O Itaú Unibanco pode voltar a mirar aquisições no exterior caso o governo leve adiante a proposta de mudança na tributação que reduza a carga de impostos sobre as empresas, afirmou o presidente do banco, Candido Bracher.
Pelo sistema tributário atual, as empresas nacionais levam desvantagem sobre as de outros países em processos de aquisição em razão do imposto mais alto - a alíquota para bancos é de 40%. No Chile, por exemplo, a alíquota é de 27%.
"Se imposto fosse menor, não só o banco como todas as empresas brasileiras estariam em igualdade de condições em processos de aquisição", afirmou Bracher, que participou hoje de entrevista coletiva para comentar o balanço anual.
O presidente do maior banco privado brasileiro disse ver com "interesse" a proposta de reforma tributária em estudo pelo governo Bolsonaro. Para ele, haveria uma tendência maior de reinvestimento dos lucros das empresas com a mudança.
"Nada muito grande"
Questionado sobre o processo de privatizações que deve ser conduzido pelo governo Bolsonaro, Bracher disse que o Itaú pretende atuar na assessoria financeira das operações.
O banco também pretende analisar as oportunidades que vierem a mercado "com interesse", segundo o executivo. "Mas sabendo que nós não podemos fazer nada de muito grande", acrescentou, lembrando das dificuldades da aprovação da compra da participação de 49,9% no capital da XP Investimentos.
Conservador, não
Bracher negou que o Itaú tenha sido conservador ao traçar as projeções para o desempenho do banco neste ano.
A expectativa da instituição é de um avanço de 8% a 11% no crédito, menos que o Bradesco, que espera avançar de 9% a 13% nos financiamentos em 2019.
"Nossa projeção aponta para uma rentabilidade de 24% no consolidado deste ano", ressaltou. No ano passado, o banco registrou um retorno de 21,9%.