Vitória na votação da Previdência será construção do Parlamento e não do governo, diz Maia
Em podcast, Rodrigo Maia destaca protagonismo da Câmara em semana decisiva e diz que apesar de ter atrapalhado, governo tem ajudado nas últimas semanas
Escrevi tem algumas semanas que “filho feio não tem pai”, em referência à paternidade da reforma da Previdência e, nesta segunda-feira, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, veio dizer que o “filho” é uma construção do Parlamento e não do governo.
Em seu podcast semanal, Maia destacou o protagonismo do Câmara e do Senado em construir e votar uma agenda que represente a modernização do país, que em suas palavras significa garantir um Brasil mais justo, eficiente e com maior competitividade e produtividade ao setor privado.
“É importante entrar nesta semana com essa clareza, que a construção do texto foi uma construção parlamentar e que a construção da vitória, se ela acontecer, será uma construção do Parlamento. Não será uma construção do governo”, disse.
Maia disse, também, que o governo atrapalhou essa construção em alguns momentos, mas que tem ajudado nas últimas semanas. “Mas tem de ficar claro, nesse processo, exatamente para que os deputados tenham conforto para votar, que o resultado dessa semana será o resultado do esforço, do trabalho e da dedicação de cada deputado e deputada”, afirmou.
Agora é no plenário
Vencida a votação na Comissão Especial, a reforma da Previdência será debatida no plenário na Câmara dos Deputados. Segundo Maia, ainda hoje acontecerá uma reunião de líderes. Amanhã, se inicia o debate em torno da proposta e na noite de terça, o presidente da Casa espera construir o processo de votação. Há sessões convocadas para quarta e quinta-feira.
Segundo Maia, é preciso garantir presença em plenário de mais de 490 deputados, dos 513, para “não ter risco no resultado dessa votação”. São necessários, ao menos, 308 votos, ou 3/5 dos deputados. Maia afirma estar no “limite” desses 3/5 e já caminhando para ter mais votos.
Ainda de acordo com o presidente, não há deputado mais ou menos importante e todos os parlamentares que concordam com a tese de que a reforma é a base para a retomada do investimento de longo prazo e que isso é a base para a retomada do emprego “são responsáveis”.
Menos juros e agenda do Executivo
Maia reforça que a Previdência é a base para outras mudanças e disse esperar que o Executivo “retome seu protagonismo”, apresentando uma agenda de recuperação da economia, pois o país precisa, de forma urgente, voltar a gerar empregos.
Rodrigo Maia também disse que a Câmara e o Senado estão "fazendo história" ao construir uma solução para a reestruturação do Estado e que começando pela Previdência, se espera “que possamos ver, no segundo semestre, redução de juros”, pois redução de juros “ativa a economia”.
No mercado, seguem as apostas de que o Comitê de Política Monetária (Copom) pode começar novo ciclo de baixa da Selic na sua reunião do dia 31 de julho, mesmo com o presidente Roberto Campos Neto afirmando e reafirmando que não há relação mecânica entre aprovação da reforma e corte de juros.
Esta é uma semana essencial para o país. Nesta edição do meu podcast, falo sobre a votação da previdência em plenário. Esse é um passo importante para a retomada do crescimento e geração de empregos. https://t.co/gqx8ApgsHr
— Rodrigo Maia (@RodrigoMaia) July 8, 2019
Esquenta dos mercados: Bolsas estrangeiras iniciam semana no azul, mas ruídos políticos locais seguem causando interferência
Bolsas sobem lá fora com expectativa de bons resultados trimestrais; no Brasil, partidos se preparam para convenções
Câmara aprova ‘PEC Kamikaze’ em 2º turno após manobras de Lira e uma visita da Polícia Federal; veja os próximos passos da proposta
O deputado prometeu que quem faltasse na votação ganharia uma falta administrativa e lançou mão de outras manobras para garantir o quórum
Caiu e passou: Congresso aprova Lei das Diretrizes Orçamentárias sem emendas impositivas de relator; texto vai à sanção presidencial
O senador Marcos do Val (Podemos-ES) retirou do texto a execução obrigatória das emendas de relator, identificadas como RP 9
Com teto do ICMS em 17% sobre energia e combustíveis, Câmara propõe compensar arrecadação dos estados; entenda se será suficiente
A proposta acontece em meio a embates do governo federal contra os estados pela arrecadação do ICMS
Novo ministro de Minas e Energia quer privatizar a Petrobras (PETR4), mas presidente do Senado afirma que as negociações não estão na mesa
Pacheco avaliou que a desestatização da empresa não é uma solução de curto prazo para o problema da alta dos combustíveis
Com Lula ou Bolsonaro na Presidência, o próximo Congresso será de centro-direita e reformista, diz Arthur Lira
Em evento em Nova York, presidente da Câmara volta a defender a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro e as reformas no país
Alívio no bolso vem aí? Conheça a PEC que pode zerar impostos sobre combustíveis e gás
A matéria dispensa o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que exige que o governo compense a perda de arrecadação ao cortar impostos com a elevação de outros
Fundo eleitoral, emendas do relator e reajuste dos servidores: 3 pontos do Orçamento para 2022 que mexem com a bolsa esta semana
Entre emendas parlamentares superavitárias e reajuste dos policiais federais, o Orçamento deve ser publicado no Diário Oficial na segunda-feira (24)
Tesouro pode perder até R$ 240 bilhões com PEC dos Combustíveis e inflação pode ir para 1% — mas gasolina ficará só R$ 0,20 mais barata; confira análise
Se todos os estados aderirem à desoneração, a perda seria de cifras bilionárias aos cofres públicos, de acordo com a XP Investimentos
Além do furo no teto: como a PEC dos precatórios afeta os credores, mas abre uma grande oportunidade de investimento
Com a regra fiscal ameaçada, o motivo inicial para a criação da emenda acabou sendo relegado a segundo plano, mas seus desdobramentos podem beneficiar os investimentos alternativos
Leia Também
-
Milei tem vitória no “STF” da Argentina e mantém decreto em vigor, mas batalha ainda não terminou
-
Em segundo round com o Congresso, Milei deixa de fora a privatização da “Petrobras da Argentina”; há chances de uma vitória do presidente agora?
-
Maioria da população diz que data do golpe de 1964 deve ser desprezada, diz Datafolha; como o governo Lula lidará com a data?