O novo fim do Brasil
Tudo pra dizer o seguinte: quando uma verdadeira e clara oportunidade aparece, você precisa ir na jugular, montar posições grandes que, em curtos intervalos de tempo, vão alçá-lo a outro patamar, que nossas mentes lineares resistem a acreditar ex-ante
“O que é escrito ou falado uma única vez permanece rigorosamente inédito.” Sexta-feira a gente começa com Nelson Rodrigues, que justificava assim o constante retorno a seus temas preferidos.
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Por ocasião do nosso Clube do Livro , reli a brilhante biografia de George Soros, escrita por Robert Slater. Daquele jeitão, né? Leitura dinâmica, na diagonal, vapt-vupt, jogo rápido. Pude passar correndo por algumas coisas porque a obra ainda é muito fresca na minha memória — apesar de ter lido há bastante tempo, foi tão impactante que ficou tatuada no cérebro; como paralelo, lembro apenas de "Grande Sertão: Veredas", que li há 15 anos e ainda oferece cristalinas frases de Riobaldo sem precisar recorrer ao Google.
Pra mim, a profundidade intelectual de Soros não encontra paralelos entre os grandes investidores. O livro traz isso com maestria, servindo em pratos quentes lições muito valiosas para o investidor. Ali está um sujeito complexo, ambivalente. Não há discurso politicamente correto ou exercícios esterilizados/pasteurizados de laboratório de mecânica clássica do livro de Física 1, em que o objeto sai de seu ponto A (preço) para convergir ao seu centro gravitacional B (valor intrínseco). É o que é, vida real. E pronto.
Uma conversa em particular me vem à mente nesta sexta-feira. As palavras não são rigorosamente essas, mas o espírito está todo preservado. Soros pergunta a Stanley Druckenmiller:
• Qual o tamanho da posição?
Druckenmiller fica um pouco envergonhado antes de responder. Estava muito convicto no call e montou uma exposição, na sua visão, bastante grande. Temia críticas por excesso de concentração, mas teve de ser sincero:
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• 1 bilhão de dólares.
Encontrou a tréplica de Soros:
• Isso é o que você chama de posição? Se você está realmente convicto, dobre a exposição.
O mercado financeiro é um ambiente muito competitivo. Perdoe a repetição, mas eu preciso dar ênfase no “muito”. Por construção, rola muito dinheiro nesse negócio e, portanto, ele atrai algumas das melhores cabeças do mundo — queira ou não, a ganância é um dos sentimentos mais primitivos, fazer o quê?
Obviamente, muito dinheiro pode comprar muita tecnologia e os melhores processos possíveis para subsídios à tomada de decisão.
Então, temos reunidos num só lugar as melhores cabeças, a melhor tecnologia e os melhores processos. Cara, na boa, é difícil pra caramba concorrer contra isso.
Num campo assim, as oportunidades passam na frente da gente poucas vezes na vida. “Cavalo não passa selado mais de uma vez”, diria primo meu em linguagem da roça. Hoje em dia, ele monta mais em mula e em touro, o que parece ser apropriado para o momento.
Volto.
Ainda mais sutil, quando as janelas de oportunidade se abrem, não ficam assim por muito tempo. Elas se fecham caprichosa e rapidamente, no momento em que você começa a pensar em aproveitar.
Assim como na vida cotidiana, as grandes mudanças não se dão de forma bem comportada, linear, contínua, derivável, gradual. As coisas acontecem em grandes eventos súbitos e de alto impacto. De repente vem uma onda e leva tudo. Como escreveu Cris Guerra, “tudo é intenso, tudo é muito. E a vida, como metáfora de um rio, tudo traz, tudo leva, tudo lava. Menos o amor. O amor é uma verdade à prova do tempo.”
Escolha o nome, sua metáfora ou seu evento particular favorito. Recorra aos cisnes talebianos, aos tipping points de Malcolm Gladwell ou a algum caso particular de sua vida que tenha, do dia pra noite, mudado tudo. Eu mesmo vejo dois bastante claros enquanto escrevo essas linhas. Penso no papai conversando comigo pela última vez poucos minutos antes de sofrer um derrame fatal durante um cateterismo, e penso na ex-presidente Dilma me processando por conta de O Fim do Brasil — aquela sorte mudou a história da Empiricus e eu tenho bastante consciência disso.
Tudo pra dizer o seguinte: quando uma verdadeira e clara oportunidade aparece, você precisa ir na jugular, montar posições grandes que, em curtos intervalos de tempo, vão alçá-lo a outro patamar, que nossas mentes lineares resistem a acreditar ex-ante.
O País está em um claro tipping point. Paradoxalmente, é um novo Fim do Brasil, aquele que esteve nas mãos do Estado e de um discurso esquerdopata por 40 anos. Em quatro décadas, conseguimos alguns avanços marcantes em dois dos três maiores objetivos de política econômica. Conquistamos espaço relevante em termos de justiça social (ainda que muito precise ser feito nesse campo) e há muito mais liberdade individual hoje do que antes. Mas pouco se fez em termos de eficiência, tanto no espectro público quanto privado. É a primeira vez que isso vem para o centro do debate. A retórica do voluntarismo, do assistencialismo, do paternalismo dá lugar a uma democracia liberal de direita, focada em aumentar a eficiência operacional e administrativa do Estado, que, além disso, abriria mão de boa parte de sua participação no PIB para o setor privado, num efeito crowding in clássico. Isso é um choque sem precedentes.
Resumo: não é hora de você ser comedido, porque a realidade insiste em seu não comedimento.
Se eu falasse na quinta-feira passada que o Ibovespa subiria 7,14 por cento nos próximos três pregões, batendo o CDI de todo o ano de 2019, você acreditaria? Ou acharia um discurso totalmente exagerado e fora de propósito?
Está aí acontecendo. E você precisa participar, com intensidade. O cavalo não vai passar selado várias e várias vezes, não.
Pra mim, absurdas mesmo são as opiniões sobre economia e investimentos coletadas por jornais e revistas com os “sábios e doutos” de plantão, todos eles "empty suits” — devidamente uniformizados, vestem ternos italianos caros e bem cortados para disfarçar o vazio interno.
Vai lá o Jim O’Neill, o famoso, incontestável e, metaforicamente, para sempre economista-chefe da Goldman Sachs, criador do termo Bric, dizer ao Valor: se o novo presidente de fato apoiar essas políticas ortodoxas e fizer as reformas, o crescimento brasileiro poderá estar entre as maiores surpresas agradáveis possíveis. Obviamente, esse é um grande “se".
Meu Deus, o João Pedro falaria algo de maior profundidade. O mundo inteiro — e poderíamos até incluir os marcianos no time — sabe que, se o Brasil passar as reformas, vai crescer bem. Isso é falar o óbvio. Você gera valor justamente se endereça o tal “se”. E endereçar de várias formas possíveis. Ou aponta o caminho que acha provável de fato ou identifica uma matriz de payoffs convidativa, independentemente do cenário futuro.
O Brasil vai crescer bem se aprovar as reformas. O maior desafio do presidente Jair Bolsonaro será angariar apoio do Congresso para a reforma da Previdência, disse a Eurasia em relatório.
Ou poderia ser a consistente Eurasia (sempre pé trocada!): maior desafio do presidente Jair Bolsonaro será angariar apoio do Congresso para a reforma da Previdência.
As pessoas são pagas para falar esse tipo de coisa? Pior que são.
Há algo mais curioso nessa história toda: o bull market elege uma bateria de gênios. Como tudo sobe, qualquer opinião positiva sobre investimentos parece uma ideia super genial. Para tornar a coisa mais feia, quem fizer as maiores loucuras vai ganhar mais dinheiro, porque é tudo um grande beta. E será eleito o super-herói do momento. Claro, no próximo ciclo, depois de ter vivido seus 15 minutos de fama (ou seus cinco anos de bull market), será o vilão da vez.
Que fique claro: eu estou nessa também, recusando desde já qualquer suposto mérito por indicações assertivas num ciclo assim.
Boa parte das minhas ideias de investimento, a maioria delas, surfará apenas uma grande onda de valorização generalizada dos ativos brasileiros. Não há mérito algum. Não confunda sorte e aleatoriedade com competência. No bull market, todo mundo é mago das finanças.
O eventual leitor talvez possa questionar se a questão fiscal não é um grande empecilho. Em discurso recente, Paulo Guedes frisou o ponto que venho destacando há tempos: se sinalizarmos mesmo a caminhada na direção da agenda liberal, podemos crescer 3/4 por cento ao ano. Com inflação de 4 ao ano, PIB nominal cresce até 8. Considera manutenção do teto de gastos e capitaliza isso por quatro anos… matou o problema fiscal!
Talvez você não se lembre o que é um verdadeiro bull market. Talvez sequer tenha vivido isso na pele. Da minha parte, sou como Eddie Vedder em Elderly Woman Behind the Counter in a Small Town: "I swear, I recognize your breath. Memories like fingerprints are slowly raising.” As memórias dos bons tempos vão sendo recuperadas por elas mesmas.
Eu posso lhe dizer sobre um mercado realmente altista: é uma delícia. Vai ter volatilidade, é claro — e é fundamental que você se lembre disso. Mas, no final, ele desperta a criança que existe dentro da gente. Como diria o mestre Ramiro, “com Bolsa pra cima, o Brasil é feliz.”
Mercados brasileiros iniciam o pregão próximos à estabilidade, ponderando otimismo no exterior com acordo para endereçar paralisação do governo norte-americano, além de uma natural caça por barganhas depois do recente banho de sangue, e frustração com entrevista do presidente Jair Bolsonaro ao SBT, com palavras muito mais comedidas sobre reformas e afins.
Agenda do dia é bastante importante, focada em especial no Relatório de Emprego nos EUA, que pode mudar tudo. Ainda por lá temos fala de Jerome Powell e PMI/Markit. Por aqui, agenda econômica focada no IPC-Fipe.
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