Como vender um país? O Fórum de Investimentos Brasil, organizado pelo governo tenta fazer isso, ao colocar o presidente Jair Bolsonaro e seus ministros para recepcionar investidores, empresários e oficiais de outros países.
Bolsonaro foi o último a falar na cerimônia de abertura. Dispensou o discurso preparado de 29 páginas e falou sobre sua trajetória, sobre Roraima, convidou os estrangeiros a conhecer a Amazônia, ressaltando que eles não seriam queimados, reforçou o respeito aos contratos e o protagonismo de Paulo Guedes na condução da economia e a autonomia de facto do Banco Central (BC).
“Só ligo pro BC depois que ele decide Copom. Não interfiro em nada. Campos Neto fala 100% pelo BC. Não sei se o Paulo Guedes interfere”, disse Bolsonaro em tom de piada, virando olhar para Paulo Guedes, sendo brevemente aplaudido pela plateia.
Antes disso, o presidente tinha pedido a edição de domingo do jornal “Estado de S.Paulo”, para ressaltar que a “Economia é 100% com o Guedes e não tem plano B”.
O tema Amazônia e desenvolvimento sustentável ou, como diz Bolsonaro, casamento entre meio ambiente e progresso, perpassou boa parte da fala, na qual ele reafirmou a ideia de autorizar garimpos para indígenas e homens brancos.
Livre mercado
O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, deitou seus contumazes elogios a Bolsonaro e ressaltou um “nacionalismo de fins”, no qual o país quer parcerias sólidas com todos os demais países visando crescimento.
Onyx ressaltou que somos um país com regras claras, tendo liberdade como princípio, livre mercado e mérito.
“O Brasil agora tem previsibilidade para quem quiser investir”, disse, complementando que as empresas que decidirem aportar recursos têm a certeza de que “o Brasil estará solvido do ponto de vista fiscal e com oportunidades”.
Em um apelo direto, Onyx disse que o governo brasileiro quer conquistar a confiança do investidor e fazer com que ele olhe o Brasil como seguro e rentável.
Guedes destacou a democracia e o livre mercado como “guia” do governo. Ele também elogiou a liderança de Bolsonaro e agradeceu o apoio de um “novo Congresso”. “Tem uma revolução acontecendo sob princípios liberais e democratas.”