🔴 ESTA FERRAMENTA PODE MULTIPLICAR SEU INVESTIMENTO EM ATÉ 285% – SAIBA MAIS

Estadão Conteúdo
Mais reformas no radar

Estados tentam rever regras para servidores

Equipe econômica estuda deixar um comando em sua reforma administrativa para que Estados e municípios possam aprovar leis próprias e aderirem às regras federais

Dinheiro; notas e moedas de real
Imagem: Shutterstock

Às vésperas do envio de uma proposta de reforma administrativa pelo governo federal, a economista Ana Carla Abrão, especialista em contas públicas, defende que governos estaduais e municipais sejam alcançados pelas mudanças.

Para ela, o Congresso não pode perder essa oportunidade como ocorreu com a reforma da Previdência, que na votação da Câmara, acabou deixando Estados e municípios de fora - agora, o Senado tenta uma proposta paralela para reinseri-los.

Como mostrou o Estado, a equipe econômica estuda deixar um comando em sua Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma administrativa para que Estados e municípios possam aprovar leis próprias e aderirem às regras federais. A medida já faz parte do "aprendizado" após a tramitação da Previdência.

Para Ana Carla, que é sócia da consultoria Oliver Wyman, fazer uma reforma administrativa com alcance sobre Estados e municípios é "fundamental". "Do contrário, fica com medidas muito pontuais. Se tiver uma legislação federal que faça com que todos os governadores façam o dever de casa, independentemente da posição dele, melhora a situação", afirma.

Enquanto a proposta do governo federal não é enviada, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), tomou a dianteira e elaborou um projeto de revisão em gratificações, vantagens e aposentadorias. A proposta também vai mexer na carreira dos professores para conseguir pagar o piso nacional do magistério, que virou lei em 2008 e até hoje não é cumprido pelo Estado.

Sarrafo alto

Segundo Ana Carla, Leite "elevou o sarrafo" porque fez uma proposta muito robusta, o que obrigou outros governadores a se movimentarem para atacar suas despesas. Nos últimos tempos, a economista tem se dedicado a estudar mudanças para o que ela chama de "RH" do serviço público.

Além do Rio Grande do Sul, o governador de São Paulo, João Doria, também deve propor uma reforma administrativa, mas ainda não detalhou quais serão as medidas adotadas. Em Minas Gerais, o governador Romeu Zema pretende cortar vantagens e elevar alíquotas previdenciárias cobradas dos servidores - o Estado precisa elaborar uma série de medidas para conseguir se candidatar ao socorro da União, chamado de Regime de Recuperação Fiscal.

"Temos hoje um governador como o Leite, que está enfrentando esse problema de frente. Só que, se tiver uma medida coordenada e o governo federal levando essa mensagem e essa exigência, aí tem o movimento muito mais amplo. Não podemos perder essa oportunidade", afirma a economista.

Em Goiás, o governador Ronaldo Caiado (DEM) focará num primeiro momento na reforma da Previdência. Nesta segunda-feira, 28, ele apresentará uma proposta de emenda constitucional estadual para vincular as regras do Estado e de seus municípios à reforma da Previdência aprovada pelo Congresso Nacional. A intenção, segundo a secretária estadual de Economia, Cristiane Schmidt, é aprová-la até o fim do ano. "Não queremos virar o ano sem ter feito a reforma. Não temos garantia que o Congresso Nacional vai aprovar (a inclusão de Estados e municípios)", diz.

Mesmo com o movimento dos Estados, a proposta do ministro da Economia, Paulo Guedes, prevê a criação de um instrumento chamado de "estado de emergência fiscal", que os governadores poderão acionar em situações críticas. Nesses casos, eles poderão congelar reajustes, promoções e reduzir a jornada de trabalho de servidores, com corte proporcional de salários. Esse "estado de emergência", se aprovado pelo Congresso Nacional, seria concedido por um Conselho Fiscal da República, a ser criado pelas reformas federais.

Proposta gaúcha

A reforma apresentada por Leite e que está sendo discutida com sindicatos e parlamentares estaduais põe fim a vantagens temporais, como triênios e quinquênios (aumentos salariais a cada três ou cinco anos de serviço), já extintos no plano federal. "São vantagens que geram crescimento na folha de pagamento independentemente da vontade (do governante). Se você não der reajuste, se não fizer nada, mesmo assim você tem de pagar mais aqueles valores", afirma o governador.

O plano também inclui o fim da incorporação de gratificações na aposentadoria e a revisão do chamado abono-família, pago a todos os servidores estaduais com filhos de até 18 anos (ou 24 anos, se for estudante). Hoje esse benefício, de R$ 44, é pago a todos os funcionários, independentemente se o salário é R$ 2 mil ou R$ 20 mil. A proposta de Leite é limitar o pagamento a quem ganha até R$ 3 mil mensais, mas pagar um valor maior, de R$ 120 por dependente.

O governador gaúcho pretende ainda replicar as regras de Previdência recém-aprovadas no governo federal para o Estado, com idades mínimas de aposentadoria e alíquotas progressivas de contribuição. Serão três faixas: 14% até o teto do INSS (hoje em R$ 5.839,45), 16% entre o teto e R$ 20 mil e 18% acima de R$ 20 mil.

Segundo Leite, o conjunto de medidas terá impacto de R$ 25 bilhões em uma década, insuficiente para sanar completamente o rombo nas contas, mas importante para ajudar na recuperação do Estado, que hoje tem um déficit na Previdência que beira os R$ 12 bilhões ao ano.

*Com informações do jornal O Estado de S. Paulo.

Compartilhe

ÀS VÉSPERAS DA ELEIÇÃO

Entrada da casa própria vai sair de graça? Governo libera verba para que parlamentares quitem parte de imóveis do Casa Verde e Amarela em suas regiões

11 de setembro de 2022 - 13:04

Uma brecha na lei de criação do programa habitacional permitirá o uso de emendas parlamentares para reduzir ou quitar a entrada nos financiamentos

IMPASSE CONTINUA

Vitória do governo ameaçada? FUP vai à Justiça para anular resultado de assembleia que elegeu novo conselho da Petrobras (PETR4)

19 de agosto de 2022 - 20:20

A FUP vai centrar argumentação contra a eleição a conselheiros de dois nomes barrados pelo Comitê de Elegibilidade da estatal

A CONTRAGOSTO

Indicados pelo governo — incluindo dois nomes barrados pela Petrobras (PETR4) — são aprovados para conselho de administração da estatal

19 de agosto de 2022 - 16:22

Jônathas Castro e Ricardo Soriano foram rejeitados pelos órgãos de governança da companhia, mas eleitos hoje com os votos da União

Alguém tem que pagar...

Governo vai baixar preço do diesel e da gasolina com novo decreto, mas medida atrasará cumprimento de metas ambientais

22 de julho de 2022 - 13:08

A notícia é ruim para o meio ambiente, mas boa para os caminhoneiros: segundo o ministro de Minas e Energia o decreto provocará um queda de mais de R$ 0,10 na gasolina e no diesel

PRÉVIA DO BALANÇO

Petrobras (PETR4) registra queda na produção do segundo trimestre — veja o que atrapalhou a estatal

21 de julho de 2022 - 18:24

Considerado uma “prévia” do balanço, o relatório mostra que a petroleira produziu 2,65 milhões de barris de óleo equivalente por dia (MMboed)

SUGESTÃO REJEITADA

Governo ignora parecer da Petrobras (PETR4) e indicará dois nomes barrados pela estatal para o conselho de administração

20 de julho de 2022 - 20:00

Jônathas de Castro, secretário da Casa Civil e Ricardo Soriano de Alencar, Procurador-Geral da Fazenda Nacional, foram bloqueados por conflito de interesses

MAIS UM FIASCO?

Bolsonaro promete 50 embaixadores em reunião para falar de fraude em urnas eletrônicas, mas Estados Unidos, Japão e Reino Unido não confirmam presença

17 de julho de 2022 - 17:16

Os presidentes do STF e TSE também devem faltar ao encontro, convocado pelo presidente para discutir a nunca comprovada fraude nas eleições de 2014 e 2018

ELEIÇÕES 2022

As alianças se consolidam: Rodrigo Garcia e Tarcísio selam acordos na disputa por um lugar no segundo turno em São Paulo

8 de julho de 2022 - 11:55

Tarcísio de Freitas (Republicanos) consegue apoio de Kassab; Rodrigo Garcia (PSDB) fecha com União Brasil

DESESTATIZAÇÃO NA B3

Barrados no baile: com IPO suspenso pela justiça, Corsan e governo do RS estudam medidas para retomar privatização

7 de julho de 2022 - 19:33

Os planos da estatal de saneamento do Rio Grande do Sul foram barrados pelo Tribunal de Contas do Estado, que pede ajustes na modelagem da oferta

POLÊMICA NA ESTATAL

Caixa revela que sabia de denúncia de assédio contra Pedro Guimarães desde maio e aponta presidente interina

30 de junho de 2022 - 20:14

A Corregedoria aguardou até que o denunciante apresentasse um “conjunto de informações” suficiente para prosseguir com a investigação contra Pedro Guimarães

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar