Novo ministro de Minas e Energia quer privatizar a Petrobras (PETR4), mas presidente do Senado afirma que as negociações não estão na mesa
Pacheco avaliou que a desestatização da empresa não é uma solução de curto prazo para o problema da alta dos combustíveis

Após o novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, ter dado o primeiro passo para iniciar estudos pela privatização da Petrobras (PETR4), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), avaliou nesta quinta-feira (12) que a desestatização da empresa não é uma solução de curto prazo para o problema da alta dos combustíveis e nem está no momento na mesa de negociações.
Pacheco afirmou que não se tem nem a compreensão se a privatização é mesmo é uma solução de médio e longo prazo. "Entre o estudo e a realidade para se concretizar isso há uma distância muito longa, e da qual o Congresso não se apartará. Até porque isso depende fundamentalmente do Congresso", disse o parlamentar.
Apesar de considerar importantes os estudos propostos por Sachsida, Pacheco avaliou que não é o momento para se debater a saída da União do controle da estatal. "Temos dificuldades de valorização de ativos, estamos em um momento de necessidade de estabilidade. A medida pode ser estudada o quanto for necessário, mas não é rápida para ser tomada", enfatizou.
Pacheco chamou a atenção para o lucro de R$ 44,5 bilhões da Petrobras no primeiro trimestre de 2022, que classificou de "estratosférico e desproporcional" em relação a outras companhias de petróleo.
A despeito das discussões sobre a privatização da empresa, o presidente do Senado reforçou que a Petrobras precisa sentar-se à mesa de negociações com a União e os Estados para buscar uma solução para a crise dos combustíveis.
"Embora estejamos vivendo um momento muito agudo de crise dos combustíveis, temos que reconhecer que a Petrobras é um ativo nacional e uma empresa bem sucedida que precisa ser valorizada. Mas é adequado pensar também que ela deva contribuir para solução do aumento dos combustíveis, e isso se faz por meio de proposições legislativas e pela própria compreensão de sua nova diretoria", acrescentou.
Pacheco não quis comentar a substituição de Bento Albuquerque por Adolfo Sachsida no comando do MME, mas elogiou o ex-ministro, que classificou como "pessoa muito séria". " Que ele tenha a compreensão do tamanho da sua responsabilidade nesse momento agudo de crise nacional e que possa ter com o Congresso a melhor relação", limitou-se a responder.
Início do plano de privatização da Petrobras
Em sua primeira manhã de trabalho como novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida recebeu seu antigo chefe, o ministro da Economia.
Sachsida entregou a Guedes, dois ofícios referentes aos planos anunciados na quarta-feira, 11, para a privatização da Petrobras e da Pré-Sal Petróleo (PPSA), responsável pelos contratos da União do pré-sal. O encontro ocorreu às 11 horas de hoje no ministério de Minas e Energia (MME).
Foi entregue a Guedes um ofício com o um pedido de inclusão da PPSA no Plano Nacional de Desestatização (PND) e outro documento informando o início do estudo para a privatização da Petrobras.
Para avançar com a venda da Petrobras, porém, o governo dependerá de uma mudança na legislação que determina que a União detenha mais de 50% do capital da empresa.
Novo ministro pretende dar início a uma onda de privatizações
"Meu primeiro ato como ministro de Minas e Energia é solicitar ao ministro (da Economia) Paulo Guedes, presidente do Conselho do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), que leve ao conselho a inclusão da PPSA no PND (Programa Nacional de Desestatização) para avaliar as alternativas para sua desestatização", disse Sachsida em declaração à imprensa na noite de quarta-feira.
E completou: "Ainda como parte do meu primeiro ato, solicito também o início dos estudos tendentes à proposição das alterações legislativas necessárias à desestatização da Petrobras."
Aliado com os objetivos do ministro da Economia,Paulo Guedes, o economista também defende a continuidade do processo de vendas da Eletrobras, que depende atualmente do aval do Tribunal de Contas de União (TCU).
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