O Federal Reserve (Fed, Banco Central dos Estados Unidos) nem sequer esperou a próxima reunião para reagir aos efeitos do coronavírus na economia e anunciou um corte extraordinário de 0,50 ponto na taxa de juros, para um intervalo de 1% a 1,25% ao ano.
Como esperado, o mercado financeiro reagiu instantaneamente. O Ibovespa virou após a notícia e passou a subir. Mas o alívio durou pouco e na parte da tarde as bolsas passaram a operar em queda expressiva. Leia nossa cobertura completa de mercados.
A decisão surpresa do BC norte-americano acontece depois da forte queda do mercado de ações na semana passada diante do agravamento do surto do coronavírus no mundo. O grande receio dos investidores que é o de que a doença empurre a economia global para uma recessão.
"Os fundamentos da economia dos EUA continuam fortes. No entanto, o coronavírus apresenta riscos crescentes para a atividade econômica", informou o Fed, no comunicado em que anunciou a decisão.
A próxima reunião do Fed estava prevista apenas para o dia 18 de março, mesma data, aliás, em que acontece o encontro do Banco Central brasileiro que decide a taxa básica de juros (Selic).
A última vez que o BC norte-americano havia cortado os juros de forma extraordinária foi em outubro de 2008, no auge do terremoto financeiro provocado pela crise do mercado imobiliário subprime. O Fed também tomou decisões fora dos encontros previstos em momentos como os atentados terroristas de setembro de 2001 e na crise da Rússia, em 1998.
Além de reduzir os juros, o Fed informou que vai continuar adquirindo títulos do Tesouro dos EUA pelo menos até o segundo trimestre de 2020, a fim de manter as reservas em níveis iguais ou acima do nível de setembro do ano passado.
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