Depois de breve retração em julho, a economia tem breve reação em agosto na métrica do Banco Central (BC). Mas nada que empolgue ou tenha impacto sobre as expectativas do mercado de que há espaço para novos cortes na Selic.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central, o IBC-Br, apontou alta de 0,07% na comparação com julho, que teve o dado revisado de queda de 0,16% para 0,07%. As estimativas estavam ao redor de 0,2%. Em função das constantes revisões, a leitura em 12 meses é mais estável e mostra crescimento de 0,87%. No ano até agosto, o IBC-Br tem variação positiva de 0,66%. Sobre agosto do ano passado, há retração de 0,73%.
Atividade claudicante e inflação rastejando abaixo das metas leva o mercado a uma corrida para ver quem projeta a Selic mais baixa. A mediana do mercado, captada pelo Focus, está em 4,75%, mas já temos casas de análise trabalhando com juro em 4%. Mais relevante que isso, é a avaliação de que esse juro de 4,75% pode perdurar por todo o ano de 2020.
Juro baixo, com inflação nas metas é um cenário a se comemorar, mas que vai exigir cada vez mais dedicação dos investidores para rentabilizar seus recursos. Deixo umas dicas de leitura sobre investimentos com Selic nesses patamares. Há dicas para investidores conservadores e para os de perfil mais arrojado. Também deixo como sugestão o nosso e-book sobre investimentos em bolsa de valores.
Em termos reais, descontando a inflação, o juro está na casa de 1% e o mercado estima que o custo do dinheiro oscile ao redor disso até o fim de 2020. Ajuste dos juros, ou uma normalização da política monetária, apenas em 2021 com Selic de 6,5% e inflação na meta de 3,75%. Só para dar um parâmetro, quando o BC começou a reduzir a Selic de 14,25% em outubro de 2016, o juro real estava ao redor de 7%.