🔴 ACOMPANHE OS RESULTADOS, ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES DA TEMPORADA DE RESULTADOS DO 4T24 VEJA AQUI

Victor Aguiar

Victor Aguiar

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.

Olá, 109 mil pontos

Após duas baixas, o Ibovespa trocou de página, voltou a subir e chegou a um novo recorde

Sinais de que EUA e China podem recuar nas tarifas de importação e chegar a um acordo comercial deram força ao Ibovespa, fazendo o índice brasileiro avançar mais de 1% e chegar ao nível inédito dos 109 mil pontos. O dólar à vista, por outro lado, seguiu pressionado, chegando a R$ 4,09

Victor Aguiar
Victor Aguiar
7 de novembro de 2019
10:34 - atualizado às 19:00
Virando a página do livro
Imagem: Shutterstock

O Ibovespa estava preso num trecho particularmente tedioso do livro dos mercados financeiros. Nos últimos dois  dias, o índice fechou no campo negativo, arrastado por uma narrativa densa — articulada em torno do pacote econômico de Paulo Guedes e da decepção com o leilão do excedente do petróleo da cessão onerosa do pré-sal.

Mas, passadas essas duas sessões, o principal índice da bolsa brasileira resolveu que era hora de encerrar essa passagem e virar a página. E o capítulo seguinte, iniciado nesta quinta-feira (7), foi bem mais animador para o Ibovespa: um forte alívio na guerra comercial entre Estados Unidos e China.

Com a trama fluindo melhor, o Ibovespa encontrou forças para recuperar o terreno perdido recentemente. Pouco a pouco, foi ganhando tração e, ao fim da sessão, marcava 109.580,57 pontos, em alta de 1,13%. É um novo recorde de encerramento e a primeira vez na história que o índice termina um pregão acima dos 109 mil pontos.

No melhor momento do dia, o Ibovespa chegou a tocar os 109.671,91 pontos (+1,21%), nova máxima intradiária. E, em linhas gerais, as bolsas americanas acompanharam a praça brasileira na leitura desse novo capítulo: o Dow Jones (+0,66%), o S&P 500 (+0,28%) e o Nasdaq (+0,28%) também passaram o dia em alta.

Como já foi dito, a narrativa central desse novo episódio gira em torno da guerra comercial. No entanto, tramas paralelas foram particularmente benéficas para a bolsa brasileira, o que explica o desempenho superior do Ibovespa em relação aos índices americanos.

Um impulso particular para o setor de siderurgia, o bom desempenho das ações da Petrobras, a temporada de balanços cheia de surpresas positivas... Foram muitos os fatores que contribuíram para dar força ao Ibovespa nesta quinta-feira.

Leia Também

Assim, vamos analisar a estrutura narrativa do capítulo de hoje em tópicos. Afinal, nada melhor que ter um esquema destrinchado para compreender todos os detalhes de um livro complexo, como o dos mercados.

Melhores amigos

O bom humor do Ibovespa e das demais bolsas globais esteve relacionado a um importante avanço no front da guerra comercial. No início da manhã, autoridades de Pequim afirmaram que os governos dos dois países concordaram em remover as atuais tarifas de importação impostas por ambas as partes, num processo em etapas.

Representantes do ministério do Comércio da China sinalizaram que a medida estaria associada à assinatura da "primeira fase" do acordo comercial entre as potências — há a expectativa de que esse termo seja firmado ainda neste mês pelos presidentes dos dois países.

E, no início da tarde, a Bloomberg confirmou, citando fontes do governo americano, que essa primeira fase do acerto comercial irá, de fato, incluir a remoção das tarifas incidentes sobre os produtos importados, tanto por parte dos EUA quanto da China.

Esse novo desdobramento das negociações entre Washington e Pequim diminuiu a aversão ao risco nos mercados globais, uma vez que dá a entender que a escalada nas tarifas protecionistas poderá ser suspensa — o que, consequentemente, diminuiria a preocupação quanto a uma desaceleração econômica global.

No fim da tarde, uma matéria da Reuters, também citando fontes anônimas, afirmava que esse plano de remoção de tarifas enfrentava resistências internas na Casa Branca, o que reduziu o ritmo de ganhos nas bolsas americanas. No Brasil, contudo, o Ibovespa se manteve firme e forte nos 109 mil pontos.

Novo fracasso

O dólar à vista, por outro lado, continuou sem encontrar espaço para alívio: a moeda americana fechou em alta de 0,25%, a R$ 4,0930. O real, assim, foi na contramão das demais divisas de países emergentes, como o peso chileno, o rublo russo e o rand sul-africano, que se valorizaram em relação à moeda americana.

Essa reação fria do mercado de câmbio local à narrativa de aproximação entre EUA e China se deve à sexta rodada do leilão de áreas do pré-sal, realizada nesta manhã. E, assim como no certame de ontem, houve pouco interesse de investidores estrangeiros. Dos cinco blocos ofertados, apenas um recebeu propostas.

Novamente, a Petrobras, em sociedade com empresas chinesas, foi responsável por arrematar o ativo. O bônus de assinatura foi de R$ 5,05 bilhões, mas como a Petrobras possui 80% de participação no consórcio vencedor, uma quantia pequena desse montante diz respeito a recursos estrangeiros.

Assim, a nova frustração com a possibilidade de ingresso de capital externo via leilões fez com que o dólar à vista não conseguisse aproveitar o alívio global, mantendo a tendência de alta.

A pressão no dólar à vista se traduziu num ajuste positivo nas curvas de juros, tanto nas mais curtas quanto nas mais longas. Os DIs com vencimento em janeiro de 2021 subiram de 4,48% para 4,54%, os para janeiro de 2023 avançaram de 5,57% para 5,62% e os para janeiro de 2025 foram de 6,12% para 6,21%.

Otimismo chinês

Ações mais ligadas ao mercado da China, especialmente mineradoras e siderúrgicas, terminaram em alta nesta quinta-feira, em meio ao otimismo quanto ao acerto comercial entre Washington e Pequim — e à perspectiva de reaquecimento da economia chinesa a partir do acordo.

Vale ON (VALE3), por exemplo, subiu 0,82%; entre as siderúrgicas, CSN ON (CSNA3) avançou 2,44%, Gerdau PN (GGBR4) teve ganho de 4,07% e Usiminas PNA (USIM5) valorizou 7,93%. Um relatório do Credit Suisse com uma visão otimista para o setor de siderurgia — especialmente para a Usiminas, cujas ações receberam recomendação de compra — também contribuiu para os ganhos desses ativos.

O setor de papel e celulose foi outro que subiu forte, obedecendo a mesma lógica de possível recuperação do mercado chinês. Suzano ON (SUZB3) avançou 3,55%, enquanto as units da Klabin subiram 6,09%.

Balanços, balanços, balanços

A temporada de resultados trimestrais continuou mexendo com a bolsa brasileira, provocando movimentações intensas em algumas ações.

No Ibovespa, IRB ON (IRBR3) teve baixa de 4,37%, Grupo NotreDame Intermédica ON (GNDI3) fechou em queda de 0,40%, Azul PN (AZUL4) subiu 1,47% e Banco do Brasil ON (BBAS3) ficou estável. Você pode conferir um resumo dos balanços mais recentes nesta matéria.

Mas, entre as empresas que reportaram seus números trimestrais desde a noite de ontem, o destaque foi Ultrapar ON (UGPA3), que avançou 5,27%. O lucro líquido da empresa caiu 1% na base anual, mas o Ebitda avançou 4% — resultados que foram elogiados por analistas.

Fora do Ibovespa, Movida ON (MOVI3) subiu 3,89% após a empresa reportar uma alta de 45,8% no lucro líquido, para R$ 6,2 milhões, dados que também foram bem recebidos pelos analistas e investidores.

A força da Petrobras

O grande motor por trás dos ganhos do Ibovespa, no entanto, foi a Petrobras: as ações PN (PETR4) subiram 4,01% e as ONs (PETR3) avançaram 3,21% — ganhos expressivos, considerando a participação relevante dos ativos da estatal na composição do índice.

Lá fora, o petróleo fechou no campo positivo, o que ajuda a dar força aos ativos da empresa: o WTI para dezembro subiu 1,42%, enquanto o Brent para janeiro valorizou 0,89%.

Aqui dentro, o resultado dos leilões do pré-sal — tanto o certame de ontem quanto a disputa de hoje — também causaram um efeito positivo nas ações da Petrobras, após uma reação hesitante no pregão anterior. Você pode entender um pouco do racional por trás desse fator nessa matéria especial.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
TOUROS E URSOS #211

‘É a hora de fazer a reserva em dólar’: sócio-fundador da Armor Capital explica a queda recente da moeda, mas faz alerta para os próximos meses

12 de fevereiro de 2025 - 15:31

Em episódio do Touros e Ursos, Alfredo Menezes fala sobre as perspectivas para a moeda americana e revela algumas recomendações de investimentos

BTG SUMMIT 2025

Brasil não vive crise como a de 2016, mas precisa largar o ‘vício em gasto público’ se quiser que os juros caiam, diz Mansueto Almeida, do BTG

12 de fevereiro de 2025 - 14:52

Comentários do economista-chefe do banco foram feitos durante evento promovido pelo BTG Pactual na manhã desta quarta-feira em São Paulo

PANORAMA DOS BANCOS

Bradesco (BBDC4) despenca na bolsa após Goldman Sachs rebaixar ação para venda. Por que os analistas não recomendam mais a compra do papel?

12 de fevereiro de 2025 - 14:33

No mesmo relatório, o banco americano também elevou a ação do Santander (SANB11) para neutro e reiterou a compra de Itaú Unibanco (ITUB4)

DAQUI NÃO SAIO…

Daqui ninguém me tira? Powell desafia Trump e diz que vai continuar no comando do Fed

12 de fevereiro de 2025 - 14:02

Em meio a uma relação tensa com o republicano, o presidente do BC dos EUA fala abertamente sobre a possibilidade de renunciar ao cargo antes do final do mandato

SD Select

Gerdau, CSN, e Usiminas dispararam com ‘tarifaço’ de Trump, mas há outro ‘evento’ que pode ser gatilho para as ações nos próximos dias

12 de fevereiro de 2025 - 14:00

Com este outro “evento” no radar, analistas do BTG recomendam a compra de apenas uma ação do setor siderúrgico; veja qual

ANTES DE VIRAR PENNY STOCK

Caiu demais? Gafisa quer grupamento de ações de 20 para 1, mas GFSA3 cai quase 5% com o anúncio

12 de fevereiro de 2025 - 13:35

A Gafisa (GFSA3) convocou uma assembleia para que os acionistas decidam sobre uma série de propostas além do grupamento de ações

NO VERMELHO

Bolsa ladeira abaixo, dólar morro acima: o estrago que o dado de inflação dos EUA provocou nos mercados

12 de fevereiro de 2025 - 13:01

Os investidores ainda encararam o segundo dia de depoimentos do presidente do Fed, Jerome Powell, ao Congresso e uma declaração polêmica de Trump sobre os preços

DESTAQUES DA BOLSA

É hora de vender as ações da Porto (PSSA3)? BTG Pactual retira recomendação de compra após salto de 80% nos últimos 18 meses

12 de fevereiro de 2025 - 11:33

A ação era recomendada desde junho de 2023 pelo BTG, com tese de investimento baseada na recuperação da sinistralidade do segmento de seguros de auto após a pandemia

AU REVOIR, B3

Agora é para valer: Carrefour avança em plano de fechamento de capital do Atacadão (CRFB3) no Brasil. Quais os próximos passos?

12 de fevereiro de 2025 - 10:53

Os investidores terão três opções de pagamento: 100% em dinheiro, 100% em ações do francês Carrefour, ou uma mistura de dinheiro e ações da matriz francesa

ÁGUA NO CHOPE

Balanço amargo: Heineken tem lucro menor que o esperado em 2024, mas entrega dois dedos de espuma com recompra de ações bilionária

12 de fevereiro de 2025 - 9:44

A cervejaria holandesa anunciou um programa de recompra de ações de 1,5 bilhão de euros, com o objetivo de “retornar capital adicional aos acionistas”

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Mais uma chance na vida: Ibovespa tenta manter bom momento em dia de inflação nos EUA e falas de Lula, Galípolo e Powell

12 de fevereiro de 2025 - 8:14

Investidores também monitoram reação a tarifas de Trump sobre o aço e o alumínio; governo brasileiro mantém tom cauteloso

ADEUS, B3?

Carrefour quer fatia restante do Atacadão (CRFB3) no Brasil e ações disparam com possível fechamento de capital

11 de fevereiro de 2025 - 16:47

A rede brasileira de supermercados, que abriu capital em 2017, tem aproximadamente 70% de seus papéis nas mãos dos acionistas majoritários

DESTAQUES DA BOLSA

Dança das cadeiras da Vivara: saída de diretor piora o sentimento de instabilidade na gestão e VIVA3 tomba na B3

11 de fevereiro de 2025 - 16:05

A saída vem depois de, em novembro de 2024, a varejista de joias destituir o CEO Otavio Lyra com apenas 9 meses no cargo – Santander chama atenção para humor dos investidores

TROCA DE COMANDO

SBF (SBFG3) de CEO novo: dona da Centauro aprova eleição de novo presidente; ações caem quase 20% em um ano

11 de fevereiro de 2025 - 13:01

Para substituir Pedro Zemel à frente do grupo, o conselho aprovou a eleição de Gustavo de Lima Furtado, um dos principais executivos das empresas do Grupo SBF

BALDE DE ÁGUA FRIA

Juros nos EUA: o que Powell disse que fez o mercado adiar a aposta no corte das taxas neste ano

11 de fevereiro de 2025 - 12:37

Presidente do Federal Reserve concede depoimento ao Senado nesta terça-feira (11) e reforçou uma mensagem que vem sendo repetida pelas autoridades de política monetária nas últimas semanas

ALÍVIO PERO NO MUCHO

Inflação desacelera a menor nível para janeiro desde o Plano Real, mas não vai impedir Galípolo de continuar subindo os juros

11 de fevereiro de 2025 - 12:02

Inflação oficial desacelerou de +0,52% para +0,16% na passagem de dezembro para janeiro, mas segue fora da meta no acumulado em 12 meses

DÍVIDA BILIONÁRIA

Mil utilidades e mais uma recuperação judicial: como a Bombril quer se reorganizar para sair da crise; BOBR4 despenca na bolsa

11 de fevereiro de 2025 - 10:40

Na última segunda-feira, a Bombril entrou com pedido de recuperação judicial devido à dívidas tributárias da ordem de R$ 2,3 bilhões referentes a autuações da Receita Federal

BALANÇO E PROJEÇÕES

Ação da TIM (TIMS3) lidera altas do Ibovespa após balanço do 4T24 e dividendos polpudos. O que esperar da empresa de telecomunicações daqui para a frente?

11 de fevereiro de 2025 - 9:44

A companhia teve um lucro líquido normalizado de R$ 1,06 bilhão no 4T24, avanço de 17,1% na comparação com o mesmo período de 2023; veja os destaques

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A um passo do El Dorado: Ibovespa reage a IPCA, tarifas de Trump, Powell no Congresso dos EUA e agenda de Haddad

11 de fevereiro de 2025 - 8:17

Investidores esperam desaceleração da inflação enquanto digerem confirmação das tarifas de Trump sobre o aço e o alumínio

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

A nova corrida do ouro? Cotação dispara em meio a busca por proteção e passa de US$ 2.900, mas pode subir mais

11 de fevereiro de 2025 - 6:04

Fortalecimento da cotação do ouro é acentuado por incertezas sobre a política tarifária de Trump e pela persistente tensão geopolítica

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar