Dólar alto faz disparar dívida de empresas
Desde o começo de 2020, o dólar já subiu 45% frente ao real; só no mês, o ganho chega a 7,36%. O real mantém o pior desempenho em relação ao dólar numa cesta com outras moedas de países emergentes.
A disparada do dólar, que já acumula no ano valorização superior a 45% ante o real, aumentou em R$ 907 bilhões o total que bancos e empresas brasileiras terão de desembolsar para fazer frente a dívidas no exterior.
Ainda que o volume de novos empréstimos em moeda estrangeira tenha crescido pouco no período, a variação cambial elevou a quantidade nominal de reais para saldar os mesmos compromissos.
Segundo o Banco Central, a dívida total em dólar das empresas no Brasil está em US$ 482 bilhões - o equivalente hoje a R$ 2,846 trilhões, ante R$ 1,939 trilhão em janeiro.
Segundo o BC, a situação é complicada para cerca de 20% das empresas brasileiras que não contam com instrumentos de proteção à variação de câmbio, chamado de hedge cambial pelo mercado, o que deixaria esses empreendimentos totalmente vulneráveis às flutuações do dólar.
Esse dado sobre o hedge é de 2018, mas para Carlos Antonio Rocca, coordenador do Centro de Estudos de Mercado de Capitais da Fipe (Cemec-Fipe), essas empresas não aumentaram de maneira expressiva o investimento em instrumentos de proteção desde então. "Esses negócios estão à mercê do dólar", diz.
Dados da própria Fipe indicam que, em média, as grandes empresas brasileiras - com capital aberto e fechado - estão, neste momento, com 57,7% de sua dívida total em moedas estrangeiras, um aumento superior a 10 pontos porcentuais do início do ano para cá. "Esse aumento acontece porque o dólar subiu e desequilibrou a proporção, que antes era minoritária", afirma Rocca.
Leia Também
Luz amarela
Analistas do mercado financeiro observam com atenção o cenário. Segundo eles, apesar das grandes empresas hoje protegerem uma parte da dívida com ferramentas disponíveis no mercado, ainda há aquelas muito expostas. "Empresas do setor aéreo, algumas importadoras e varejistas ainda investem pouco em hedge", diz um operador de mesa de câmbio que pede para não se identificar.
Um exemplo é o da Azul Linhas Aéreas. A empresa tem uma dívida bruta de R$ 20 bilhões, mas, desse montante, R$ 14 bilhões são referentes ao arrendamento das aeronaves, portanto em dólar.
Em seu último balanço, a empresa afirma que faz hedge apenas dos custos com combustível, adquirido em moeda estrangeira. Deixa com isso 70% de sua dívida flutuando ao sabor dos humores cambiais.
Procurada, a Azul informa em nota que, para minimizar a alta do dólar, negociou uma postergação do pagamento dos arrendamentos das aeronaves, mas não informou os novos prazos. "Nesse cenário, usamos um hedge natural, que é basicamente aumentar o preço das passagens para compensar a pressão nos custos por causa da variação cambial", afirma, por meio de assessoria de imprensa.
Outras empresas, além da Azul, também têm boa parte de sua dívida em dólar. Mas, por serem exportadoras, recebem em dólar e, por isso, não se preocupam com a aquisição de produtos financeiros que travem a cotação da moeda.
É o caso da Suzano, que produz papel e celulose. As variações cambial e monetária afetaram negativamente o resultado financeiro da Suzano em R$ 12,420 bilhões no primeiro trimestre de 2020, mas isso tende a ser relativizado pelo investidor. Em torno de 94% da dívida bruta da empresa é calculada em dólar. Ao mesmo tempo, 83% da sua receita líquida no período foi gerada no mercado externo.
Fechamento
O clima político voltou a pesar ontem no mercado financeiro, depois do pedido de exoneração do agora ex-ministro da Saúde Nelson Teich. O dólar fechou o dia cotado a R$ 5,8390, uma alta de 0,34%, enquanto a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) recuou 1,84%, a 77.556 pontos.
Desde o começo de 2020, o dólar já subiu 45% frente ao real; só no mês, o ganho chega a 7,36%. O real mantém o pior desempenho em relação ao dólar numa cesta com outras moedas de países emergentes.
*Com informações do jornal O Estado de S. Paulo.
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores
Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema
Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem
BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México
O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”
A torneira dos dividendos vai secar em 2026? Especialistas projetam tendências na bolsa diante de tributação
2025 caminha para ser ano recorde em matéria de proventos; em 2026 setores arroz com feijão ganham destaque
As ações que devem ser as melhores pagadoras de dividendos de 2026, com retornos de até 15%
Bancos, seguradoras e elétricas lideram e uma empresa de shoppings será a grande revelação do próximo ano
Bancos sobem na bolsa com o fim das sanções contra Alexandre de Moraes — Banco do Brasil (BBAS3) é o destaque
Quando a sanção foi anunciada, em agosto deste ano, os papéis dos bancos desabaram devido as incertezas em relação à aplicação da punição
TRXF11 volta a encher o carrinho de compras e avança nos setores de saúde, educação e varejo; confira como fica o portfólio do FII agora
Com as três novas operações, o TRXF11 soma sete transações só em dezembro. Na véspera, o FII já tinha anunciado a aquisição de três galpões
BofA seleciona as 7 magníficas do Brasil — e grupo de ações não tem Petrobras (PETR4) nem Vale (VALE3)
O banco norte-americano escolheu empresas brasileiras de forte crescimento, escala, lucratividade e retornos acima da Selic
Ibovespa em 2026: BofA estima 180 mil pontos, com a possibilidade de chegar a 210 mil se as eleições ajudarem
Banco norte-americano espera a volta dos investidores locais para a bolsa brasileira, diante da flexibilização dos juros
JHSF (JHSF3) faz venda histórica, Iguatemi (IGTI3) vende shoppings ao XPML11, TRXF11 compra galpões; o que movimenta os FIIs hoje
Nesta quinta-feira (11), cinco fundos imobiliários diferentes agitam o mercado com operações de peso; confira os detalhes de cada uma delas
Concurso do IBGE 2025 tem 9,5 mil vagas com salários de até R$ 3.379; veja cargos e como se inscrever
Prazo de inscrição termina nesta quinta (11). Processo seletivo do IBGE terá cargos de agente e supervisor, com salários, benefícios e prova presencial
Heineken dá calote em fundo imobiliário, inadimplência pesa na receita, e cotas apanham na bolsa; confira os impactos para o cotista
A gestora do FII afirmou que já realizou diversas tratativas com a locatária para negociar os valores em aberto
Investidor estrangeiro minimiza riscos de manutenção do governo atual e cenários negativos estão mal precificados, diz Luis Stuhlberger
Na carta mensal do Fundo Verde, gestor afirmou que aumentou exposição às ações locais e está comprado em real
Após imbróglio, RBVA11 devolve agências à Caixa — e cotistas vão sair ganhando nessa
Com o distrato, o fundo reduziu ainda mais sua exposição ao setor financeiro, que agora representa menos de 24% do portfólio total
Efeito Flávio derruba a bolsa: Ibovespa perde mais de 2 mil pontos em minutos e dólar beira R$ 5,50 na máxima do dia
Especialistas indicam que esse pode ser o começo da real precificação do cenário eleitoral no mercado local, depois de sucessivos recordes do principal índice da bolsa brasileira
FII REC Recebíveis (RECR11) mira R$ 60 milhões com venda de sete unidades de edifício em São Paulo
Apesar de não ter informado se a operação vai cair como um dinheiro extra no bolso dos cotistas, o RECR11 voltou a aumentar os dividendos em dezembro
Ações de IA em alta, dólar em queda, ouro forte: o que esses movimentos revelam sobre o mercado dos EUA
Segundo especialistas consultados pelo Seu Dinheiro, é preciso separar os investimentos em equities de outros ativos; entenda o que acontece no maior mercado do mundo
TRX Real Estate (TRXF11) abocanha novos imóveis e avança para o setor de educação; confira os detalhes das operações
O FII fez sua primeira compra no segmento de educação ao adquirir uma unidade da Escola Eleva, na Barra da Tijuca (RJ)
O estouro da bolsa brasileira: gestor rebate tese de bolha na IA e vê tecnologia abrindo janela de oportunidade para o Brasil
Em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, Daniel Popovich, gestor da Franklin Templeton, rebate os temores de bolha nas empresas de inteligência artificial e defende que a nova tecnologia se traduzirá em crescimento de resultados para as empresas e produtividade para as economias