Apesar de estresse com Guedes, Ibovespa fecha a semana acima dos 98 mil pontos
Críticas ao parecer da reforma da Previdência feitas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, trouxeram tensão ao mercado. Como resultado, o Ibovespa caiu e o dólar subiu forte

A aversão ao risco tomou conta dos mercados brasileiros nesta sexta-feira (14), derrubando o Ibovespa e levando o dólar à vista a R$ 3,89. Quem apostava que o front político entraria em águas tranquilas após a divulgação do parecer do relatório da Previdência se enganou.
E isso porque declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, tecendo críticas ao conteúdo do documento elaborado pelo relator da Previdência na comissão especial da Câmara, Samuel Moreira, pegaram o mercado de surpresa e elevaram a aversão ao risco.
Afinal, os agentes financeiros tinham reagido bem às economias previstas por Moreira em seu parecer. Mas a visão contrária do ministro — e o tom duro de suas palavras — trouxeram apreensão aos mercados, que temem que a postura de Guedes possa provocar novas turbulências à articulação entre governo e Congresso.
Mas o noticiário doméstico não foi a única fonte de estresse para a sessão desta sexta-feira. No exterior, dados econômicos dos Estados Unidos provocaram ampla reação no mercado de câmbio — e a escalada nas tensões geopolíticas no Oriente Médio também contribuiu para dar um viés mais defensivo às negociações.
Nesse cenário, o Ibovespa perdeu força ao longo da tarde e chegou a recuar aos 97.600,83 pontos na mínima do dia (-1,19%) — ao fim da sessão, recuperou um pouco do fôlego e terminou em queda de 0,74%, aos 98.040,06 pontos. Com isso, o índice fechou a semana com leve alta acumulada de 0,22%.
O dólar à vista, por sua vez, mostrava-se mais pressionado desde o início do dia, acompanhando o comportamento do mercado global de câmbio. A moeda americana fechou a sessão de hoje em alta de 1,15%, a R$ 3,8991 — na semana, acumulou ganho de 0,57%.
Leia Também
Clima quente
Entre outros pontos, Guedes disse que o parecer elaborado por Moreira reduziu o impacto fiscal da reforma — e, assim, tornou irrelevante a supressão da parte do texto original que permitia a implementação de um sistema de capitalização.
"Não precisava nem tirar a emenda de capitalização. Só o fato de tirar (economizar) R$ 860 bilhões, já acabou com a nova Previdência. Achei redundante tirar a emenda de capitalização. Não vamos fazer mesmo", disse Guedes nesta tarde, em conversa com jornalistas.
Segundo o ministro, com as mudanças do relatório, a economia fiscal da reforma da Previdência ficou em R$ 860 bilhões em dez anos, e não nos R$ 913,4 bilhões informados pelo relator, já que parte das economias consideradas pelo parecer leva em conta o aumento na alíquota da Contribuição sobre Lucro Líquido (CSLL) dos bancos, de 15% para 20%, e a transferência dos repasses do FAT do BNDES para a Previdência.
Tais declarações caíram mal no mercado, que teme que a fala de Guedes traga atritos ao front da articulação política. "Acho que essa fala do Guedes foi uma estratégia para não desidratar mais a reforma", me disse um analista, ponderando, no entanto, que o ministro usou um tom excessivamente duro. "Foi um comentário muito intenso, digamos assim, e isso tende a piorar a relação entre o Executivo e o Legislativo", afirmou.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, rebateu as declarações de Guedes e defendeu o texto feito por Moreira, afirmando que o Congresso atuará para 'blindar' a reforma de crises desencadeadas pelo governo.
Para Pablo Spyer, diretor da corretora Mirae Asset, a fala do ministro e a resposta do presidente da Câmara elevam ligeiramente a preocupação do mercado quanto ao cronograma da reforma. "E qualquer coisa que atrasa a reforma, gera estresse", diz.
O governo planeja votar a Previdência na comissão especial e no plenário da Câmara ainda no primeiro semestre, mas o tempo é curto, dados os diversos feriados nas próximas semanas e o recesso parlamentar — 17 de julho deve ser o último dia de sessão do Congresso no semestre.
Mas, apesar do noticiário intenso por aqui, Spyer destaca que o tom dos mercados globais também teve grande influência sobre os mercados brasileiros — especialmente o câmbio.
Dólar forte
A moeda americana ganhou terreno em relação a quase todas as divisas globais nesta sexta-feira — o índice DXY, que mede o desempenho do dólar ante uma cesta com as principais moedas do mundo, teve ganhos expressivos.
E dois fatores ajudam a explicar esse comportamento global do dólar. Spyer, da Mirae Asset, destaca que a expansão das vendas no varejo dos Estados Unidos em maio — o índice avançou 0,5% ante abril — é um indício de que a economia americana está forte. "Isso tira o ímpeto de corte e juros pelo Federal Reserve (Fed)", disse.
Lá fora, as tensões geopolíticas no Oriente Médio também trouxeram cautela às negociações. Ontem, dois petroleiros foram atacados no golfo do Omã — e os Estados Unidos afirmam que o Irã foi o responsável pelo ocorrido.
O governo de Teerã nega as acusações e diz que Washington quer trazer instabilidade à região. Mas, em meio às diversas incertezas — tanto em relação aos próximos passos a serem tomados pelos dos países quanto aos eventuais impactos aos preços do petróleo —, o mercado assumiu uma postura cautelosa.
As bolsas mundiais também foram afetadas por esse pano de fundo: nos Estados Unidos, o Nasdaq caiu 0,52%, o S&P 500 recuou 0,16% e o Dow Jones teve baixa de 0,07%; na Europa, o índice Stoxx 600 fechou em queda de 0,40%.
Mas, no acumulado da semana, as bolsas dos Estados Unidos ainda tiveram saldo positivo. Desde segunda-feira, o Dow Jones teve alta de 0,41%, o S&P 500 avançou 0,47% e o Nasdaq subiu 0,70%.
Juros em queda
O dólar à vista subiu forte, influenciado pela cautela local e pela tensão no exterior. Mas, apesar disso — e da tensão envolvendo Guedes —, a curva de juros segue passando por um movimento de ajuste negativo.
Essa nova queda nos DIs se deve à retração de 0,47% resultado no Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) em abril, marcando o quarto mês seguido de leitura negativa. E tal resultado faz o mercado apostar cada vez mais que o Banco Central (BC) precisará cortar a Selic para estimular a economia.
Na ponta curta, os DIs com vencimento em janeiro de 2021 fecharam em queda de 6,06% para 6,02%; na longa, as curvas com vencimento em janeiro de 2023 recuaram de 7,01% para 6,96%, e as para janeiro de 2025 tiveram baixa de 7,54% para 7,51%.
Bancos seguem pressionados
As ações do setor bancário tiveram mais um dia negativo no Ibovespa, dando continuidade ao movimento de ontem. O mercado ainda reage com cautela à proposta de elevação da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL), de 15% para 20%, que consta no relatório da reforma da Previdência.
As ações ON do Bradesco (BBDC3) fecharam em queda de 1,36%, enquanto as PNs (BBDC4) recuaram 0,17%. As units do Santander Brasil (SANB11) tiveram perda de 0,32% e Banco do Brasil ON (BBAS3) cedeu 1,77%. — a exceção ficou com os papéis PN do Itaú Unibanco (ITUB4), que fecharam em leve alta de 0,03%.
De acordo com o Goldman Sachs, o aumento na tributação aos bancos a partir das mudanças na CSLL pode reduzir em 7% o lucro das instituições.
De olho na China
Ativos de mineradoras e siderúrgicas também aparecem na ponta negativa do Ibovespa, em meio à desaceleração da produção industrial da China — o índice subiu 5% em maio, ante alta de 5,4% em abril.
A menor expansão da atividade das indústrias chinesas pode implicar numa menor demanda por minério de ferro e produtos siderúrgicos, o que traz pressão às ações de empresas como a Vale, CSN, Usiminas e Gerdau.
Os papéis ON da CSN (CSNA3), por exemplo, caíram 2,04%, enquanto os ativos PNA da Usiminas (USIM5) recuaram 3,02%. Gerdau PN (GGBR4) teve perda de 2,05% e Vale ON (VALE3) encerrou em queda de 0,87%.
Vitória do Magalu
Ocorreu hoje a assembleia de acionistas da Netshoes que definiria o futuro da empresa. E o Magazine Luiza derrotou a Centauro na disputa pela compra do site de artigos esportivos.
A última proposta da Centauro, de US$ 4,10 por ação da Netshoes, era superior à do Magalu, de US$ 3,70. Contudo, o Magazine Luiza tinha uma vantagem em relação à concorrente: a operação de compra já foi aprovada pelo Cade — uma transação entre Centauro e Netshoes ainda deveria ser analisada pela autoridade concorrencial.
Esse ponto parece ter feito a diferença para os acionistas, considerando a situação financeira delicada da Netshoes. Nesse contexto, as ações ON do Magalu (MGLU3) terminaram a sexta-feira em alta de 0,94%, enquanto os papéis ON da Centauro (CNTO3) — que não fazem parte do Ibovespa — ficaram estáveis.
Em Nova York, os ativos da Netshoes (NETS) recuaram 2,63%, a US$ 3,70.
Pode subir os créditos
A novela da venda da participação do Grupo Pão de Açúcar (GPA) na Via Varejo terminou hoje, com o leilão da fatia de 36,27% que a companhia possuía na dona das Casas Bahia e do Ponto Frio.
Segundo a B3, o preço da ação ON da Via Varejo saiu por R$ 4,90, acima do preço mínimo, de R$ 4,75. A quantidade de ações compradas totalizou 470,058 milhões, mais do que as 469,521 milhões de ações correspondentes a 36% da fatia do GPA na Via Varejo. Com a venda, o Pão de Açúcar vai embolsar R$ 2,3 bilhões.
As ações PN do GPA (PCAR4) fecharam em baixa de 2,09%, enquanto os papéis ON da Via Varejo (VVAR3) tiveram queda de 1,39%.
Quer ter um Porsche novinho? Pois então aperte os cintos: a Volkswagen quer fazer o IPO da montadora de carros esportivos
Abertura de capital da Porsche deve acontecer entre o fim de setembro e início de outubro; alguns investidores já demonstraram interesse no ativo
BTG Pactual tem a melhor carteira recomendada de ações em agosto e foi a única entre as grandes corretoras a bater o Ibovespa no mês
Indicações da corretora do banco tiveram alta de 7,20%, superando o avanço de 6,16% do Ibovespa; todas as demais carteiras do ranking tiveram retorno positivo, porém abaixo do índice
Small caps: 3R (RRRP), Locaweb (LWSA3), Vamos (VAMO3) e Burger King (BKBR3) — as opções de investimento do BTG para setembro
Banco fez três alterações em sua carteira de small caps em relação ao portfólio de agosto; veja quais são as 10 escolhidas para o mês
Passando o chapéu: IRB (IRBR3) acerta a venda da própria sede em meio a medidas para se reenquadrar
Às vésperas de conhecer o resultado de uma oferta primária por meio da qual pretende levantar R$ 1,2 bilhão, IRB se desfaz de prédio histórico
Chega de ‘só Petrobras’ (PETR4): fim do monopólio do gás natural beneficia ação que pode subir mais de 50% com a compra de ativos da estatal
Conheça a ação que, segundo analista e colunista do Seu Dinheiro, representa uma empresa com histórico de eficiência e futuro promissor; foram 1200% de alta na bolsa em quase 20 anos – e tudo indica que esse é só o começo de um futuro triunfal
Mais um banco se rende à Cielo (CIEL3) e passa a recomendar a compra da ação, mesmo após alta de quase 200% neste ano
Com potencial de alta de quase 30% estimado para os papéis, os analistas do Credit Suisse acreditam que você deveria incluir as ações da empresa de maquininhas no seu portfólio
IRB lança oferta primária restrita, mas limita operação a R$ 1,2 bilhão e antecipa possibilidade de um descontão; IRBR3 é a maior alta do Ibovespa hoje
Resseguradora busca reenquadramento da cobertura de provisões técnicas e de liquidez regulatória para continuar operando
Dividendos: Porto Seguro (PSSA3) anuncia quase R$ 400 milhões em JCP; Kepler Weber (KEPL3) também distribuirá proventos
Data de corte é a mesma em ambos os casos; veja quem tem direito a receber os proventos das empresas
Oi (OIBR3) confirma venda de operação fixa para subsidiária da Highline; transação pode alcançar R$ 1,7 bilhão
Proposta da NK 108, afiliada da Highline, foi a única válida no leilão realizado ontem; negócio envolve cerca de 8 mil torres da Oi
Depois de bons resultados nos setores de gás e energia, gigante de infraestrutura está conquistando espaço, também, na mineração – e promete assustar a Vale (VALE3)
Um crescimento mínimo de 50%: é isso que time de analistas espera para uma ação que custa, hoje, 20% a menos do que sua média histórica; saiba como aproveitar
Ibovespa interrompe sequência de 4 semanas em alta; veja as ações que mais caíram – e um setor que subiu em bloco
Ibovespa foi prejudicado por agenda fraca na semana, mas houve um setor que subiu em bloco; confira as maiores altas e baixas do período
Dá pra personalizar mais? Americanas (AMER3) fecha parceria com o Google em busca de mais eficiência e melhor experiência para clientes
Acordo entre a Americanas e o Google prevê hiperpersonalização da experiência do cliente e otimização de custos operacionais
Bed Bath & Beyond desaba mais de 40% em Wall Street — e o ‘culpado’ é um dos bilionários da GameStop; entenda
Ryan Cohen, presidente do conselho da GameStop, vendeu todas as suas ações na varejista de itens domésticos e embolsou US$ 60 milhões com o negócio
Unindo os jalecos: acionistas do Fleury (FLRY3) e Hermes Pardini (PARD3) aprovam a fusão entre as companhias
Os acionistas de Fleury (FLRY3) e Hermes Pardini (PARD3) deram aval para a junção dos negócios das companhias; veja os detalhes
JBS (JBSS3) é a ação de alimentos favorita do BofA, mas banco vê menor potencial de alta para o papel; ainda vale a pena comprar?
Analistas revisaram para baixo o preço-alvo do papel, para R$ 55, devido à expectativa de queda nas margens da carne bovina dos EUA, correspondente a 40% das vendas da empresa
Irani anuncia recompra de até 9,8 milhões de ações na B3; o que isso significa para o acionista de RANI3?
A empresa disse que quer maximizar a geração de valor para os seus investidores por meio da melhor administração da estrutura de capital
Vale (VALE3) perdeu o encanto? Itaú BBA corta recomendação de compra para neutro e reduz preço-alvo do papel
Queridinha dos analistas, Vale deve ser impactada por menor demanda da China, e retorno aos acionistas deve ficar mais limitado, acredita o banco
Soberania da (VALE3) ‘ameaçada’? Melhor ação de infraestrutura da Bolsa pode subir 50%, está entrando na mineração e sai ganhando com o fim do monopólio da Petrobras (PETR4) no setor de gás; entenda
Líder na América Latina, papel está barato, está com fortes investimentos na mineração e é um dos principais nomes do mercado de gás e do agronegócio no Brasil
Nubank (NU; NUBR33) chega a subir 20% após balanço, mas visão dos analistas é mista e inadimplência preocupa
Investidores gostaram de resultados operacionais, mas analistas seguem atentos ao crescimento da inadimplência; Itaú BBA acha que banco digital pode ter subestimado o risco do crédito pessoal
Briga do varejo: Qual é a melhor ação de atacadista para ter na carteira? A XP escolheu a dedo os papéis; confira
O forte resultado do Grupo Mateus (GMAT3) no 2T22 garantiu ao atacadista um convite para juntar-se ao Assaí (ASAI3) na lista de varejistas de alimentos favoritas dos analistas