Mercado relega exterior e aguarda Guedes
Radar do investidor se volta para Brasília, onde o ministro Paulo Guedes será ouvido pela comissão especial da reforma da Previdência
A escalada da tensão comercial entre Estados Unidos e China mantém a cautela no exterior, mas o radar dos mercados domésticos se volta para Brasília nesta quarta-feira, dia de participação do ministro Paulo Guedes na comissão especial da Câmara, à tarde. E a expectativa pela fala dele pode reduzir a influência externa nos negócios locais.
Guedes é o primeiro convidado do colegiado que discute a proposta do governo de novas regras para aposentadoria. Ele deve ir acompanhado de parte da equipe econômica, incluindo o secretário especial da Previdência, Rogério Marinho. Além do ministro, acadêmicos e representantes devem ser ouvidos na comissão especial.
O relator, Samuel Moreira, considera ideal realizar em torno de dez audiências públicas até o fim deste mês. A oposição, no entanto, quer ao menos 15 sessões, o que estenderia o prazo até meados de junho. Seja como for, a matéria só será colocada em votação na comissão quando o governo tiver os 308 votos para aprová-la no plenário.
Tal estratégia tende a protelar o andamento da reforma da Previdência na comissão especial, de modo a permitir uma sintonia fina na articulação política do Executivo com o Legislativo. A decisão do governo de recriar dois ministérios já seria um passo no sentido de angariar apoio em troca de cargos, ressuscitando a velha prática do “toma-lá-dá-cá”.
Novas concessões do presidente Jair Bolsonaro podem surgir, em meio à série de mudanças na estrutura administrativa que o governo pretende promover. Além da recriação das pastas de Cidades e Integração Nacional, estão a extinção do Ministério do Desenvolvimento Regional e a volta da Funai ao Ministério da Justiça.
Os efeitos da guerra
Os dados de abril da balança comercial da China, divulgados ontem à noite, revelam por quê o país está tão interessado em alcançar um acordo com os EUA. As exportações chinesas recuaram 2,7%, em relação a um ano antes, enquanto as importações subiram 4,0%, refletindo o quanto a guerra tarifária está prejudicando a segunda maior economia do mundo. Com o resultado, o superávit comercial somou US$ 13,8 bilhões no mês passado.
Leia Também
Os números contrariaram a previsão dos economistas, de alta de 1,8% nas vendas ao exterior e de queda de 2,7% nas compras para o país, com um saldo positivo de US$ 33,6 bilhões e também reverteram o desempenho em março, quando as exportações chinesas subiram 14,2%, em base anual, enquanto as importações cederam 7,6%.
Talvez, por isso, a delegação chinesa manteve de pé a rodada de negociações desta semana. A comitiva, liderada pelo vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, desembarca amanhã em Washington, onde fica até sexta-feira, mas chega em um número bem menor que os cem representantes anunciados inicialmente.
O encontro é crucial para calibrar as expectativas quanto ao fim da guerra comercial. A depender das conversas, pode haver uma chance de não subir para 25% a tarifa sobre US$ 200 bilhões de bens chineses. Por outro lado, também é possível que qualquer desfecho fique para depois da adoção dessas novas tarifas, tornando um acordo mais distante.
Portanto, haverá uma guerra ou uma paz comercial entre as duas maiores potências econômicas. Sem saber qual será o desfecho da rodada de negociações na capital norte-americana, é de se esperar alguma volatilidade no mercado financeiro global, oscilando ao sabor do noticiário sobre as conversas.
Seja como for, a economia chinesa já vem sentindo os efeitos da guerra comercial e a nova sobretaxa deve causar um impacto adicional, reduzindo ainda mais o crescimento do PIB. Essa desaceleração tende a causar danos colaterais em toda a cadeia de abastecimento da Ásia, com os setores de eletro-eletrônico mais vulneráveis aos aumentos tarifários.
Ásia cai, NY ensaia alta
Com isso, as principais bolsas asiáticas encerraram a sessão em queda, seguindo as perdas em Nova York ontem e relegando o sinal positivo exibido pelos índices futuros em Wall Street nesta manhã. Em reação aos dados da balança comercial, as bolsas de Xangai e de Hong Kong caíram pouco mais de 1%, ao passo que Tóquio cedeu ao redor de 1,5%.
Os investidores seguem preocupados com uma escalada da guerra comercial entre EUA e China, o que inibe os ganhos em Wall Street e limita a alta ensaiada pela praças europeias, revestindo os negócios de cautela. Ainda assim, os ativos de risco mostram certa estabilização, com a fuga para ativos seguros perdendo força.
Esse movimento abre espaço para uma recuperação das commodities e das moedas em relação ao dólar. As exceções ficam com a lira turca, que segue pressionada pela nova eleição em Istambul, e com o dólar neozelandês, após o banco central local (RBNZ) cortar o juro no país para uma mínima recorde e sinalizar novos cortes.
Já o euro avança após dados da indústria na Alemanha, mas o iene também está mais forte, em meio à busca por proteção, que impulsiona ainda o ouro. O metal precioso está no maior valor em quatro semanas. O petróleo, por sua vez, se recupera, após o barril do tipo WTI cair a US$ 60.
Decisão do Copom em destaque
O Comitê de Política Monetária (Copom) anuncia hoje (18h) a decisão sobre a taxa básica de juros. Embora não haja apostas de corte na Selic neste mês, é grande a expectativa do mercado
financeiro para o comunicado que acompanhará o anúncio da decisão. A esperança é de que haja alguma alteração sobre a condução da política monetária à frente.
Com a atividade perdendo tração e mostrando dificuldades em reagir, os investidores esperam que o Banco Central deixe a porta aberta para novos cortes, assim que a reforma da Previdência for aprovada. Porém, existem outros fatores que pesam contra, como a aceleração da inflação, a disputa comercial entre EUA e China e o dólar a R$ 4,00.
O problema é que esses riscos estão mais relacionados a questões externas. Isso significa que, ainda que a discussão no Congresso sobre as novas regras para aposentadoria avance, não haverá, necessariamente, uma valorização do real. Afinal, o dólar está forte no mundo, o que tende a pressionar os preços no atacado e administrados no país.
Durante o dia, merece atenção a divulgação do IGP-DI (8h), que deve desacelerar em abril, mas seguir registrando taxas salgadas. Também saem os dados regionais sobre a atividade industrial (9h) e os números preliminares de maio sobre a entrada e saída de dólares do Brasil (12h30).
Na safra de balanços, saem os resultados trimestrais de Pão de Açúcar, CSN, Gerdau, Braskem, entre outros, além do relatório de produção da Vale. Já no exterior, o calendário econômico está esvaziado e traz apenas os estoques semanais de petróleo bruto e derivados nos EUA (11h30).
Se fosse um país, esta gestora seria a 3ª maior economia do mundo
Com US$ 11 trilhões de ativos sob gestão, empresa só ficaria atrás do PIB dos Estados Unidos e da China
Um início à moda antiga: Ibovespa reage a serviços em meio ao começo da temporada de balanços nos EUA
Enquanto os números dos serviços saem por aqui, mercado também repercute inflação na porta das fábricas nos EUA
Eneva (ENEV3) levanta R$ 3,2 bilhões em oferta subsequente de ações na B3; veja os detalhes do follow-on
Oferta da Eneva saiu a R$ 14 por ação e foi destinada exclusivamente a investidores profissionais
IPO da Moove cancelado: o que esse episódio ensina para os investidores sobre a compra e a venda de ações?
Se tem uma lição que podemos aprender com a Cosan, controladora da Moove, é que este não é o momento de vender ativos
A ação da Vale (VALE3) voltou a ser uma oportunidade de ganho? Saiba o que muda com o novo CEO no comando
O Goldman Sachs avaliou a sucessão na mineradora após dez dias sob nova gestão e diz se é uma boa opção adquirir os papéis neste momento
BB Asset e JGP unem forças e lançam gestora focada em investimentos sustentáveis; Régia Capital nasce com patrimônio de R$ 5 bilhões
Com produtos de crédito líquido e estruturado, ações, private equity e agronegócio, a estimativa da Régia é atingir R$ 7 bilhões em ativos sob gestão até o fim deste ano
Um “empurrãozinho” para o mercado de ações: China lança mecanismo de swap de 500 bilhões de yuans
Medida vai permitir que empresas de valores mobiliários, fundos e seguros obtenham ativos líquidos para suas compras de ações
Um dos maiores fundos imobiliários da B3 quer captar até R$ 2,5 bilhões na bolsa; saiba mais sobre a oferta do KNCR11
Com mais de 370 mil cotistas e um patrimônio líquido de R$ 7 bilhões, o Kinea Rendimentos Imobiliários já é um dos três maiores fundos imobiliários de papel do Brasil
Crise climática faz pressão nas ações da Rumo (RAIL3) — mas BofA revela por que você ainda deveria estar animado com a gigante de logística
Os analistas mantiveram recomendação de compra para RAIL3, mas reduziram o preço-alvo de R$ 33 para R$ 31 para os próximos 12 meses
Salvaram o Ibovespa? Por que os dados de inflação e emprego nos EUA ajudam a bolsa aqui, mas fecham a porta para Wall Street
No câmbio, o dólar à vista perde força depois de ter encostado e R$ 5,60 na máxima da sessão anterior; entenda o que mexe com os mercados aqui e lá fora
Ações da Isa CTEEP (TRPL4) saltam mais de 5% após decisão do STJ de suspender processo de cobrança da Fazenda de São Paulo
“A tentativa de conciliação amigável não significa prejuízo aos direitos da companhia e não altera qualquer decisão judicial vigente ou o atual fluxo de pagamentos”, afirmou a empresa
Dasa (DASA3) fecha venda do negócio de corretagem e consultoria de seguros por até R$ 255 milhões
Com a operação, a Dasa Empresas será transferida para os fundadores originais do Grupo Case Benefícios e Seguros
Vamos ao que interessa: Depois de perder o suporte de 130 mil pontos, Ibovespa tenta recuperação em dia de inflação nos EUA
Além dos números da inflação ao consumidor norte-americano, o Ibovespa também reage hoje aos dados do varejo no Brasil
Mercado Livre (MELI34) tem “bilhões de dólares para conquistar” com receita de mídia nos próximos cinco anos, diz diretor
Na avaliação de Mario Meirelles, diretor sênior do Mercado Ads Brasil, a parceria com players externos, como o Disney+, será essencial para o crescimento da divisão de publicidade
Na nova ‘corrida do ouro’ do varejo, Mercado Livre larga na frente no ‘retail media’, mas as concorrentes brasileiras prometem reagir
O mercado de publicidade é visto como uma nova fonte de receita para o varejo — mas as brasileiras encontram-se ainda muitos passos atrás na busca por território no mercado local
O Brasil está arriscado demais até para quem é grande? Por que a Cosan (CSAN3) desistiu do IPO da Moove, mantendo a seca de ofertas de ações
Na época da divulgação da operação, a unidade de negócios de lubrificantes informou que mirava uma cotação entre US$ 14,50 e US$ 17,50 na oferta, que seria precificada nesta quarta-feira (09)
Google na mira: EUA consideram separação da Alphabet após decisão de monopólio da big tech — e analistas estão cada vez mais pessimistas
Se a cisão forçada da gigante de buscas acontecer, será a maior de uma empresa norte-americana desde que a AT&T foi desmantelada, na década de 1980
Quanto os juros vão cair agora? O que a ata não contou sobre a próxima decisão do Fed em novembro
O documento divulgado nesta quarta-feira (09) mostrou a divisão entre os membros do comitê de política monetária sobre o corte de 50 pontos-base e a incerteza sobre o futuro da economia, mas escondeu pontos importantes para a decisão do mês que vem
É hora de comprar a ação da Hapvida? BB Investimentos inicia cobertura de HAPV3 e vê potencial de quase 40% de valorização até 2025; entenda os motivos
Entre as razões, BB-BI destacou a estratégia de verticalização da Hapvida, que se tornou a maior operadora de saúde do país após fusão com a NotreDame Intermédica
Por que o fundo Verde segue zerado em bolsa brasileira? Time de Stuhlberger acredita que as ações locais tem pouco a ganhar com o pacote de estímulos chinês
O fundo teve um desempenho positivo de 1,7% em setembro, contra 0,83% do CDI. Já o acumulado no ano é de 6,39%, abaixo dos 7,99% registrados pelo benchmark