🔴 [EVENTO GRATUITO] MACRO SUMMIT 2024 – FAÇA A SUA INSCRIÇÃO

Cotações por TradingView
Olivia Bulla
Olivia Bulla
Olívia Bulla é jornalista, formada pela PUC Minas, e especialista em mercado financeiro e Economia, com mais de 10 anos de experiência e longa passagem pela Agência Estado/Broadcast. É mestre em Comunicação pela ECA-USP e tem conhecimento avançado em mandarim (chinês simplificado).
A Bula do Mercado

Exterior testa otimismo com política em Brasília

Nova onda de aversão ao risco nos mercados internacionais testa otimismo dos negócios locais com melhora no cenário político em Brasília

Olivia Bulla
Olivia Bulla
29 de maio de 2019
5:40 - atualizado às 6:28
mercadotestabrasil
Preocupação com o crescimento econômico global provoca fuga para ativos seguros

A percepção de melhora no cenário político em Brasília resgatou a confiança do mercado financeiro na tramitação da agenda de reformas no Congresso, embalando os ativos domésticos. E esse sentimento tende a continuar hoje, mas o alerta no exterior com uma corrida em busca de segurança (fly to quality) pode testar esse otimismo.

Por aqui, o investidor está mais seguro de que os Três Poderes irão caminhar juntos, em direção a um bom final, capaz de ajudar o país na retomada econômica. A aprovação no Senado da redução do número de ministérios representou uma vitória do governo, apesar de o Ministério da Justiça ter perdido o Coaf, que foi transferido para a Pasta da Economia.

Agora, é preciso manter o foco na agenda reformista - que inclui não apenas as novas regras para aposentadoria, mas também mudanças no sistema tributário. O pacto entre os poderes, que deve ser assinado pelos presidentes do Legislativo, Executivo e Judiciário até o início do mês que vem, também deve concentrar esforços em outras frentes.

Resta saber se haverá tempo hábil - e votos necessários - para aprovar a reforma da Previdência na Câmara ainda neste semestre, bem como qual será a economia fiscal a ser gerada em dez anos pelo texto a ser aprovado no Congresso. Essas duas questões - timing e diluição - continuam sendo a principal dúvida dos investidores.

Daí então que fica a dúvida se o movimento visto no início desta semana, que deu continuidade à melhora dos negócios locais observada na semana passada, não seria ainda apenas uma correção dos exageros registrados em meados deste mês, quando o Ibovespa chegou a perder os 90 mil pontos e o dólar superou a barreira de R$ 4,10.

Até porque a recente (re)valorização da Bolsa, do real e a retirada de prêmios da curva de juros foi ditada pelos investidores locais. Os estrangeiros seguem de fora do rali doméstico e só devem aportar recursos maciços no mercado se a potência fiscal da Previdência ficar bem perto do R$ 1,2 trilhão almejado pela equipe econômica de Paulo Guedes.

Fly to Quality

Até porque, a evolução da guerra comercial entre Estados Unidos e China favorece mais a busca por proteção em ativos seguros, como o dólar e os títulos norte-americanos, do que a exposição ao risco de países emergentes. Ainda mais considerando-se a baixa atratividade dos juros brasileiros, que podem cair ainda mais, estimulando a atividade nacional.

No exterior, ao contrário, a queda no rendimento (yield) dos títulos norte-americanos (Treasuries) reflete mais um movimento de fuga para segurança (fly to quality) do que a necessidade de cortes adicionais nos juros dos EUA. Afinal, é evidente que a economia global está em desaceleração e a guerra comercial tende a acentuar essa trajetória.

A percepção de que o crescimento econômico está cada vez mais frágil se reflete no desempenho dos ativos globais, respingando na expectativa de lucro das empresas e na demanda por matérias-primas. Com isso, os índices futuros das bolsas de Nova York amanheceram em queda, mantendo o sinal negativo visto ontem na sessão regular.

Essas perdas em Wall Street penalizaram a sessão na Ásia - exceto em Xangai (+0,16%) - e prejudicam também a abertura do pregão na Europa, com a tensão entre Washington e Pequim não dando sinais de esfriamento. Pelo menos, os EUA decidiram não rotular a China como manipulador da moeda nacional, o que trouxe certo alívio, embora o país asiático esteja em uma lista que inclui outras oito nações.

Em outra frente, o governo chinês se prepara para “armar-se” das reservas de terras-raras (metais de difícil extração usados na indústria para a produção de diversos itens) como forma de retaliar os EUA. A China é o maior produtor mundial de terras-raras e fornece cerca de 80% das importações da commodity aos EUA.

Nos demais mercados, o juro projetado pelo título norte-americano de 10 anos (T-note) segue nos menores níveis desde 2017, diante das incertezas com o crescimento econômico no longo prazo. Os bônus soberanos no Japão também estão nas mínimas desde 2016, enquanto o yield do papel neozelandês renovou o piso histórico.

O dólar, por sua vez, se fortalece em relação às moedas rivais e correlacionadas às commodities, enquanto o petróleo tipo WTI se afasta cada vez mais da faixa de US$ 60. Já o ouro e o iene sobem, em mais um sinal de aversão ao risco, diante da baixa expectativa de uma rápida melhora nas perspectivas para o crescimento econômico global.

Agenda econômica segue fraca

A agenda econômica desta quarta-feira segue sem destaques. No Brasil, será conhecido mais um indicador sobre a confiança do empresariado em maio, desta vez, do setor de serviços (8h). Ainda pela manhã, saem o índice de preços ao produtor (9h) e a nota do Banco Central sobre as operações de crédito (10h30) - ambos referentes a abril.

Depois, o BC volta à cena para divulgar os números parciais deste mês sobre a entrada e saída de dólares do Brasil, às 12h30. Já no exterior, o calendário está esvaziado e não prevê a divulgação de indicadores econômicos relevantes no eixo EUA-Europa-Ásia.

Compartilhe

A Bula do Mercado

Mercado se despede de 2019

30 de dezembro de 2019 - 5:12

Pregão espremido entre o fim de semana e as comemorações pela chegada de 2020 marca o fim dos negócios locais em 2019

A Bula do Mercado

A Bula da Semana: Adeus ano velho

30 de dezembro de 2019 - 4:43

Mercado doméstico se despede de 2019 hoje e inicia 2020 na quinta-feira repleto de expectativas positivas

A Bula do Mercado

Mercado testa fôlego na reta final de 2019

27 de dezembro de 2019 - 5:20

Ibovespa e Wall Street têm melhorado suas marcas nos últimos pregões do ano, diante do forte consumo na temporada de festas

A Bula do Mercado

Mercado se prepara para a chegada de 2020

26 de dezembro de 2019 - 5:23

Faltando apenas três pregões no mercado doméstico para o fim de 2019, investidores já se preparam para rebalanceamento de carteiras no início de 2020

A Bula do Mercado

Mercado à espera da folga de feriado

23 de dezembro de 2019 - 5:27

Pausa no mercado financeiro por causa das comemorações de Natal reduz a liquidez dos negócios globais

A Bula da Semana

Então, é Natal

23 de dezembro de 2019 - 4:55

Pausa no mercado doméstico, amanhã e quarta-feira, por causa das festividades natalinas reduz a liquidez dos negócios ao longo da semana

A Bula do Mercado

Mercado se prepara para festas de fim de ano

20 de dezembro de 2019 - 5:34

Rali em Nova York e do Ibovespa antecede pausa para as festividades de Natal e ano-novo, que devem enxugar liquidez do mercado financeiro nos próximos dias

A Bula do Mercado

CPMF digital e impeachment agitam mercado

19 de dezembro de 2019 - 5:35

Declarações de Guedes embalaram Ibovespa ontem, mas criação de “CPMF digital” causa ruído, enquanto exterior digere aprovação de impeachment de Trump na Câmara

A Bula do Mercado

Mercado em pausa reavalia cenário

18 de dezembro de 2019 - 5:17

Agenda econômica fraca do dia abre espaço para investidor reavaliar cenário, após fim das incertezas sobre guerra comercial e Brexit

A Bula do Mercado

Mercado recebe ata do Copom, atento ao exterior

17 de dezembro de 2019 - 5:28

Ata do Copom, hoje, relatório trimestral de inflação e IPCA, no fim da semana, devem calibrar apostas sobre Selic e influenciar dólar e Ibovespa

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies