Fundos de investimento podem abrir as portas de uma festa para a qual não te convidaram
Ofertas públicas de ações, debêntures e outros ativos estão bombando, mas boa parte delas não é aberta às pessoas físicas. Mas você pode conseguir pegar carona num fundo de investimento…
O mercado de capitais brasileiro vem batendo recordes em 2019. Somente até o mês de novembro, o volume captado em ofertas públicas já superou as captações do ano passado e de todos os anos anteriores da série histórica da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Segundo a entidade, de janeiro a novembro foram captados R$ 440,8 bilhões, contra R$ 300,4 bilhões em todo o ano de 2018. A máxima anterior, atingida em 2017, foi de R$ 324,5 bilhões.
O recorde de captação foi batido tanto no mercado de ações quanto no de fundos imobiliários, como eu mostrei nesta matéria. No mercado de debêntures, estamos quase lá.
Além disso, 2019 foi o ano com maior número de ofertas de ações desde 2007, o ano em que mais empresas brasileiras abriram capital na bolsa.
Em número de IPOs - as ofertas públicas iniciais de ações - ainda estamos longe daquele ano. Foram apenas cinco ofertas até novembro, ante 64 listagens em 2007.
Mas batemos o recorde de ofertas subsequentes, os chamados follow-ons. Até novembro, foram 31 ofertas de ações realizadas por companhias que já tinham ações negociadas em bolsa. O recorde anterior foi de 19 follow-ons, em 2009.
Leia Também
Alternativas ao juro baixo
Toda essa movimentação indica que as empresas estão se preparando para investir, sinalizando a recuperação econômica que está por vir; também mostra que o setor privado vai, aos poucos, ocupando o espaço de investimento que antes era do poder público, como o financiamento a obras de infraestrutura.
Finalmente, a queda da taxa básica de juros para seu menor patamar histórico levou os investidores a demandarem ativos que pudessem pagar mais do que a renda fixa conservadora, empurrando-os para ativos como ações, debêntures e fundos imobiliários.
O investidor pessoa física está incluído nesse último grupo, só que ele não foi convidado para a maior parte das festas dessas captações bilionárias.
Barrados no Baile
Nos últimos anos - e em 2019 não tem sido diferente - a maior parte do volume foi captado em ofertas de esforços restritos, que não são abertas para o varejo. Ou seja, o investidor pessoa física não pôde participar diretamente.
Embora as ofertas de esforços restritos existam desde 2009, essa tendência tomou corpo a partir de 2014, quando as ofertas públicas de ações também puderam passar a ser feitas sob esse formato.
E apesar de o volume captado em ofertas abertas a todos os investidores também ter batido recorde em 2019 - foram R$ 83,8 bilhões em emissões de ativos - outros R$ 262,4 bilhões foram captados em emissões das quais a pessoa física não pôde participar diretamente.
Esse valor representa 76% do total captado em ofertas públicas no Brasil neste ano e um pouco mais de três quartos de todas as ofertas de esforços restritos já feitas no país.


Cola aqui com o convidado VIP
Só que a impossibilidade de participar diretamente de ofertas de ativos não significa que o investidor pessoa física precise necessariamente ficar dançando do lado de fora da festa. Pode haver a possibilidade de ficar na cola de um dos convidados VIPs e entrar “de penetra”.
Estou falando dos fundos de investimento, que em 2019 mostraram grande apetite pelos ativos brasileiros. Tanto no mercado de ações quanto no de debêntures, os fundos foram os principais subscritores das ofertas em volume.
Entre as ações, ao mesmo tempo em que a participação dos investidores estrangeiros recuou da faixa dos 60%, nos anos anteriores, para 42% entre janeiro e novembro deste ano, a participação dos fundos no volume ofertado cresceu da faixa dos 20% nos anos anteriores para 43,5% no período.

Fenômeno semelhante pode ser observado no mercado de debêntures. Se antes os intermediários e demais participantes ligados às ofertas eram os principais subscritores desses títulos de renda fixa, em 2019 os fundos subscreveram mais de 50% do volume captado.
Interessante notar que a participação de pessoas físicas nesse mercado atingiu o maior percentual da série histórica em 2019, mesmo com tantas ofertas restritas.

Esse maior apetite por ativos de risco por parte dos fundos pode também ser explicado pela queda nas taxas de juros, e pela própria demanda de pessoas físicas e investidores institucionais, como fundos de pensão, por ativos que possam render acima da Selic.
Ao mesmo tempo, os fundos também foram ocupando o espaço deixado pelos investidores estrangeiros que saíram do país (ou simplesmente o espaço que eles deixaram de ocupar ao ficar de fora do mercado brasileiro).
Amizade com o rei do camarote
Mas aonde quero chegar com isso? Ora, eu acredito que fundos de investimento, apesar das taxas de administração e ocasionais custos de performance, são ótimos veículos de investimento para a pessoa física. Especialmente em mercados em que a assimetria de informação é grande, como o de crédito privado.
Eles permitem ao investidor não profissional, mesmo ao iniciante, investir com gestão profissional e a diversificar com pouco dinheiro.
Além disso, como mostram os números da Anbima, podem dar ao investidor de varejo acesso a ativos que eles não conseguiriam acessar diretamente, ou pelo menos não em primeira mão.
Afinal, muitos dos ativos cujas ofertas iniciais foram restritas são, posteriormente, negociados no mercado secundário, podendo, aí sim, se tornarem acessíveis às pessoas físicas.
O problema é que, nesse momento, pode ser que o filé mignon da rentabilidade daquele ativo já tenha sido comido pelo tubarão que participou da sua oferta inicial.
Afinal, pode ser que o grande investidor institucional que comprou o ativo na oferta o venda no mercado secundário justamente para realizar o ganho, e que o retorno, dali para frente, não seja lá aquelas coisas para quem o adquirir.
Por isso, para a pessoa física, pode ser melhor surfar a onda desde o início com um desses grandes investidores - os fundos abertos ao varejo.
Nesse mundo de juros baixos em que estamos vivendo, você vai ter que aprender sobre investimentos cada vez mais. Mas não deixe de olhar para os fundos com carinho.
Lotofácil 3552 faz os primeiros milionários de dezembro nas loterias da Caixa; Mega-Sena e Timemania encalham
A Lotofácil não foi a única loteria a ter ganhadores na faixa principal na noite de terça-feira (2). A Dia de Sorte saiu para um bolão na região Sul do Brasil.
Banco Master: Ministério Público quer Daniel Vorcaro de volta à prisão e TRF-1 marca julgamento do empresário
Uma decisão de sábado soltou Vorcaro e outros quatro presos na investigação do Banco Master
Qual signo manda na B3? Câncer investe mais, Libra investe melhor — e a astrologia invade o pregão
Levantamento da B3 revela que cancerianos são os que mais investem em ações, mas quem domina o valor investido são os librianos
BC Protege+: Como funciona a nova ferramenta do Banco Central que impede a abertura de contas não autorizadas
Nova ferramenta do Banco Central permite bloquear a abertura de contas em nome do usuário e promete reduzir fraudes com identidades falsas no sistema financeiro
CNH sem autoescola: com proposta aprovada, quanto vai custar para tirar a habilitação
Com a proposta da CNH sem autoescola aprovada, o custo para tirar a habilitação pode cair até 80% em todo o país
A palavra do ano no dicionário Oxford que diz muito sobre os dias de hoje
Eleita Palavra do Ano pela Oxford, a expressão “rage bait” revela como a internet passou a usar a raiva como estratégia de engajamento e manipulação emocional
Não tem para ninguém: Lotofácil, Quina e demais loterias da Caixa entram em dezembro sem ganhadores
Depois de acumular no primeiro sorteio do mês, a Lotofácil pode pagar nesta terça-feira (2) o segundo maior prêmio da rodada das loterias da Caixa — ou o maior, se ela sair sem que ninguém acerte a Timemania
Tema de 2026 será corte de juros — e Galapagos vê a Selic a 10,5% no fim do próximo ano
No Boletim Focus desta semana, a mediana de projeções dos economistas aponta para uma Selic de 10,5% apenas no final de 2027
Metrô de São Paulo começa a aceitar pagamento com cartão de crédito e débito direto na catraca; veja como vai funcionar
Passageiros já podem usar cartões de crédito ou débito por aproximação na catraca, mas integração com ônibus continua exclusiva do Bilhete Único
CNH sem autoescola: quais são os requisitos para o instrutor autônomo?
Nova resolução do Contran cria o instrutor autônomo e detalha os requisitos para atuar na formação de condutores no modelo da CNH sem autoescola
Contran toma decisão irrevogável sobre o projeto da CNH sem autoescola
Nova resolução do Contran libera a CNH sem autoescola, cria instrutor autônomo, reduz carga horária prática e promete queda de até 80% no custo da habilitação
Flamengo torce contra rival para fechar o ano como clube brasileiro com maior arrecadação em 2025
Mesmo com o tetracampeonato da Libertadores 2025 e mais de R$ 177 milhões em premiações, o Flamengo ainda corre atrás de rival na disputa pela maior arrecadação do futebol brasileiro neste ano
Black Friday 2025 e décimo terceiro levam o Pix a novo recorde de movimentação diária
Transações superam a marca anterior e consolidaram o Pix como principal meio de pagamento digital do país
Mercado corta projeção para inflação de 2025 — de novo —, mas juros continuam estacionados neste ano e no próximo
Economistas consultados pelo BC esperam que tendência de arrefecimento dos preços perdure neste ano, mas siga quase estável no próximo
Essa cidade foi derrubada por uma empresa privada para dar lugar a um reservatório — e o que existe lá hoje é surpreendente
Cidade fluminense destruída para ampliar um reservatório ganha novo significado décadas depois, com parque ecológico
Relatório Jolts, discurso de Powell e balança comercial do Brasil são destaques da agenda econômica
Os investidores ainda acompanham divulgação do IPC-Fipe de novembro, além do PIB do 3º trimestre do Brasil e da Zona do Euro
Imposto de Renda: Lula fará pronunciamento neste domingo (30) sobre medida que altera a tributação
A fala será transmitida às 20h30 e trará como principal anúncio a nova faixa de isenção para R$ 5 mil além de mecionar os descontos extras para rendas intermediárias
Plano da Petrobras (PETR4), despencada da Hapvida (HAPV3) e emergentes no radar: as matérias mais lidas do Seu Dinheiro na semana
O anúncio estratégico da estatal, a forte queda da operadora de saúde e a análise do Morgan Stanley com Brasil em destaque; veja o que mais movimentou o SD
Ganhador da Mega-Sena 2945 embolsa prêmio de mais de R$ 27 milhões com aposta simples
Não foi só a Mega-Sena que contou com ganhadores na categoria principal: a Lotofácil teve três vencedores, mas nenhum deles ficou milionário
Maiores altas e maiores quedas do Ibovespa: Vamos (VAMO3) lidera ganhos da semana, Hapvida (HAPV3) fecha como pior ação
Dólar recua, inflação segue dentro da meta e cenário de juros favorece fluxo de investidores
