O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse acreditar que as projeções do mercado para a economia com a reforma da Previdência em dez anos estão erradas.
Economistas estimam uma economia entre R$ 500 a R$ 600 bilhões. Guedes, avalia que o valor seria pelo menos "substancialmente maior". Ele voltou a falar em R$ 1 trilhão.
O ministro conversou com o canal de TV a cabo GloboNews na noite de ontem, 17, e afirmou que ainda que o governo venha enfrentando problemas evidentes de articulação política, a coordenação "está melhorando".
Ele também foi questionado sobre o adiamento da votação do parecer do relator da PEC da Previdência na Comissão e Justiça da Câmara (CCJ) da Câmara. Guedes disse que a situação já foi muito pior, lembrando de quando teve que postergar sua primeira ida à CCJ.
Ele não quis comentar sobre quais pontos o governo poderá ceder - se limitou a comentar que o governo está preparado para ceder "em algumas coisas e não em outras" - e afirmou que, "aparentemente", a votação do parecer acontecerá na terça-feira, 23.
Governadores e prefeitos
O ministro da Economia afirmou ainda que, em reuniões com governadores e prefeitos, o apoio à Previdência tem sido "unânime".
No Congresso, Guedes disse crer que os parlamentares sabem que a reforma é "incontornável" e que ela irá acontecer. Mas avaliou que "eles querem se sentir parte do processo".
Guedes disse ainda que a reforma poderia ter tido uma tramitação mais rápida caso o governo tivesse apoiado a eleição de Rodrigo Maia à presidência da Câmara. "Para mim, era óbvio que teria que haver aliança centro-direita, mas política é política."
Medidas "fortes"
O ministro disse ainda que o governo já tem preparada uma série de medidas "extraordinariamente fortes" para estimular a economia. "Choque da energia barata, pacto federativo, redução e simplificação de impostos, privatizações", relatou.
Guedes falou que investidores estrangeiros estão entusiasmados para aportar recursos no Brasil e disse que a imagem ruim do do País no exterior é culpa dos governos do PT.
Sobre declarações Jair Bolsonaro que repercutiram mal no exterior, o ministro disse ainda que o presidente deve entender que suas opiniões "têm consequências". Avaliou, porém, que há quem apoie as ideias de Bolsonaro. "Quem votou no Trump e no Brexit deve ter gostado das declarações", disse.
*Com Estadão Conteúdo