Itaú sendo Itaú: lucro atinge R$ 6,877 bilhões e rentabilidade sobe para 23,6% no trimestre
Maior banco privado brasileiro tem resultado 7,1% maior do que no mesmo período de 2018, mas cresce menos no crédito que concorrentes e revisa projeções para o ano

O Itaú Unibanco foi o último dos grandes bancos privados a divulgar o balanço, mas confirmou por mais um trimestre a posição de banco mais rentável entre os gigantes que atuam no varejo. O maior banco privado brasileiro registrou lucro líquido de R$ 6,877 bilhões, o que representa um crescimento de 7,1% em relação ao mesmo período do ano passado.
Apesar da alta, o resultado ficou dentro do esperado pelos analistas, que projetavam um lucro de R$ 6,828 bilhões, de acordo com dados da Bloomberg.
Mais do que o lucro, porém, o que chamou a atenção foi a rentabilidade. O Itaú entregou um retorno de 23,6% sobre o patrimônio nos três primeiros meses deste ano, uma alta de 1,4 ponto percentual na comparação com o primeiro trimestre de 2018.
O resultado coloca o banco bem à frente dos principais concorrentes privados: o Santander registrou uma rentabilidade de 21,1% no trimestre e o Bradesco, de 20,5%.
Mas vale dizer que o resultado do Itaú se beneficiou de uma queda de 7,9% nas despesas com imposto de renda e contribuição social, que foram de R$ 3,188 bilhões entre janeiro e março deste ano. Ou seja, o mercado pode pegar no pé e questionar o banco sobre a qualidade dos resultados.
Crédito sobe menos
Apesar do lucro e da rentabilidade serem vistosos, o Itaú avançou menos no crédito que os principais concorrentes.
O saldo de financiamentos atingiu R$ 647,061 bilhões em março, uma alta de 1,6% no trimestre e de 7,7% em 12 meses. O crescimento também ficou abaixo da projeção feita pelo Itaú para este ano, que varia entre 8% e 11%.
O Itaú avançou bem nas linhas para pessoas físicas e pequenas e médias empresas, cujo saldo aumentou 13,9% na comparação com março do ano passado. Só que esse avanço foi parcialmente compensado pela queda de 3,1% na carteira de grandes empresas.
O banco manteve a expectativa para o crédito em 2019, mas reduziu a projeção para o crescimento da margem financeira com clientes, que inclui as receitas com a concessão de financiamentos, para um intervalo de 9% a 12%. A estimativa anterior variava de 9,5% a 12,5%.
No primeiro trimestre, a margem com clientes foi de R$ 16,424 bilhões, aumento de 7,6% em relação aos três primeiros meses do ano passado.
O índice de inadimplência acima 90 dias na carteira do banco ficou em 3%, alta de 0,1 ponto percentual no trimestre, mas uma queda na comparação com os 3,1% de março do ano passado.
O custo do crédito, linha na qual o banco contabiliza as despesas de provisão para calotes, teve uma pequena alta de 0,4% em relação ao primeiro trimestre do ano passado e atingiu R$ 3,804 bilhões. A expectativa do Itaú é fechar o ano com uma despesa com crédito entre R$ 14,5 bilhões e R$ 17,5 bilhões.
Menos receita com tarifa
Outro dado que chamou a atenção, também pelo lado negativo, foi a receita com prestação de serviços e seguros, que cresceu apenas 1% na comparação com o primeiro trimestre de 2018, para R$ 10,228 bilhões.
Com isso, o Itaú também diminuiu a projeção para as receitas com tarifas no ano, de um aumento de 3% a 6% para uma expansão de 2% a 5%.
Para compensar esse efeito, o banco também cortou a expectativa para o aumento das despesas, de um intervalo de 5% a 8% para uma faixa entre 3% e 6%.
Nos primeiros três meses do ano, as despesas aumentaram 4,1% e somaram R$ 12,150 bilhões.
PagSeguro (PAGS34) dispara após balanço e puxa ações da Cielo (CIEL3); veja os números do resultado do 2T22
A lucro da PagSeguro aumentou 35% na comparação com o mesmo período do ano passado e atingiu R$ 367 milhões
Nos balanços do segundo trimestre, uma tendência para a bolsa: as receitas cresceram, mas os custos, também
Safra de resultados financeiros sofreu efeitos do aumento da Selic, mas sensação é de que o pior já passou
Nubank (NU; NUBR33) chega a subir 20% após balanço, mas visão dos analistas é mista e inadimplência preocupa
Investidores gostaram de resultados operacionais, mas analistas seguem atentos ao crescimento da inadimplência; Itaú BBA acha que banco digital pode ter subestimado o risco do crédito pessoal
Inter (INBR31) reverte prejuízo em lucro de R$ 15,5 milhões no segundo trimestre; confira os números
No semestre encerrado em 30 de junho de 2022, o Inter superou a marca de 20 milhões de clientes, o que equivale a 22% de crescimento no período
Lucro líquido da Itaúsa (ITSA4) recua 12,5% no segundo trimestre, mas holding anuncia JCP adicional; confira os destaques do balanço
Holding lucrou R$ 3 bilhões no segundo trimestre e vai distribuir juros sobre capital próprio no fim de agosto
Nubank (NUBR33) tem prejuízo acima do esperado no 2º tri, e inadimplência continuou a se deteriorar; veja os destaques do balanço
Prejuízo líquido chegou a quase US$ 30 milhões, ante uma expectativa de US$ 10 milhões; inadimplência veio dentro do esperado, segundo o banco
Marfrig (MRFG3) anuncia R$ 500 milhões em dividendos e programa de recompra de 31 milhões de ações; veja quem tem direito aos proventos e os destaques do balanço
Mercado reage positivamente aos números da companhia nesta sexta (12); dividendos serão pagos em setembro
Oi (OIBR3) sai de lucro para prejuízo no 2T22, mas dívida líquida desaba
Oi reportou prejuízo líquido de R$ 320,8 milhões entre abril de junho, vinda de um lucro de R$ 1,09 bilhão no mesmo período do ano anterior
Cenário difícil para os ativos de risco pesa sobre o balanço da B3 no 2º trimestre; confira os principais números da operadora da bolsa
Companhia viu queda nos volumes negociados e também nas principais linhas do balanço, tanto na comparação anual quanto em relação ao trimestre anterior
Apelo de Luiza Trajano não foi à toa: Magazine Luiza tem prejuízo de R$ 135 milhões no 2T22 — veja o que afetou o Magalu
O Magalu conseguiu reduzir as perdas na comparação com o primeiro trimestre de 2022, mas em relação ao mesmo período de 2021, acabou deixando o lucro para trás
Leia Também
-
Parcelado sem juros 'pirata': Bancos acusam maquininhas de cartão como a Stone de fraude em vendas a prazo, mas operadoras negam
-
Bilhões de reais ainda estão à espera dos brasileiros que têm dinheiro esquecido a receber. Saiba se você tem direito ao “PIX do Banco Central”
-
Banco do Brasil (BBAS3) mais barato: Ação já subiu 70% em 2023 e pode passar por desdobramento. O que deve mudar para o acionista?