez, a situação do coronavírus seja mais grave do que se imagina — o que forçou o BC americano a tomar uma atitude que não era vista desde a crise de 2008.
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Assim, as bolsas voltaram ao vermelho: o Ibovespa fechou em baixa de 1,02%, aos 105.537,14 pontos; nos Estados Unidos, o Dow Jones (-2,94%), o S&P 500 (-2,85%) e o Nasdaq (-2,99%) tiveram perdas expressivas.
A reação também foi intensa no mercado de câmbio: o dólar à vista amanheceu em alta, virou para queda após a decisão do Fed — na mínima, foi aos R$ 4,4535 (-0,75%) — e voltou a subir, fechando com ganhos de 0,55%, a R$ 4,5117. É um novo recorde nominal e a décima sessão seguida de valorização da divisa americana.
No mercado de juros, os investidores aumentaram ainda mais as apostas num corte da Selic pelo Banco Central, acompanhando a tendência mundial. Os DIs, que operavam em alta, fecharam em queda, dando continuidade ao movimento de ontem:
- Janeiro/2021: de 3,96% para 3,85%;
- Janeiro/2022: de 4,36% para 4,25%;
- Janeiro/2023: de 4,97% para 4,92%;
- Janeiro/2025: de 5,90% para 5,88%.
Balanços em foco
No lado corporativo, a temporada de balanços do quarto trimestre continuou em destaque. BRF ON (BRFS3) caiu 7,27%, mesmo após a companhia fechar 2019 com um lucro líquido de R$ 1,2 bilhão — é a primeira vez desde 2015 que a empresa fecha um ano no azul.
Já MRV ON (MRVE3) recuou 3,36% depois de reportar ganhos de R$ 690 milhões em 2019, cifra estável em relação ao ano anterior — ambas ficaram entre as maiores perdas do Ibovespa nesta terça-feira.
Top 5
Veja abaixo os cinco papéis de melhor desempenho do Ibovespa hoje:
- B2W ON (BTOW3): +4,99%
- Qualicorp ON (QUAL3): +4,65%
- Hypera ON (HYPE3): +2,63%
- Cogna ON (COGN3): +2,34%
- Klabin units (KLBN11): +2,31%
Confira também as maiores baixas do índice:
- IRB ON (IRBR3): -7,74%
- BRF ON (BRFS3): -7,27%
- BTG Pactual units (BPAC11): -6,00%
- Marfrig ON (MRFG3): -4,65%
- Gol PN (GOLL4): -3,79%
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