O investidor iniciante pode levar um susto ao conferir seus fundos de investimentos neste fim de novembro ou começo de dezembro. Dependendo da categoria, haverá uma redução de cotas. Até os mais experientes, por vezes, também se esquecem dessa famigerada figura: o come-cotas.
O come-cotas é uma antecipação no recolhimento de Imposto de Renda. Parece algo trivial, já que é difícil escapar dos impostos, mas dependendo do prazo e do tipo de investimento o impacto pode ser relevante.
Basicamente esse modelo de tributação recai sobre os fundos abertos classificados como de curto prazo e de longo prazo, o que inclui a maioria dos fundos de renda fixa, dos multimercados, além dos fundos cambiais. Os fundos de ações escapam dessa mordida.
Com a Julia Wilgten já explicou nesse texto aqui, o come-cotas pode ser visto com uma desvantagem em relação ao investimento direto por conta própria e aos fundos de previdência, que não estão sujeitos a essa forma de tributação.
O imposto é descontado mesmo que o investidor não tenha feito qualquer resgate. Se o come-cotas não existisse, esses recursos que saem do fundo prematuramente para alimentar o Leão poderiam continuar rendendo até o resgate.
O come-cotas serve para dar previsibilidade de arrecadação ao Leão, já que os fundos assim tributados não têm vencimento nem pagam rendimentos. Mas é fato que, do ponto de vista do investidor, essa forma de tributação não faz muito sentido. Afinal, se não houve efetivo resgate, também não houve realização de ganhos. De qualquer forma, não temos escolha a não ser engolir essa mordida no bolso.
Quer entender melhor o funcionamento desse imposto e saber se seus fundos serão comidos pelo Leão: Veja esse texto aqui: Como funciona o come-cotas, a tributação dos fundos de investimento