O Índice de Confiança da Construção e o Índice de Confiança do Comércio ficaram estáveis em abril ante março, informou nesta sexta-feira, 26, a Fundação Getulio Vargas (FGV).
Construção ficou em 82,5 pontos — e em médias móveis trimestrais, o indicador recuou pelo segundo mês consecutivo, ao cair 1,0 ponto em abril. Já Comércio registrou 96,8 pontos — em médias móveis, o indicador recuou 2,3 pontos, na segunda queda consecutiva.
A coordenadora de projetos de construção do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), Ana Maria Castelo, afirma que o pessimismo com os negócios está aumentando entre os empresários do setor da construção.
"A percepção dominante entre os empresários é de que a atividade se mantém no mesmo patamar de um ano atrás. Enfim, a sondagem de abril reforça a percepção de que o setor não está conseguindo deslanchar como se esperava, refletindo um cenário bastante incerto para o investimento em 2019", diz.
Em abril, a FGV explicou que a estabilidade foi garantida pela melhora da situação atual. O Índice de Situação Atual (ISA) subiu 1 ponto no mês, para 73,0 pontos, retornando ao nível de outubro de 2018. O desempenho melhor foi influenciado pelo grau de satisfação com a situação atual dos negócios, que avançou 2 pontos, para 75,6 pontos.
O Índice de Expectativas (IE), por sua vez, caiu 1,1 ponto, passando para 92,4 pontos, refletindo o menor otimismo com a situação dos negócios para os próximos seis meses, que teve redução de 3 pontos atingindo 92,8 pontos.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) avançou 0,9 ponto porcentual, para 66,2%. Tanto o Nuci para Máquinas e Equipamentos quanto o Nuci para Mão de Obra também subiram 0,3 e 1 ponto porcentual, respectivamente.
Em relação ao índice do comércio, também em abril houve piora na confiança em nove dos 13 segmentos pesquisados. O Índice de Situação Atual (ISA-COM) subiu 3,3 pontos, para 92,3 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE-COM), recuou 3,2 pontos, para 101,4 pontos.
"A queda adicional do Índice de Expectativas para um nível próximo aos 100 pontos indica que o setor trocou a postura otimista do início do ano por uma mais cautelosa em relação aos próximos meses. Como mostra a alta do Índice de Situação Atual no mês, o cenário ainda é de recuperação, mas esta tende a ser gradual, sob influência dos altos níveis de incerteza e da baixa confiança do consumidor", avaliou Rodolpho Tobler, coordenador da Sondagem do Comércio no Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
*Com Estadão Conteúdo